23 Fevereiro 2015
“Foi uma felicidade poder fazer essa análise, mas também uma infelicidade porque acabamos detectando níveis, em muitos casos, acima do que as portarias e legislações limitam para abastecimento em relação ao nível de qualidade da água”, diz a química.
Foto: Aldaalvesbarbosa.com |
Na entrevista a seguir, concedida à IHU On-Line por telefone, Cacinele explica a pesquisa que está sendo desenvolvida nas lagoas do litoral Norte há seis anos e informa que, além da água, os peixes e o reservatório das lagoas analisadas estão contaminados. Segundo ela, a contaminação por metais pesados está gerando dois outros problemas que podem inviabilizar o consumo da água nos próximos anos: a salinização e a proliferação de algas.
“Dizer, com certeza, que vai faltar água ou vai comprometer o abastecimento daqui tantos anos, eu não posso dizer. Mas já estamos começando a vislumbrar problemas mais severos e mais recorrentes. Temos mais vezes a água sendo salinizada, mais vezes essa questão das algas aparecerem e em maior quantidade”.
De acordo com ela, neste verão verificou-se o desenvolvimento de algas em maior quantidade. “Conseguimos perceber isso principalmente na Lagoa dos Quadros, que é usada para o abastecimento das cidades de Capão da Canoa e Xangri-lá. Acabou se desenvolvendo um número elevado de algas e, no lado oeste, houve um acúmulo grande e um odor muito forte — com bastante reclamação da população. Inclusive vai ser divulgada uma nota técnica do Comitê da Bacia explicando o que aconteceu ali. Nada mais foi do que um ‘bloom’ de algas e, em vista de o vento ser predominantemente do nordeste, as algas foram jogadas para o oeste. A captação de água é do lado leste, e se isso houvesse acontecido desse lado, provavelmente teríamos uma parada do abastecimento de água na região. Esse já é um primeiro indício de que estamos vendo os efeitos da agricultura, urbanização, pecuária, indústria e isso está se refletindo nas lagoas e na qualidade da água que está sendo oferecida”, esclarece.
Cacinele informa ainda que “outra perspectiva que a comunidade ainda não acompanha é a de que há grande chance de termos estações de tratamento de esgoto sendo bombeadas para dentro de algumas lagoas como forma de descarte mesmo”.
Ela afirma que estudos estão em andamento, “mas há perspectiva de que sejam instaladas várias estações de tratamento de esgoto associadas a algumas lagoas do litoral. E uma delas deve ser em Capão da Canoa”. E acrescenta: “Já estamos numa situação difícil na atual configuração. Imagine colocando esgoto dentro dessa lagoa, que também é fonte de abastecimento de água para o município. Há um conflito enorme”.
Cacinele Rocha é graduada em Química Industrial pela Universidade de Santa Cruz do Sul. Atualmente é química da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS e mestranda em Oceanografia Física, Química e Geológica pela FURG. Tem experiência na área de Química Ambiental, com ênfase em contaminação por metais pesados, corpos lagunares costeiros e descargas de águas subterrâneas.
Confira a entrevista.
Foto: Fepam/RS |
IHU On-Line - Pode nos falar como está sendo desenvolvida a pesquisa referente à qualidade da água das lagoas do Litoral Norte do Rio Grande do Sul?
Cacinele Rocha – Eu ingressei no Ceclimar em 2008 e desde então estamos trabalhando com o monitoramento das lagoas. No início das atividades o recurso desembolsado para fazer esse monitoramento vinha da UFRGS, porque as prefeituras não tinham praticamente nenhum interesse de disponibilizar recursos para que esse monitoramento acontecesse. Então, entendemos que embora não houvesse apoio, deveríamos continuar a pesquisa. Iniciamos analisando pontos mais restritos, apenas sete lagoas, e tínhamos um número mais reduzido de análises de variáveis. A partir de 2011 conseguimos, através do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Tramandaí, nos aproximar da ONG Ação Nascente Maquiné - ANAMA, que foi vencedora de um edital da Petrobras Ambiental. Desde lá temos parceria com essa ONG que fomenta esse processo de monitoramento das lagoas, e hoje essas são as duas fontes de recursos que temos.
O Projeto Taramandahy começou em 2011 até 2013 e agora passamos para a fase dois, que vai até outubro de 2015. Daí para diante temos de ver como ficará o formato do monitoramento, mas pretendemos mantê-lo porque está trazendo resultados muito importantes.
Na primeira fase do projeto conseguimos executar um formato de monitoramento que pouquíssimos grupos já conseguiram, justamente por causa do custo. Trata-se de um monitoramento que avalia não só a água das lagoas, mas o sedimento, que é a parte funda da lagoa, e o pescado também. Durante dois anos fizemos coletas mensais não mais em sete, mas em nove lagoas que se estendem de Torres até Mostardas (do norte para sul: Itapeva, Quadros, Passo, Cacoande, Tramandaí. Depois temos a sub-bacia sul: Gentil, Fortaleza, Cidreira, Rondinha e Bacupari, que fica em Mostardas).
Analisamos as lagoas que têm maior importância em vista do seu volume e do abastecimento nas cidades. O pescado que analisamos foi de quatro espécies, duas vinculadas à alimentação, ligadas ao sedimento, e duas de espécies carnívoras, para ver se havia uma diferença muito grande entre os dois grupos. Isso tudo foi feito para avaliar os metais pesados, que é um assunto bastante atual, e muito recorrente, visto que hoje eles são melhor quantificados e causam um impacto na saúde.
Água e peixes contaminados
Muitos desses metais pesados têm a característica de serem carcinogênicos, ou seja, de causarem câncer em diversos órgãos, ou doenças como Parkinson e Alzheimer. Na primeira fase da pesquisa trabalhamos com quatro metais: cádmio, cromo, chumbo e mercúrio nessas três matrizes, que é a água, o sedimento e o pescado. Foi uma felicidade poder fazer essa análise, mas também uma infelicidade porque acabamos detectando níveis, em muitos casos, acima do que as portarias e legislações limitam para abastecimento em relação ao nível de qualidade. O metal que mais se destacou foi o mercúrio, que é muito tóxico. Os peixes analisados são de interesse econômico da população da região, como a traíra, a viola, e alguns são pescados para o consumo, como o cará e a dentuça. Além de a água estar com esse tipo de contaminante, o peixe e o sedimento também estão. O sedimento funciona como se fosse um reservatório e procura se manter equilibrado com a água. Então, no momento em que a água apresenta um pouco menos de metais, o sedimento redisponibiliza os metais, ou seja, ele funciona como uma poupança.
A captação de água para abastecimento não dá conta de retirar esses elementos da água e, portanto, estamos bebendo metais pesados na água. O ser humano, como é topo de cadeia alimentar, acumula esses metais e os biomagnifica, ou seja, concentra-os em maior escala através da alimentação e do consumo da água contaminada. Como esses metais não saem do organismo, a chance de as pessoas adquirirem doenças e toxidez é enorme.
Contaminação por agroquímicos
Também fizemos uma avaliação de alguns grupos de agroquímicos para avaliar o impacto da agricultura e dos pesticidas nas águas. Não conseguimos detectar os compostos nas matrizes avaliadas porque são grupos difíceis de serem avaliados. Isso acontece porque quando eles entram no ambiente, começam a se transformar. Então, a coleta tem de ser feita muito próxima da área e perto do momento em que o pesticida foi aplicado, por isso é uma configuração bem difícil de alcançar. Mas isso não significa que os compostos não estejam no meio ambiente, pelo contrário, eles estão e seus efeitos acabam ocorrendo, mas ainda não conseguimos detectá-los nas nossas coletas.
IHU On-Line – Quais são as fontes desses compostos?
Cacinele Rocha – Focamos a análise em agroquímicos para pesticidas e inseticidas que são utilizados pela agricultura, em diversas culturas. Os metais pesados têm fontes difusas, alguns são provenientes da mineração, outros do descarte equivocado de lâmpadas, baterias, pilhas, de esgoto e lixo mal destinado, e, além disso, a região costeira tem a característica de ter mais metais por causa da sua formação geológica. Mas, independente da fonte, temos de ter mais preocupação com os riscos que esses resultados podem causar para nós.
IHU On-Line – A partir desses resultados, é possível fazer uma avaliação da situação ambiental das lagoas do litoral Norte do Rio Grande do Sul, tanto em relação à qualidade da água quanto em relação ao hábitat e à atual situação dos peixes?
Cacinele Rocha – A primeira fase da análise se especializou mais na parte dos metais. Agora, de 2013 para cá, estamos analisando a questão ambiental do impacto da fertilização, dos esgotos e os problemas que a urbanização acaba trazendo para o meio ambiente. Conseguimos ampliar o número de pontos a serem analisados e começamos a analisar as nascentes e riachos que contribuem para a formação dos principais rios: o Três Forquilhas e o Rio Maquiné. Foi então que começamos a perceber que a fertilização também tem um impacto muito grande, ela insere uma grande quantidade de nutrientes — nitrogênio, fósforo e outros elementos para o sistema. Assim, são várias questões que ocorrem paralelamente.
Temos a questão dos metais pesados, a questão dos pesticidas, essa inserção grande de esgoto que a urbanização acaba trazendo... Esse último problema talvez não fique tão evidente porque não temos um despejo por cano direto na lagoa, mas o formato de tratamento que se tem aqui no litoral ainda é muito pobre e ineficiente. São fossas, um tratamento em lagoa que acaba permeando pelo solo e indo parar ou no manancial, ou no lençol freático, ou nas lagoas. Tudo isso acaba colaborando de forma negativa.
IHU On-Line - A proliferação de algas também tem sido apontada como um problema para as águas do Litoral Norte. Essa proliferação está relacionada com a contaminação das águas ou é um processo natural? A proliferação traz riscos para o abastecimento de água na região?
Cacinele Rocha – Quanto ao impacto na questão de abastecimento, uma das coisas que nesse verão pudemos verificar foi o desenvolvimento de algas em maior quantidade. Conseguimos perceber isso principalmente na Lagoa dos Quadros, que é usada para o abastecimento das cidades de Capão da Canoa e Xangri-lá. Acabou se desenvolvendo um número elevado de algas e, no lado oeste, houve um acúmulo grande e um odor muito forte — com bastante reclamação da população. Inclusive vai ser divulgada uma nota técnica do Comitê da Bacia explicando o que aconteceu ali. Nada mais foi do que um “bloom” de algas e, em vista de o vento ser predominantemente do nordeste, as algas foram jogadas para o oeste.
A captação de água é do lado leste, e se isso houvesse acontecido desse lado, provavelmente teríamos uma parada do abastecimento de água na região. Esse já é um primeiro indício de que estamos vendo os efeitos da agricultura, urbanização, pecuária, indústria e isso está se refletindo nas lagoas e na qualidade da água que está sendo oferecida.
Normalmente o ambiente tem pequenas quantidades de nutrientes. Essas algas, as cianobactérias, se alimentam praticamente apenas de nitrogênio e fósforo. No ambiente, como monitorávamos há um bom tempo, havia níveis baixos desses dois elementos. Até meados de julho essa quantidade se manteve baixa, mas em outubro houve um aumento na concentração de nitrogênio — que era nosso nutriente limitante. No momento em que houve essa disponibilidade, havia todas as oportunidades para a alga se desenvolver: alimento, água relativamente parada e calor, com uma temperatura necessária para ela se desenvolver. E foi o que aconteceu. No momento em que se intensificou a floração, fomos avaliar os resultados observados e percebemos a questão do nitrogênio.
Esse aumento aconteceu bem no período em que estava havendo a queima e a fertilização dos campos lá de cima da Serra, em São Francisco de Paula, Tainhas, uma parte de Itati... Foi isso que culminou no desenvolvimento destes organismos. Naturalmente isso não teria acontecido, ou ao menos a partir de 2008 nós não vimos isso acontecendo. É claro, não se trata apenas da fertilização, mas combinado com o que chega do esgoto, a condição de água mais quente, pouca mobilidade, acabou desencadeando esse processo.
IHU On-Line – Tradicionalmente as águas das lagoas são usadas para a irrigação no Rio Grande do Sul. Qual tem sido o impacto da irrigação das lavouras para as águas do litoral Norte?
Cacinele Rocha – Há duas situações. O arroz fica em uma lâmina de água por um longo período, e há as demais culturas sobre as quais apenas se asperge água. As duas colaboram com a erosão, e carreiam muito solo e muitos nutrientes para dentro dos cursos de rio. E quando se tem a aplicação de fertilizantes, pesticidas e quaisquer tipos de insumos, eles também são carreados para dentro dos corpos de água.
No arroz, como a lavoura é um banhado, onde a semente fica dentro da água por um longo período, a aplicação de pesticida, inseticida é inserida, e quando essa água retorna para a lagoa, tudo isso retorna junto; então há um impacto severo. Tanto que estas são atividades reguladas e liberadas pela Fepam. Assim, controla-se a quantidade e a vazão de água porque, inclusive, o arroz é cultivado justamente no período de novembro a fevereiro, que coincide com o período de maior procura no litoral. Temos então muitos conflitos.
No mesmo período temos a Corsan, que tem interesse em captar essa água para dar conta do aumento da densidade demográfica. Temos o rizicultor, o produtor de arroz que está também captando água para irrigar sua lavoura. E isso, dependendo do ano, pode baixar muito o nível da lagoa. Então há um limitante, além de um conflito de interesses. Para um a água é para abastecer, outro quer a água para pescar, outro para irrigar...
IHU On-Line – A partir da sua pesquisa, é possível vislumbrar riscos de desabastecimento de água na região?
Cacinele Rocha – Certeza, mesmo, nós não temos. O que discutimos muito dentro do Comitê é através da experiência do que foi adquirido pelo grupo. Assim, o que se percebe é que além dessa questão da contaminação por metais, da incorporação por nutrientes que desenvolve organismos como as algas, a redução na quantidade de água por conflitos de interesse, temos ainda a questão da salinização. É quando a cunha salina — uma língua de água salobra — entra no sistema fluvial. Isso acontece aqui, entre Imbé e Tramandaí, onde temos o estuário.
O estuário é um mix de água doce, que chega do rio e da água salgada proveniente do mar. Então, temos uma mescla de água que chamamos de salobra. Só que quando temos períodos de reduzido volume de chuva no continente, a força do mar em entrar no sistema é maior. E isso acaba se estendendo por pontos distantes. Para se ter ideia, a água que entra pelo canal de Imbé e Tramandaí, proveniente do mar, em alguns períodos, chega a alcançar, por dentro das lagoas, a altura da Lagoa dos Quadros, das Malvas, que ficam no município de Capão da Canoa. Então, temos sal, ou seja, água salgada sendo introduzida no sistema, e sabemos que água salgada não é usada para abastecimento. Essa água não pode ser usada, pois o tratamento que é feito pela Corsan não consegue retirar esse sal. E quando isso ocorre, a Corsan tem que buscar os poços subterrâneos para abastecimento.
Tratamento de esgoto dentro das lagoas
De todo modo, dizer, com certeza, que vai faltar água ou vai comprometer o abastecimento daqui tantos anos, eu não posso dizer. Mas já estamos começando a vislumbrar problemas mais severos e mais recorrentes. Temos mais vezes a água sendo salinizada, mais vezes essa questão das algas aparecerem e em maior quantidade. Outra perspectiva que a comunidade ainda não acompanha é a de que há grande chance de termos estações de tratamento de esgoto sendo bombeadas para dentro de algumas lagoas como forma de descarte mesmo. É uma situação bastante difícil. Existem estudos em andamento, mas há perspectiva de que sejam instaladas várias estações de tratamento de esgoto associadas a algumas lagoas do litoral. E uma delas deve ser em Capão da Canoa. Já estamos numa situação difícil na atual configuração. Imagine colocando esgoto dentro dessa lagoa, que também é fonte de abastecimento de água para o município. Há um conflito enorme.
"Temos observado que, olhando os pequenos córregos e pequenos rios, há muitas moradias junto às nascentes e pequenos córregos e, inclusive, situações em que as casas captam água diretamente dos rios e a usam sem tratamento" |
IHU On-Line - Os órgãos ambientais do estado já sabem dos primeiros resultados da pesquisa?
Cacinele Rocha – Eu não sei dizer se eles têm acompanhado. Não fomos procurados por ninguém. O único momento que temos de contato é dentro das reuniões do Comitê de bacias. A Fepam normalmente tem um representante participando das reuniões. Mas para nós não ficou bem evidenciado como eles tratam isso, como o assunto é levado para dentro da Fepam. Já foram informados via reunião. Eles também têm seus monitoramentos. A Fepam faz monitoramentos mais espaçados, acho que a cada seis meses. De todo modo, não estamos conseguindo conversar de uma forma tão producente.
IHU On-Line - Há riscos de acontecer, no litoral norte do Rio Grande do Sul, uma crise tão grande quanto a que está acontecendo em São Paulo?
Cacinele Rocha – Lá a questão é quantidade. No Rio Grande do Sul, a questão é qualidade. Ter metais pesados na água não vai inviabilizar a coleta. Tanto é que já obtivemos esse resultado em 2011 e nunca se paralisou o abastecimento.
As algas podem limitar o abastecimento, mas o vento pode mudar e levá-las para o outro lado, podendo, então, se retomar o abastecimento. É uma questão muito dinâmica. Mas pode ocorrer até de termos abastecimento, porém não com a qualidade que se espera.
IHU On-Line - A partir das pesquisas que estão realizando é possível vislumbrar algo mais geral com relação a atual situação dos mananciais gaúchos?
"A água que chega às lagoas, já chega comprometida em termos de qualidade" |
Cacinele Rocha – Temos observado que, olhando os pequenos córregos e pequenos rios, há muitas moradias junto às nascentes e pequenos córregos e, inclusive, situações em que as casas captam água diretamente dos rios e a usam sem tratamento. Isso é uma questão que ocorre em várias cidades. Assim como captam e usam, o esgoto dessas moradias também vai direto para os córregos. Então, alguns pesquisadores estão tentando avaliar isso. Mas já se sabe que o impacto é importante. Em muitos casos temos a agricultura muito associada a esses corpos de água. A água que chega às lagoas, já chega comprometida em termos de qualidade.
IHU On-Line - Você mencionou a questão dos metais pesados e possibilidade de câncer. Há algum estudo sobre a água das lagoas do Litoral Norte e índices de câncer na população da região?
Cacinele Rocha – Não conheço. Desde que o Ceclimar se estabeleceu aqui, há cerca de 40 anos, muitos estudos foram feitos. Mas, que eu conheça, não tem nenhum que faça relação entre a saúde e a qualidade da água. Talvez, agora com esses resultados, isso comece a aparecer. Especialmente porque já se tem uma população residente cada vez mais alta. Claro, a flutuante ainda é a maior.
Por enquanto estamos conseguindo divulgar os resultados da pesquisa junto à comunidade. E um dos primeiros lugares em que divulgamos foi dentro do Atlas da bacia hidrográfica que está disponível para baixar no site do comitê e no site da Anama.
IHU On-Line – Deseja acrescentar algo?
Cacinele Rocha – Afora todos esses problemas que temos detectado, uma das principais dificuldades é a falta de interesse da comunidade em acompanhar essa questão. Há pouquíssimas pessoas que se envolvem, os órgãos públicos, desde prefeitos, vereadores até deputados, acompanham muito pouco. E isso é refletido na comunidade também. Existem poucas pessoas que entendem esses problemas, que conhecem o que está acontecendo e que se interessam por saber de onde vem sua água e o que ela tem. Esse ignorar também é bastante problemático.
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Salinização da água e proliferação de algas nas lagoas do Litoral Norte gaúcho. Entrevista especial com Cacinele Rocha - Instituto Humanitas Unisinos - IHU