07 Outubro 2008
Os principais jornais e instituições de economia do país anunciaram: surge uma nova classe média no Brasil. No entanto, a desigualdade social ainda existe, assim como a desigualdade sócio-econômica entre gêneros e raças, o que nos faz questionar que classe média é essa que nasce neste momento de desenvolvimento econômico. Nesta entrevista, realizada por e-mail, a professora Patrícia Trópia analisa este conceito e analisa este grupo que se desenvolve e é chamado, então, de nova classe média. “Ainda não sabemos os efeitos da atual crise financeira no Brasil. É plausível supor que, com a escassez de crédito que certamente acontecerá, os setores exportadores e setores produtivos internos serão afetados. E, se os trabalhadores deixarem, eles próprios “pagarão a conta”, afirmou ela.
Para alguns estudiosos, essa nova classe média surge da reconfiguração de alguns setores importantes para a econômica, como o de serviços que se expandiu, por exemplo, com a ampliação dos sistemas educacionais. No entanto, diz Trópia, “as condições de trabalho dos docentes do setor público encontram-se mais precarizadas, seja em função dos salários, seja em função da redução de recursos para manutenção de escolas ou universidades”.
Patrícia Vieira Trópia é graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual de Campinas, onde também realizou mestrado em Ciência Política e doutorado em Ciências Sociais. Na PUC-Campinas, atua atualmente como professora do Centro de Estudos Marxistas.
Confira a entrevista.
IHU On-Line – Podemos identificar realmente uma nova classe média? O que poderia ser caracterizado como essa nova classe social?
Patrícia Trópia – O termo nova classe média refere-se a um conjunto bastante heterogêneo de trabalhadores cuja origem é o final do século XIX – o que nos leva, de partida, a afirmar que a classe média não é “nova”. O termo foi utilizado pelo sociólogo norte-americano Charles Wright Mills [1] em referência à camada intermediária entre operariado e burguesia, camada que então se expande, a partir da fase monopolista do capitalismo. Wright Mills chamou este conjunto de trabalhadores de “colarinhos brancos”. Trata-se basicamente dos trabalhadores assalariados não-manuais. O adjetivo novo tem a função de evidenciar que, se inicialmente a classe média era minoritária quantitativamente e composta basicamente por profissionais liberais, a partir do século XX os trabalhadores de classe média superam numericamente a classe operária e passam a desempenhar funções de natureza burocrática, administrativa, financeira, no setor de serviços e de comunicação, no setor público e privado. Então se a nova classe média constitui um segmento social secular, haveria uma novíssima classe média, ou seja, a classe média teria se modificado ao longo ou no final do século XX?
A classe média tem se modificado muito em função do desenvolvimento e das crises do capitalismo. A expansão das estruturas sociais de bem-estar social, do setor de serviços e o crescimento das hierarquias nas empresas públicas e privadas, por exemplo, levaram ao aumento numérico da classe média ao longo do século XX. Por sua vez, como evidenciam os pesquisadores contemporâneos, desde a década de 1990, com a implantação de reformas neoliberais e do processo de reestruturação produtiva nas empresas, algumas ocupações de classe média têm encolhido, embora outras tenham aumentado (como por exemplo, o setor informacional).
Como podemos então caracterizar a classe média? Esta não é uma questão simples. Ela exige um inicial esclarecimento. A maioria dos estudos sobre a classe média parte da teoria weberiana. Para Weber [2], classe social significa a posição dos indivíduos em uma escala de estratificação social, cuja medida é dada pelo montante de renda. Desta forma, aqueles indivíduos que ocupam uma posição intermediária (nem a mais baixa, nem a mais alta) são genericamente denominados classe média. A tradicional classificação em sub-classes A, B, C, D e E tem como fundamento esta visão estratificada. Outros estudiosos do tema sofisticaram um pouco esta classificação inicial de Weber, ao acrescentar ao critério econômico a posição nas relações de mercado (a capacidade de consumo) e nas relações de status e poder.
Contudo, o problema deste esquema de classificação é que as classes são vistas como grupos sobrepostos de indivíduos e não como expressão de relações de conflito e exploração (Marx [3]). De forma bastante sintética, creio que o melhor seria falar em classes médias, ou seja em frações de um conjunto de trabalhadores – os trabalhadores não-manuais –, que têm suas características marcadas pela divisão do trabalho, mais precisamente pela rejeição à igualização socioeconômica entre trabalho manual e não manual. Nesta perspectiva, os trabalhadores de classe média concebem a divisão do trabalho como um dado natural e não como a resultante histórica de um processo inerente à exploração capitalista do trabalho.
IHU On-Line – Qual a contribuição do crescimento econômico do Brasil para o aumento da renda e de pessoas pertencentes à chamada "classe média"?
Patrícia Trópia – Na década de 1990, houve uma alteração significativa na estrutura de classes brasileira. Ocorreram mudanças nas relações de trabalho em função dos processos de reestruturação produtiva e desregulamentação das relações de trabalho, cuja característica principal foi o aumento da informalidade. Desta feita, da condição de assalariados contratados formalmente e com estabilidade na renda, parte relativa dos trabalhadores passou a ser contratada de forma bastante variada – subcontratação indireta (terceirização), subcontratação direta (autônomo) ou contratação regida por metas de produtividade. Uma parcela de trabalhadores da alta classe média converteu-se em pequenos capitalistas ou em trabalhadores especializados autônomos; outra parte de trabalhadores da baixa e média classe média e de trabalhadores manuais passou a ser contratado por tempo determinado ou na condição de prestador de serviços.
Ocorreu também uma mudança na composição ocupacional no Brasil. Houve uma redução nas ocupações agrícolas e industriais e um aumento do setor de serviços. Como sabemos, a taxa de desemprego atingiu o elevado patamar de 18,3% em 1998. Os dados da PNAD apontam que houve uma queda de 18,8% no rendimento dos trabalhadores brasileiros no período 1996-2004, embora o salário mínimo tenha tido neste mesmo período um ganho de 2,2%. Em relação às classes médias, houve uma redução dos quadros administrativos e gerenciais, especialmente os cargos de chefia intermediária e de supervisão. A informatização e a chamada reengenharia de produção reduziram a estrutura hierárquica das grandes empresas (downsizing). Segundo pesquisa realizada por Waldir Quadros [3], no período 1989-94, teria ocorrido uma retração de 19% nos postos de trabalho de classe média.
O setor do comércio, que já era tradicionalmente marcado pelas irregularidades nos contratos, é amplamente afetado pelas flexibilização trabalhista. Outro indicador importante foi o enxugamento do emprego no setor público, ocasionado pelas privatizações e pela política de redução de gastos sociais. A política econômica do governo Lula teria revertido este quadro? Uma breve análise dos dados publicados pela PNAD – Pesquisa nacional por amostra de domicílio – indica que não. As séries históricas relativas à renda dos trabalhadores (PNAD) evidenciam que em todos os níveis ou estratos de classe média houve queda no rendimento. O que deve ser feito para reverter este quadro? Para reverter o impacto negativo das políticas neoliberais são necessários mais do que “ajustes”; será crucial uma efetiva mudança na própria política econômica.
IHU On-Line – Como falar de "classe média" considerando que pessoas com 15 anos de idade já contribuem na renda domiciliar?
Patrícia Trópia – Se um jovem de 15 anos começa a trabalhar, este fato indica que – se todos se mantiverem empregados – há aumento na renda familiar. Mas, como já foi afirmado acima, o critério da renda não é suficiente para caracterizar a inserção na estrutura de classes – ao menos da perspectiva marxista que é a que eu trabalho há anos. É importante afirmar, logo de saída, que o marxismo compreende o indivíduo e a família como expressões de relações de classe. O indivíduo ou a família não são átomos isolados socialmente e nem refratários às condições sociais. O aspecto esclarecedor do conceito marxista de classe é que ele nos permite compreender não apenas a posição social dos indivíduos, mas de suas famílias. É possível haver mobilidade social, ou seja, um indivíduo cuja origem era operária ou camponesa pode ascender à condição de trabalhador não-manual e, levando em conta esta base conceitual, tornar-se classe média.
Isso acaba interferindo social, econômica e culturalmente em sua família e, em termos geracionais, a tendência será a reprodução desta condição de classe média para seus filhos, imantando assim as aspirações tipicamente de classe média para o seu círculo de convivência e de parentesco mais próximo. Mas tudo isso é uma possibilidade condicionada pela conjuntura histórica. Neste sentido, o fato de um filho já estar inserido no mercado de trabalho e contribuir para a renda familiar pode, ou não, mudar a condição de classe familiar. Isto depende da inserção do jovem na divisão do trabalho – se trabalhador manual ou trabalhador não manual e não, apenas, do montante de renda.
IHU On-Line – De que forma essa "nova classe média" poderá ser afetada pela crise da economia internacional?
Patrícia Trópia – A classe média é sempre afetada pelas ações políticas. Em certas conjunturas de crise, a classe média pode se beneficiar – como foi o caso da crise política que instituiu a ditadura militar – ou então pode sofrer constrangimentos econômicos – ,como o que ocorreu no período de recessão do início dos anos de 1980. Mas a classe média não é afetada da mesma forma e com a mesma intensidade. É importante termos em mente que a classe média não é um bloco homogêneo. As frações da classe média – como costumamos chamar – têm situações de trabalho muito diferentes e, o que é muito importante, posicionamentos políticos, aspirações ideológicas e, portanto, objetivos políticos muito variados internamente. Quanto à atual crise internacional, podemos, no máximo, levantar algumas hipóteses.
Ainda não sabemos os efeitos da atual crise financeira no Brasil. O que é plausível supor é que, com a escassez de crédito que certamente acontecerá, os setores exportadores e setores produtivos internos serão afetados. E, se os trabalhadores deixarem, eles próprios “pagarão a conta”. Há alguns dias, a professora Leda Paulani [5], em uma entrevista a este jornal, tratou exatamente da crise financeira atual. Segundo Paulani, embora o governo Lula reafirme que os fundamentos da economia estão sólidos, seremos afetados pela escassez de crédito. Já saiu nos jornais que algumas grandes montadoras darão férias coletivas até terem um real cenário da crise financeira. Eu diria que, caso os trabalhadores não se organizem nem resistam, o modelo neoliberal pode, inclusive, ser recrudescido, ao invés de abalado. Uma crise econômica pode vir acompanhada de uma crise política, mas mudanças no rumo da política só ocorrem em função das pressões das forças sociais.
Sobre o impacto da crise financeira na classe média, o que se pode supor é que os investimentos no mercado de ações, que têm atraído cada vez mais as classes médias, já estão gerando grandes perdas e os investidores que precisam da liquidez no curto prazo já estão sem chão.
IHU On-Line – Para a senhora, quem é quem dentro dessa "nova classe média"?
Patrícia Trópia – A classe média é, como dissemos, um conjunto muito heterogêneo de trabalhadores não-manuais. Para compreender o fracionamento da classe média é importante analisar a situação de trabalho, a maior ou menor disposição dos trabalhadores manuais à ideologia meritocrática, entre outras variáveis.
IHU On-Line – Qual é a contribuição das políticas sociais de erradicação da pobreza e da fome para o resultado que apareceu recentemente nas pesquisas? Em que medida os benefícios sociais do governo contribuem para uma heterogeneidade da classe média?
Patrícia Trópia – As políticas sociais do governo Lula têm um caráter compensatório. Embora de uma perspectiva social elas sejam importantes, diminuem as mazelas e o sofrimento imediato das famílias muito pobres, tais políticas não contribuem para reduzir as efetivas causas dos problemas que elas supõem acabar. Políticas compensatórias não alteram a concentração da renda, nem a desigualdade em relação à distribuição de renda. Este é o primeiro comentário a fazer. Em segundo lugar – e respondendo mais diretamente à questão –, estas políticas pouco afetam as classes médias. O que se pode dizer é que a redução de gastos sociais e a política de desregulamentação das relações de trabalho – políticas tipicamente neoliberais – afetam muito as frações das classes médias que dependiam do Estado para sua reprodução.
Por sua vez, a heterogeneidade da classe média deve ser pensada em termos socioeconômicos e também em termos políticos. Isso significa que a situação de trabalho da classe média é heterogênea (forma e montante salarial diferentes, titulação, relações de trabalho – maior ou menor contato com público). Significa também que a posição político-ideológica das frações da classe média também varia de acordo com as conjunturas. As posições políticas das frações da classe média podem ser distintas (ver, por exemplo, o comportamento sindical de professores do setor público e do setor privado, ou o comportamento sindical de comerciários, quando comparado aos bancários). Algumas frações são ativas e reivindicativas enquanto outras são conservadoras e, até mesmo, reacionárias.
O sindicalismo comerciário de São Paulo – setor que eu estudei quando fiz minha dissertação de mestrado –, justamente porque está sustentado em um setor do comércio (cuja situação de trabalho caracteriza-se pela dispersão dos trabalhadores em pequenos e médios estabelecimentos comerciais, que tem uma forma de remuneração variável, cujo trabalhador tem um contato direto com o público), tende ao conservadorismo. Por sua vez e em determinadas conjunturas, as frações da classe média convergem politicamente; contudo as razões da convergência podem ser de naturezas diversas. Exemplifico.
Na atual conjuntura, as frações da classe média tendem a apoiar a proposta de política para o ensino superior do governo Lula. Mas as razões que levam as frações da classe média a convergir no apoio à política para o ensino superior são bastante distintas. Enquanto a baixa classe média – que se encontra em uma situação de desvantagem na concorrência pelas vagas nas universidades públicas e por isso anseia pela justa ampliação do ensino superior – tem uma posição ambígua – ora de apoio à ampliação de vagas nas instituições públicas, ora de apoio à expansão de vagas nas particulares – seja por interesse imediato, seja por ressentimento de classe –, a alta classe média apóia a presente política para o ensino superior justamente por que ela dualiza, e neste sentido, distingue, a seu favor, os diplomas, o que de resto lhe garante as melhores oportunidades no mercado de trabalho.
Por que isso ocorre? A basculagem da classe média e, de resto, seu comportamento político mais à direita ou à esquerda deve ser compreendido como um fenômeno típico. Os parâmetros da classe média são dados pelo fato dos trabalhadores conceberem a divisão do trabalho como um dado natural e por isso pressuporem que as tarefas manuais são socialmente inferiores degradantes. E, finalmente, a sua condição de trabalhadores não-manuais deve receber o reconhecimento social e econômico.
IHU On-Line – O sociólogo estadunidense Wright Mills afirma que podemos considerar que a classe média representa a síntese das aspirações do conjunto da sociedade capitalista contemporânea. De que forma o consumo e o liberalismo poderão ser conduzidos, desenvolvidos e até avançados no país?
Patrícia Trópia – Esta é uma afirmação muito genérica e por ser genérica pode mais confundir do que esclarecer. É importante observar que há certas disposições ideológicas que são típicas da classe média: o mito do estado protetor, a ideologia meritocrática, a ideologia da ascensão social pela via escolar. Isto não significa que outros segmentos sociais não possam incorporar estas disposições ideológicas. As ideologias, embora tenham sua origem vinculada a determinadas classes, transbordam-nas e podem ser incorporadas e ressignificadas por outros segmentos sociais. O mito da ascensão social pela via escolar está disseminado nas frações das classes média e pode, também, ser secretado pelos trabalhadores manuais. O (neo)liberalismo, ideologia tipicamente burguesa, também se difunde por todo o conjunto social. O processo de difusão ideológica é complexo, mas – como Gramsci [6] já assinalou – fundamental para a dominação de classe.
IHU On-Line – A senhora tem trabalhado a questão do neoliberalismo no meio docente. Como a questão de classes, a economia e o neoliberalismo influenciam o modo de educar dos docentes brasileiros, tanto universitários quando da formação básica e média?
Patrícia Trópia – As políticas neoliberais têm impactado no trabalho e no movimento sindical docente. Este impacto é diverso, mas tem afetado em geral os professores do setor público e privado e em todos os níveis de ensino. As condições de trabalho dos docentes do setor público encontram-se mais precarizadas, seja em função dos salários, seja em função da redução de recursos para manutenção de escolas ou universidades. Por sua vez, o setor público tem se utilizado de contratos temporários para preencher vagas necessárias – contratos que não garantem estabilidade, nem os mesmos direitos trabalhistas aos professores. No setor privado, tem ocorrido inclusive a contratação de professores na condição de prestadores de serviços. É bem verdade que, no setor público, o movimento sindical docente tem sido um dos poucos setores de resistência ao modelo neoliberal, mas no setor privado a resistência tem dado espaço à retração e ao apoio a certos aspectos da política neoliberal como a do ProUni.
Na educação básica, as mudanças nas políticas educacionais – que visam à otimização da escola, a redução de gastos públicos – rebatem no cotidiano do trabalho dos professores: o retorno da cartilha por meio da recente política paulista denominada “São Paulo faz escola”, por exemplo, têm o condão de retirar do professor a autonomia didático-pedagógica. Esta política está baseada na suposição de que o professor não é competente o suficiente para reverter os baixos níveis de desempenho dos alunos, quadro este que foi, paradoxalmente, produzido pelas próprias políticas neoliberais. Politicamente, está oculta a necessidade de contenção do próprio movimento. A desvalorização salarial, social e profissional pode repercutir nas disposições ideológicas deste segmento de classe média. Contudo, a resposta do movimento docente, embora importante, tem sido insuficiente para reverter o bombardeio por ele sofrido.
Notas:
[1] Charles Wright Mills foi um sociólogo estadunidense. É mestre em artes, filosofia e sociologia pela Universidade do Texas, doutorou-se em sociologia e antropologia pela Universidade de Wisconsin. Foi professor de Sociologia das Universidades de Maryland e Columbia. Para Mills, a racionalidade do mundo ocidental da atualidade não produziu a indispensável libertação do ser humano, já que as principais idelogias desenvolvidas – capitalismo e socialismo – não se mostraram aptas a prever e controlar intensos processos de mudança social.
[2] Maximillian Carl Emil Weber foi um intelectual alemão, jurista, economista e considerado um dos fundadores da sociologia. A obra de Weber, complexa e profunda, constitui um momento da compreensão dos fenômenos históricos e sociais e, ao mesmo tempo, da reflexão sobre o método das ciências histórico-sociais. Historiador, sociólogo, economista e político, Weber trata dos problemas metodológicos com a consciência das dificuldades que emergem do trabalho efetivo do historiador e do sociólogo, sobretudo com a competência do historiador, do sociólogo, e do economista.
[3] Karl Heinrich Marx foi fundador de uma das grandes teorias que iria influenciar os séculos dezenove e vinte, intelectual alemão, economista, sendo considerado um dos fundadores da Sociologia e militante da Primeira e Segunda Internacional. Também é possível encontrar a influência de Marx em várias outras áreas, tais como filosofia e história. Teve participação como intelectual e como revolucionário no movimento operário, escrevendo o Manifesto Comunista.
[4] Waldir José de Quadros é economista formado pela Universidade de São Paulo com mestrado e doutorado em Ciências Econômicas pela Unicamp, onde obteve, também, Livre-Docência. Desde 1992, é professor da Universidade Estadual de Campinas. Confira a entrevista que o professor concedeu à Revista IHU On-Line nº 270 e ao sítio do IHU em 12-09-2007.
[5] Leda Paulani é doutora em Teoria Econômica, pelo Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo (USP). Obteve livre docência pela mesma universidade e é presidente da Sociedade Brasileira de Economia Política, pesquisadora do Instituto de Pesquisas Econômicas e professora da USP, além de ser autora de obras como Modernidade e discurso econômico (São Paulo: Boitempo Editorial, 2005) e Brasil Delivery: servidão financeira e estado de emergência econômico (São Paulo: Boitempo Editorial, 2008). Confira a entrevista que a professora concedeu à Revista IHU On-Line nº 276 e ao sítio do IHU em 29-02-2008 e 07-10-2007.
[6] Antonio Gramsci foi um político, filósofo e cientista político, comunista e anti-fascista italiano. A necessidade de criar uma cultura da classe trabalhadora está relacionado com a proposta que Gramsci fez para um novo tipo de educação que pudesse desenvolver intelectuais na a classe operária e para ela. Suas idéias para um sistema educacional deste tipo correspondem à noção de pedagogia crítica e educação popular, segundo foram teorizadas e postas em prática décadas depois por Paulo Freire no Brasil. Por este motivo, promotores de educação popular e de educação para adultos consideram Gramsci como uma voz a ser ouvida até os nossos dias. As idéias de Gramsci também serviram de base para a criação da chamada Teologia da Libertação. Confira a Revista IHU On-Line nº 231 cujo título é Gramsci, 70 anos depois.
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Nova classe média: uma síntese do capitalismo. Entrevista especial com Patrícia Trópia - Instituto Humanitas Unisinos - IHU