Estudo mostra impactos socioambientais e econômicos do carvão em Candiota

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18 Dezembro 2024

O Rio Grande do Sul concentra nada menos que 90% das reservas brasileiras desse combustível fóssil, e apenas Candiota, no sul gaúcho, detém 40% delas.

A reportagem é publicada por ClimaInfo, 18-12-2024.

As mudanças climáticas tornaram duas vezes mais prováveis as chuvas históricas que inundaram praticamente todo o Rio Grande do Sul em maio, mostrou um estudo da rede global de cientistas World Weather Attribution (WWA). A ciência também já provou que é a queima de combustíveis fósseis – entre eles o carvão – a principal responsável pelas alterações no clima.

O mesmo Rio Grande do Sul atingido pela maior tragédia climática do país detém 90% das reservas brasileiras de carvão mineral – apenas uma cidade, Candiota, concentra 40% delas. Candiota também abriga grandes usinas a carvão, com enormes emissões de gases de efeito estufa. Um inventário do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA) apontou que Candiota 3 liderou as emissões de 72 termelétricas do país em 2022, com 12% do total.

Para mostrar os impactos desse combustível fóssil regionalmente, no Brasil e no clima global, o Instituto Arayara lançou o Monitor do Carvão Mineral. O lançamento ocorreu na 2ª feira (16/12) na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, quando o gerente de transição energética e clima da Arayara, John Wurdig, apresentou também o relatório “UTE Candiota 2050 – O futuro insustentável da produção de energia elétrica a partir do carvão mineral subsidiado”.

De acordo com o documento, somente no ano passado os consumidores brasileiros pagaram R$ 1,13 bilhão em subsídios para as térmicas a carvão, por meio da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), destaca o Brasil de Fato. Com as benesses para essas usinas incluídas no projeto de lei 576/2021, que cria um marco legal para eólicas offshore, o Arayara calcula que somente a Companhia Riograndense de Mineração (CRM), responsável pela mineração de carvão em Candiota, receberá R$ 4 bilhões em subsídios até 2050, informa o Megawhat.

A queima de carvão em Candiota 3 ocorre há muitas décadas. Mais recentemente, em 2019, entrou em operação a usina de Pampa Sul, último empreendimento a carvão mineral financiado pelo BNDES. Segundo Wurdig, juntas, as duas usinas fazem do município o maior emissor de gases do efeito estufa do estado.

Em julho, o Arayara protocolou uma ação civil pública cobrando do governo gaúcho um plano de transição energética com foco no descomissionamento de térmicas a carvão como Candiota 3. A ação também demanda a garantia de participação da população na construção desta transição, que faz parte do Programa ProClima 2050 do governo estadual. A entidade ainda reforçou que a desativação das térmicas deve incluir a proteção dos trabalhadores da usina, da mina e da cidade como um todo.

O Monitor do Carvão Mineral é a primeira etapa do Monitor da Energia. Trata-se de um projeto mais abrangente do Arayara sobre a matriz energética brasileira, que será lançado gradualmente.

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