06 Setembro 2024
Grande parte é queimada ao ar livre, ameaçando a saúde humana e demonstrando a contínua dificuldade global em gerenciar a poluição plástica, mostra novo estudo.
A reportagem é publicada por ClimaInfo, 06-09-2024.
Todos os anos, geramos cerca de 52 milhões de toneladas de resíduos plásticos, que vão parar em todos os lugares do mundo, inclusive nos nossos cérebros. Desse total, 57% são queimados ao ar livre. Além dessa incineração ser uma ameaça à saúde pública, ela demonstra a contínua dificuldade em gerenciar a poluição plástica.
Os dados são de um estudo de pesquisadores da Universidade de Leeds publicado na revista científica Nature. O volume produzido anualmente daria para encher o Central Park, em Nova York, com resíduos plásticos na altura do Empire State Building, compara a AP. E tem peso equivalente a 42 pirâmides de Gizé, no Egito, segundo o Washington Post.
A pesquisa considerou pontos críticos de geração de resíduos plásticos em 50.702 municípios em todo o mundo e verificou que vários países do Sul Global estão entre os maiores poluidores quando se trata da queima, relata a France24. Municípios da Índia queimaram cerca de 5,8 milhões de toneladas de plástico em 2020. A Indonésia queimou cerca de 1,9 milhão de toneladas. E a Rússia queimou abertamente mais de 1,4 milhão de toneladas de plástico no mesmo ano.
Em comentário na Nature, o professor Matthew McLeod, da Universidade de Estocolmo, destaca que o problema não se resume à gestão: “Os dados [da pesquisa] mostram que combater a poluição plástica exigirá a redução da produção e do consumo”.
O banco de investimentos Morgan Stanley não tem mais uma meta explícita para combater a poluição plástica por meio de sua carteira de financiamentos. Em seu último relatório ESG, publicado na 4ª feira (4/9), a empresa omitiu um compromisso anterior, de facilitar prevenção, remoção ou redução de 50 milhões de toneladas de resíduos plásticos do meio ambiente até 2030. Uma página na web que detalhava o compromisso da empresa com plásticos agora exibe a mensagem “não conseguimos encontrar sua página”, informa a Bloomberg. Um porta-voz do Morgan Stanley disse que os resíduos plásticos “continuam sendo um foco de sustentabilidade”, mas que a mudança sobre plásticos no relatório foi ligada a dificuldades com “a qualidade dos dados necessários para atender aos nossos padrões de divulgação”. Então tá.