O vírus do ódio. Artigo de Tonio Dell'Olio

Foto: National Cancer Institute | Unsplash

Mais Lidos

  • Cristo Rei ou Cristo servidor? Comentário de Adroaldo Palaoro

    LER MAIS
  • Dois projetos de poder, dois destinos para a República: a urgência de uma escolha civilizatória. Artigo de Thiago Gama

    LER MAIS
  • Desce da cruz: a sedução dos algoritmos. Comentário de Ana Casarotti

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

23 Outubro 2023

"E se torna uma epidemia sem vacina. De repente, todos se sentem feridos pelo mesmo inimigo indistinto. Porque o inimigo se torna um povo inteiro, uma comunidade inteira, todos aqueles que têm pelo menos uma ligeira semelhança com o grupo étnico ao qual é atribuída a culpa pela dor injusta", escreve Tonio Dell’Olio, padre, jornalista e presidente da associação Pro Civitate Christiana, em artigo publicado por Mosaico di Pace, 19-10-2023. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

Se é verdade que nestes dias a dolorosa contagem dos mortos faz chorar o nosso coração, não devemos ignorar o ódio que está sendo abundantemente semeado para o futuro.

A raiva e a dor tornam-se uma ferida destinada a sangrar durante anos e anos. Cada um chora os seus mortos e amaldiçoa aqueles que os mataram. A dor torna-se o combustível do rancor que se aninha à porta da alma e espera para dar vazão à sua raiva. Como um incêndio, aquela raiva torna-se uma sede irracional de vingança que nunca servirá para devolver a vida dos entes queridos. Como um incêndio, aquela cólera espalha-se dos familiares para toda a comunidade e desta para a religião a que se pertence e para todos os outros laços identitários e constitui um vínculo para cada um, onde quer que viva.

E se torna uma epidemia sem vacina. De repente, todos se sentem feridos pelo mesmo inimigo indistinto. Porque o inimigo se torna um povo inteiro, uma comunidade inteira, todos aqueles que têm pelo menos uma ligeira semelhança com o grupo étnico ao qual é atribuída a culpa pela dor injusta.

Quem não concorda com esse esquema é considerado um traidor, um infame, um covarde, um indigno. E, em vez disso, precisamos mais do que nunca neste momento de pessoas-ponte que tenham a coragem de desvendar esse mecanismo perverso e começar a consertar a situação. São necessários laboratórios que inventem a vacina contra a difusão do vírus que hoje ceifa vítimas e está pronto para atacar o amanhã.

Leia mais