Websérie mostra trabalho de recuperação de manguezais no Paraná

Área de manejo de braquiárias-d'água na baía de Antonina/PR (Foto: Gabriel Marchi | ((o))eco))

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07 Julho 2023

Olha o Clima, Litoral!”, que estreou na quarta, retratará em 6 episódios as ações socioambientais realizadas pela ONG Mater Natura na região da Baía de Antonina.

A reportagem é de Gabriel Tussini, publicada por ((o))eco, 03-07-2023. 

Estreou na quarta da semana passada (28) a websérieOlha o Clima, Litoral!”, que mostra de perto ações de recuperação ambiental no litoral do Paraná. A série será exibida em 6 episódios, lançados até o final do ano que vem, e é produzida pela ONG Mater Natura, que executa um projeto de mesmo nome da série em parceria com o Instituto de Biociências, Campus do Litoral Paulista (IB-CLP) da Universidade Estadual Paulista (UNESP), e apoiado pelo programa Petrobras Socioambiental. O trailer e o primeiro episódio podem ser acompanhados pela playlist no YouTube e pelas redes sociais do projeto.

A iniciativa retratada pela série tem o seu principal foco na conservação dos manguezais paranaenses, que por lá ocorrem nos estuários, regiões protegidas do mar aberto onde a água salgada do oceano se encontra com a água doce dos rios. O litoral do Paraná é o segundo menor do país, com cerca de 100 km – maior apenas que o do Piauí –, mas conta com uma grande biodiversidade abrigada nos manguezais e brejos salinos, ameaçados pela invasão de espécies exóticas, pelas mudanças climáticas e pelo aumento do nível do mar.

“Esses ecossistemas são muito ricos em biodiversidade e importantíssimos para nós, por serem berçários da vida marinha, protetores das áreas costeiras, grandes atenuadores de efeitos da mudança climática e fornecedores de alimento para diversas espécies, incluindo o ser humano”, explica o biólogo e coordenador do projeto Olha o Clima, Litoral!, Marcos Bornschein.

Baía de Antonina, Paraná. (Foto: Gabriel Marchi | ((o))eco)

O primeiro dos seis episódios mostra o combate às braquiárias-d’água, tipo de capim exótico, nativo do continente africano, trazido para servir de pasto na criação de bois e búfalos. Diferentes espécies de braquiárias se tornaram um problema sério em diversas partes do Brasil, e as braquiárias d’água colonizam parte importante do litoral paranaense – 75 hectares do estuário da Baía de Antonina, próxima à cidade portuária de Paranaguá, contaminados biologicamente pela espécie invasora.

“As braquiárias sufocam as plantas nativas de brejos e manguezais, diminuindo a riqueza de espécies e provocando a perda de ambientes para muitos animais”, explica a pesquisadora responsável pelas ações de restauração e monitoramento do projeto, Larissa Teixeira. A invasão de espécies exóticas é considerada a segunda maior causa de extinção de espécies no mundo, atrás apenas da perda de ambientes causada pela exploração humana direta. “Realizamos o manejo das braquiárias-d’água com o rastoreio raso mecânico, que é o corte das plantas com roçadeira o mais próximo possível das raízes. A biomassa roçada é empilhada em montes, que são revirados algumas vezes até que as braquiárias deixem de brotar”, completa.

Até o final de 2024, a meta do projeto “Olha o Clima, Litoral!” é restaurar 6 hectares de manguezais e brejos salinos da Baía de Antonina. Além disso, estão previstas ainda a realização de uma modelagem climática para mapear possíveis alterações na distribuição dos manguezais com base em mudanças do nível do mar, e ações socioambientais com pescadores e comunidades da baía, onde serão discutidas estratégias de conservação, os impactos das mudanças climáticas e a manutenção da qualidade de vida. Estudantes e professores da rede pública local também serão incluídos nas ações, segundo a Mater Natura.

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