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Morre Pe. Jaime Crowe, um ‘profeta’ na luta pelos direitos humanos

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23 Fevereiro 2023

Enviado da Irlanda para ‘combater o comunismo’ no Brasil, o sacerdote descobriu que os verdadeiros problemas do país eram a fome, a desigualdade e a violência, contra os quais decidiu lutar por toda a sua vida.

Padre Jaime Crowe viveu durante meio século no Brasil | Foto: Santos Mártires

A reportagem é de Carolina Maingué Pires, publicado por Ponte Jornalismo, 21-02-2023.

Quando tinha 24 anos, em 1969, o padre irlandês Jaime Crowe recebeu uma tarefa da Sociedade Missionária São Patrício que mudaria sua vida. Ele foi um dos jovens sacerdotes escolhidos pela Igreja Católica para ir ao Brasil, com a missão de “combater o comunismo” na América Latina. Após atravessar o Atlântico, descobriu que os problemas do país eram outros. “Que comunismo? Aqui tem é gente passando fome”, costumava dizer, conforme o relato da escritora Maria Isabel Lopes Correa.

Jaime Crowe preferiu lutar pela vida, contra a violência da pobreza e do Estado. Tornou-se uma referência na luta pelos direitos humanos em São Paulo, onde viveu até o perto do final da sua vida. Ele só deixou o Brasil no ano passado, após meio século de atuação, e voltou à Irlanda para cuidar da saúde. Foi ali, na cidade de Limerick, que o padre morreu nesta segunda-feira (20/2), aos 77 anos, de infarto.

“Um padre que vai além dos muros da igreja para pregar a paz, o amor, a cidadania e a esperança”, relembrou a Sociedade Santos Mártires, criada por ele para atender a população pobre da zona sul da cidade de São Paulo. Carlos Alberto de Souza Junior, 29 anos, que já foi atendido por diversos projetos dos Santos Mártires e hoje é responsável pela comunicação da entidade, disse à Ponte: “Não sei se a esperança pode ser colocada numa pessoa física, mas o Jaime trazia sempre um ar de esperança nas situações mais complicadas. Enquanto liderança religiosa, pra mim, ele sempre foi um profeta”.

O presidente Lula (PT) disse que recebeu com tristeza a notícia da morte do sacerdote e ativista, “que tanto fez pelo Jardim Ângela, na Zona Sul de São Paulo, liderando a comunidade em defesa da paz e da vida”.

Com tristeza recebi a notícia do falecimento do Pe. Jaime Crowe, que tanto fez pelo Jardim Ângela, na Zona Sul de São Paulo, liderando a comunidade em defesa da paz e da vida. Meu abraço fraterno aos amigos e admiradores do padre Jaime.

— Lula (@LulaOficial) February 20, 2023

Vinculado à Diocese de Campo Limpo, na capital paulista, padre Jaime foi morar na cidade de Embu, na Grande SP, onde deu início aos Círculos Bíblicos e às mobilizações que deram origem às primeiras Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) da cidade. As CEBs são organismos da Igreja Católica que procuram aliar a reflexão bíblica à ação social, com forte participação social.

A escritora Maria Isabel Lopes Correa, uma das organizadoras do livro Fé e política (Vozes), sobre o trabalho das Comunidades Eclesiais de Base nas periferias brasileiras, conheceu de perto a atuação do padre Jaime. Ela conta que, em 1974, ele se mudou para o bairro Jardim Santa Emília, no fim da linha de ônibus do município. Ali, fundou a Paróquia de Todos os Santos, responsável por fazer diversas denúncias sobre prisões arbitrárias de jovens e trabalhadores pela Polícia Militar da região.

O trabalho da paróquia incomodou as autoridades da época. A Isabel, o padre contou que, em uma das reuniões realizadas na igreja com juízes, advogados e representantes do poder público para discutir as prisões arbitrárias, os organizadores notaram que um paletó jogado sobre a mesa escondia um gravador de voz. Quando foram tentar recolhê-lo, um policial à paisana agarrou o paletó e saiu correndo do encontro.

Quando Jaime Crowe denunciou as falhas da prefeitura de Embu no acolhimento aos desabrigados por conta das enchentes na cidade, o prefeito da cidade, Joaquim Matias de Morais, cogitou utilizar o Estatuto do Estrangeiro para frear a atuação do padre. “Se a Igreja só fizesse política, tudo bem, mas a preocupação do padre é jogar a população contra a gente”, reclamou o político, em entrevista à Folha de S.Paulo, em dezembro de 1981.

Padre Jaime durante a 25ª edição da Caminhada pela Vida e Paz, em 2020. (Foto: Jeniffer Estevam | Ponte Jornalismo)

Jaime não se importava com as dificuldades que enfrentava, dizendo que, quando era criança, o seu pai, que trabalhava na roça, tinha o costume de passar o trator por cima das ramas de trigo mais bonitas. Ele dizia que, assim, elas cresceriam mais fortes. “Acho que as coisas da vida são assim também — se nos pisam, ficamos mais fortes”, escreveu para o livro de Isabel.

Pela vida e paz

Em 1987, Jaime Crowe foi transferido para a cidade de São Paulo, onde fundou a Paróquia Santos Mártires, no Jardim Ângela, na zona sul. A imprensa noticiou que, em 1996, o bairro foi considerado o mais violento do mundo pela Organização das Nações Unidas (ONU). Um ano antes do título concedido pela ONU, Crowe ajudou a fundar a Caminhada pela Vida e Paz, que, em todo 2 de novembro, Dia de Finados, homenageia as vítimas da violência de Estado.

Em entrevista à Ponte durante a Caminhada pela Vida e Paz de 2020, o padre comemorou a redução da violência no Jardim Ângela que testemunhou ao longo dos anos, quando os taxas caíram de 120 homicídios por 100 mil habitantes, nos anos 90, para 25 por 100 mil, e atribuiu essa queda à mobilização popular e às lutas da população. Mas continuava inconformado com a pobreza e a desigualdade social, agravados pela epidemia de Covid-19. “A vida está desrespeitada com tamanha desigualdade”, denunciou.

A Sociedade Santos Mártires, associação sem fins lucrativos criada pelo padre, além de organizar a Caminhada pela Vida e Paz também criou uma série de projetos para atender a população. Hoje, cerca de 10 mil pessoas são atendidas pela entidade, com trabalhos que vão desde creches até atendimento psicológico para mulheres agredidas.

Em 2016, Jaime Crowe recebeu o Prêmio de Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns, do Município de São Paulo. Segundo o teólogo Fernando Altemeyer, membro da área de Ciência da Religião da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), o padre foi um nome de grande importância para a criação da Pastoral Operária e da Comissão de Direitos Humanos da região sul da cidade, que deu origem ao Centro de Direitos Humanos e Educação Popular de Campo Limpo (CDHEP).

Leia mais

  • ‘A violência policial vem do anonimato da polícia’. Entrevista com Padre Jaime Crowe
  • Os coletivos criminais e o aparato policial. A vida na periferia sob cerco. Revista IHU On-Line, Nº. 506
  • Em SP, morador dos Jardins vive 23,7 anos a mais do que o do Jardim Ângela, aponta Mapa da Desigualdade
  • A violência policial como dispositivo da ordem política. Artigo de Donatella Di Cesare
  • Vulnerabilidade da população negra à violência policial e à pandemia revela racismo estrutural no Brasil
  • Violência, pobreza, cultura e potência. A periferia e as tentativas de transformação da realidade. Entrevista especial com Tiaraju D’Andrea
  • CEBs: uma Igreja que vive a Espiritualidade da Libertação

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