Ibama emite licença prévia para reconstrução da BR 319, no AM

Foto: Agencia CNT de Noticias | Wikimedia Commons

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02 Agosto 2022

 

Anúncio de reconstrução ocorre no mesmo dia em que pesquisa eleitoral apresenta cenário desfavorável ao presidente. Rodovia abre caminho para desmatar parte mais preservada da floresta amazônica.

 

A reportagem é de Daniele Bragança, publicada por ((o))eco, 29-07-2022.

 

Na esteira de mais uma pesquisa eleitoral desfavorável, o governo federal anunciou na noite desta quinta-feira (28) que o Ibama emitiu a licença prévia para a reconstrução do trecho do meio da BR 319, a parte mais preservada da estrada. A obra tem grande apelo eleitoral e irá recuperar um trecho de 400 km hoje tomado pela floresta, fazendo a rodovia ligar Manaus a Porto Velho. A licença, assinada pelo presidente do Ibama, Eduardo Bim, prevê a construção de três guaritas para fazer o monitoramento e fiscalização da área.

 

A interligação rodoviária da capital amazonense com a de Rondônia é uma das principais promessas do governo Jair Bolsonaro para o estado e tem forte apelo eleitoral, tanto dele quanto de lideranças políticas locais. Segundo a última pesquisa do Datafolha, Bolsonaro e Lula seguem tecnicamente empatados na região Norte (41% para Lula e 39% para Bolsonaro).

 

Em tom de campanha, o presidente da República comemorou a licença no Twitter: “Os brasileiros já haviam se acostumado com carros e caminhões atolando na BR 319, que liga Porto Velho-RO a Manaus-AM. Esse tempo, felizmente, está chegando ao fim”, disse.

 

Extensão da BR-319, conhecida como Manaus-Porto Velho. (Foto: Fayopo2 | Wikimedia commons)

 

A licença prévia sugere a criação de uma Unidade de Conservação de Uso Sustentável para garantir o usufruto “sustentável e exclusivo dos povos Mura e Munduruku, que tradicionalmente já habitam a região do Lago Capanã”, que serão impactados pela rodovia (Leia a licença prévia aqui).

 

A BR-319 foi oficialmente inaugurada em 1976, permanecendo com tráfego constante até 1988. Com elevados custos de manutenção vistos como não compensatórios por conta da sua baixa utilização, a estrada foi abandonada pelo governo no final da década de 1980.

 

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