O Centro Simon Wiesenthal deu ao Papa Francisco um documento de Hitler onde ele fala sobre a eliminação dos judeus

Foto: Vatican Media

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27 Junho 2022

 

Ao aceitar o documento, o Sumo Pontífice denunciou o crescente antissemitismo e destacou a importância de "recordar a história para que ela esteja a serviço do futuro".

 

A reportagem foi publicada por Infobae, 22-06-2022.

 

Uma delegação internacional de 30 membros do Centro Simon Wiesenthal (SWC) reuniu-se esta quarta-feira com o Papa Francisco no Vaticano para lhe apresentar uma cópia de um relatório original, escrito e assinado por Adolf Hitler, no qual defende abertamentea destruição do povo judeu por "um governo de alcance e força nacional".

 

A cópia do documento, cujo original está em exibição no Museu da Tolerância do SWC em Los Angeles, foi apresentado ao Sumo Pontífice pelo fundador e CEO Rabi Marvin Hier e por Dawn Arnall, presidente da principal ONG de direitos humanos dos judeus.

 

 (Foto: Reprodução)

 

Na carta, Hitler escreveu:“Nosso objetivo final... deve ser a eliminação intransigente de todos os judeus completamente. Ambos são possíveis apenas sob um governo de alcance e força nacional, nunca sob um governo de impotência nacional”.

 

“O que começou como a opinião de um homem”, observou o rabino Hier, “se tornaria a política estatal da Alemanha nazista 22 anos depois, levando ao assassinato sistemático de um terço dos judeus do mundo”. Ele acrescentou: "Este documento mostra o poder das palavras e é um aviso para que todos levem a sério as ameaças de qualquer demagogo".

 

Além disso, o rabino considerou: “Nosso mundo precisa de sua liderança agora mais do que nunca. Como Simon Wiesenthal lembrou a todos nós: 'A liberdade não é um presente do céu, é algo pelo qual temos que lutar todos os dias'”.

 

Por sua vez, o Papa denunciou a atual onda de antissemitismo e alertou que a ameaça do populismo continua sendo uma ameaça. O Sumo Pontífice destacou que a carta escrita e assinada por Hitler em 1919 revelava que o ditador não se preocupava com o povo alemão, mas com a promoção de uma ideologia perigosa. Além disso, ele instou o SWC a "continuar a servir de ponte entre o passado e o futuro".

 

Nos comentários do rabino Hier ao Papa, ele listou as estatísticas de ambos os lados do Atlântico confirmando o aumento do antissemitismo, com violentos crimes de ódio. O Papa Francisco agradeceu ao Centro Simon Wiesenthal por proteger a memória do passado.

 

Nesse sentido, Hier falou sobre o homônimo da organização de direitos humanos, sobrevivente do Holocausto que virou caçador de nazistas Simon Wiesenthal, e como ele reagiria aos eventos atuais.

 

Contra tal onda de ódio, Simon teria perguntado:'Como é possível que os líderes mundiais, sabendo o que está acontecendo, ainda queiram fazer um acordo com o Irã sobre armas nucleares quando seus líderes negam que tenha havido um Auschwitz ou um Treblinka?; que continuam a pregar que nenhum judeu jamais foi assassinado nas câmaras de gás? Como as Nações Unidas e o mundo podem confiar em um regime que nos últimos 43 anos nunca se desviou dessas mentiras descaradas? Se isso não for assustador o suficiente, veja o que a Rússia de Putin está fazendo com o povo da Ucrânia. Como pode um país, que sofreu a ira de Hitler, dar a volta por cima e adotar suas mesmas táticas? Massacrar pessoas inocentes, bombardear hospitais, orfanatos e escolas”, relatou o rabino.

 

Além disso, o rabino Hier acrescentou: “Estamos diante de vocês hoje, 80 anos após a infame Conferência de Wannsee, onde 15 oficiais nazistas, oito deles doutorados em algumas das melhores universidades, tomaram a decisão de assassinar em massa todos os judeus da Europa, em acordo com as ordens de Hitler. Em maio de 1945, além de seis milhões de judeus, milhões de não-judeus também foram assassinados, incluindo ciganos, eslavos, homossexuais e outros inimigos do Reich. Por isso, Santidade, viemos aqui hoje entregar aos Arquivos Vaticanos um dos documentos mais significativos da história da humanidade; uma cópia de uma carta original, datilografada e assinada por Hitler em 16 de setembro de 1919, na qual ele projeta abertamente a necessidade da eliminação total da população judaica na Europa”.

 

O Simon Wiesenthal Center é uma das maiores organizações judaicas internacionais de direitos humanos, com mais de 400.000 famílias membros nos Estados Unidos. É uma ONG com presença em organismos internacionais como as Nações Unidas, a UNESCO, a OSCE, a OEA, o Conselho da Europa e o Parlamento Latino-Americano (Parlatino).

 

Os participantes da delegação incluíram a filantropa e presidente do conselho do SWC Dawn Arnall; Rabino Abraham Cooper, Reitor Associado do SWC que atua como Co-Presidente da Comissão dos Estados Unidos sobre Liberdade Religiosa Internacional; Rabino Meyer May, Diretor Executivo do SWC; Brad Krevoy, fundador e presidente/CEO da Motion Picture Corporation of America; Michael Levitt, CEO do Canadian Friends of the Simon Wiesenthal Center; e seu Presidente do Conselho, Fred Waks; Os curadores da SWC Brian Greenspun e Myra Greenspun; Rafi Nissel e Rivka Nissel, cujos avós morreram durante o Holocausto; empresário Ian Aaron; o governador Ralph Torres, da Comunidade das Ilhas Marianas do Norte; a filantropa Ceci Chan; o ativista comunitário de Los Angeles Brian Dror;

 

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