Espanha. Pesquisadores da Universidade Loyola analisarão as contribuições de fontes históricas jesuítas para o desenvolvimento econômico, social e ambiental

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25 Fevereiro 2022

 

Cientistas do grupo de pesquisa em Direitos Humanos, Tradição Jesuíta e Transformação Social do Departamento de Humanidade e Filosofia da Universidade Loyola, liderados pelos pesquisadores Juan Antonio Senent e Eduardo Ibáñez, analisarão durante os próximos anos a contribuição à ética e à justiça cosmopolita do pensamento e tradição jesuíta na Escola Ibérica da Paz e na Escolástica Ibero-americana e sua relação com o desenvolvimento social, cultural, político, econômico e ambiental que supôs tal filosofia desde o século XVI e XVII até nossa atualidade.

 

A reportagem é publicada por Religión Digital, 22-02-2022. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.

 

O projeto intitulado Ética e justiça cosmopolita na Escola Ibérica de Paz e Escolástica Ibero-Americana: contribuições do pensamento e tradição jesuíta (PEMOSJ2) financiado pela Convocatória I+D+i 2020 do Ministério da Ciência e Inovação irá analisar, combinar e valorizar principalmente os principais tratados morais do jesuíta Francisco Suarez, bem como outras fontes documentais da época que constituem um momento histórico de gestação da globalização e dos desafios éticos e de justiça cosmopolita da contemporaneidade. Textos que oferecem respostas a esses desafios desde sua origem nos séculos XVI e XVII e que ainda são relevantes para abordar a compreensão e a orientação dos desafios da ética e da justiça na sociedade global.

 

Um diálogo interdisciplinar com os desafios contemporâneos

 

É um estudo interdisciplinar que reúne diferentes perspectivas científicas sobre o impacto do pensamento e da tradição jesuíta na configuração das relações entre povos e culturas, pois será realizado a partir de estudos filosóficos e históricos, do direito e da antropologia, estabelecendo um diálogo com desafios contemporâneos. Assim, a relevância das contribuições para os desafios da sociedade nos campos das relações políticas internacionais, sustentabilidade, interculturalidade, migração, convivência intercultural, sustentabilidade socioeconômica e ambiental e o diálogo inter-religioso que os missionários jesuítas da época deixaram em seus escritos.

Durante os quatro anos do projeto serão realizadas revisões, estudos comparativos, traduções e edições de obras, além de publicações e monografias em revistas de alto impacto. Está prevista a organização de oficinas, seminários e a realização de um simpósio internacional na Universidade Loyola. Serão realizados estágios e intercâmbios com especialistas da Universidade de Lisboa, Universidade Católica de Louvain, Universidade Sorbonne, Universidade Nacional San Martín de Buenos Aires, Universidade Nacional de Assunção no Paraguai e Pontifícia Universidade Católica do Chile. Juntamente com a equipe de pesquisadores da Loyola, uma equipe de pesquisadores de outras universidades nacionais e internacionais da França, Bélgica, Alemanha e Portugal, além de outras dos Estados Unidos, México, Peru, Argentina, Chile e Brasil, fazem parte do projeto.

O Plano Estadual de Pesquisa e Inovação Científica e Técnica 2017-2020 em seu desafio 6 levanta a necessidade de uma melhor compreensão dos contextos atuais por meio de pesquisas nas ciências sociais e humanas. O projeto que se apresenta propõe um estudo interdisciplinar, desde filosofia e ética, política, história, antropologia e direito para poder investigar as obras de alguns dos precursores intelectuais da modernidade.

Atualmente, vivemos uma mudança de época e uma nova onda de globalização que pode ser enriquecida com o estudo dos processos sociais e históricos do início da modernidade, nos quais podemos detectar variantes ou modelos alternativos, como o gerado a partir do pensamento e da tradição jesuíta. Essas propostas influenciaram o direito público estatal e internacional, na fundamentação dos limites do poder político, da soberania popular e na construção moderna da ideia de direitos humanos, da igual dignidade das pessoas e da convivência e intercâmbio intercultural pacífico entre os diferentes povos da humanidade, mas foi posteriormente marginalizado no final do século XVIII.

No contexto em que vivemos atualmente, este projeto pode contribuir para aprofundar e recuperar as potencialidades de outras matrizes culturais da era moderna para enfrentar alguns desafios da pós-modernidade como a fundação das bases éticas da convivência democrática cosmopolita e a defesa da dignidade, entendida de forma plural e não monocultural, que abarque os desafios das desigualdades do nosso tempo como as econômicas, o acesso às oportunidades de desenvolvimento humano sustentável e de gênero. Além de contribuir para a regeneração democrática das instituições em um momento de crise social e política.

 

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