Mesmo em recesso médico, venho me pronunciar sobre esses assassinatos. Uma família exterminada com violência, Zé do Lago, Marcia e sua jovem filha Joene. Eles repovoavam as águas do rio Xingu com filhotes de tracajá e tartarugas. Trabalhavam pela vida no rio, pela vida em terra e pela vida em geral. E foram mortos, tiveram suas vidas tiradas com tiros.
Ainda não se sabe por qual razão, mas uso esse espaço para dizer que é fundamental que as autoridades policiais do Estado do Pará peçam às de São Félix do Xingu que não meçam esforços para elucidar esse crime e punir os assassinos, inclusive pedindo ajuda da polícia federal. Na verdade, os assassinos devem ser punidos tanto pelo bárbaro crime contra as três pessoas que perderam suas vidas, quanto porque tentaram matar o lindo, consistente e amoroso trabalho ambiental que faziam de forma dedicada e generosa em benefício de todos nós que habitamos este planeta e necessitamos de sua biodiversidade protegida e saudável.
DESINFORMAÇÃO
Manchete de jornal mais uma vez CULPA a chuva.
E absolve a Indústria das Enchentes - que Brasil a fora une empreiteiras, municípios, governos estaduais e federal. Círculo Vicioso associado a corrupção, pois sabem que não resolve. Permite-se ocupação de áreas inundáveis como estradas beira rio, avenidas beira rio chamadas "sanitárias" carreando esgotos, canalizações de córregos, bulevards e piscinões. VENDENDO ilusões que só pioram a situação e prolonga a vida desta indústria que suga e exporta os IPTUs enfraquecendo a economia local. Política vergonhosa.
PROMISCUIDADE PÚBLICO PRIVADA - PPP
Governo Estadual anuncia multa de 288,6 milhões de reais à Vallourec. Mas é apenas jogo de cena, enganação, como o batedor de carteira que foge da prisão gritando "pega ladrão".
O próprio governo estadual (SEMAD e ALMG) são os principais responsáveis pelos licenciamentos de tais empreendimentos da mineração e delegando a elas a auto-fiscalização. E são beneficiados com multas e indenizações como no caso da VALE? Cumplicidade total. Estão pagando para continuar. E o risco que todos iremos continuar tendo nas estradas? E a família que morreu no Corolla ao ser soterrada?
CEMIG DE SAIA JUSTA EM TRÊS MARIAS, DECIDE E RECUA.
Abertura de comportas em Três Marias é adiada para evitar cheia no São Francisco
Alerta necessário.
"Este aumento de vazões nos afluentes que alimentam o reservatório da UHE Três Marias resultou em um expressivo ganho em seu armazenamento, em curto período. As afluências (vazões que entram) ao reservatório no dia de hoje (10/01), já atingem patamares superiores a 5.000 m³/s, com a perspectiva de atingirem 8.000 m³/s já na próxima quarta-feira. Ainda no dia de hoje, a vazão liberada na usina já foi ampliada para 850 m³/s, pela maximização da geração de energia na usina.
De forma a controlar a subida de nível do reservatório, a Cemig informa que será necessário iniciar o vertimento pelas comportas a partir da quarta-feira, 12 de janeiro. Nesta segunda-feira (10/01), o vertimento será implementado em patamares, conforme alinhado junto ao Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS e Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico – ANA:
12/01/2022, quarta-feira: abertura das comportas com 500 m³/s às 8h00, totalizando 1.350 m³/s de defluência;
13/01/2022, quinta-feira: ampliação do vertimento para 850 m³/s às 8h00, totalizando 1.700 m³/s de defluência;
14/01/2022, sexta-feira: ampliação do vertimento para 1.400 m³/s às 8h00, totalizando 2.250 m³/s de defluência.
Mesmo com a abertura de comportas, fato que não ocorria desde o início de 2020, a tendência é que o reservatório continue ganhando armazenamento até o final do mês. A Cemig segue monitorando a condição de operação do reservatório e novas ampliações podem ser necessárias, conforme as afluências verificadas no reservatório nos próximos dias.
Já no trecho mais próximo à UHE Três Marias, dado o evento chuvoso que também ocorreu no rio Abaeté nesses últimos dias, houve necessidade de evacuação das ilhas fluviais ao longo do município de Pirapora. O momento do vertimento da UHE Três Marias aproveita o cenário de queda das vazões desse importante afluente que deságua após a barragem, visando não agravar uma situação que já se iniciava no trecho."
O objetivo de uma estratégia é a acumulação de forças que facilite as condições de vitória. Estratégia e tática são conceitos relativos e indivisíveis, mas não são sinônimos. Uma estratégia deve ser entendida como uma linha que organiza o planejamento do fim a ser alcançado, em função de uma escala de tempo, e no marco de uma determinada relação social e política de forças. A tática remete aos meios que facilitam o caminho para vencer a luta. Na perseguição da mesma estratégia as táticas se alternam em função das oscilações na conjuntura. Virada de estratégia é muito diferente de giro tático. A rigidez tática é uma tentação sectária. Estratégia volátil é uma armadilha oportunista. Quando caminham juntas não há perigo de não dar tudo errado.
Milton Temer
"O pai (Wahu) tinha uma visão ruim, e também tinha grave problema no trato urinário. Por isso, era quase totalmente impossibilitado de caminhar na floresta", diz médico, que estima que pai e filho caminharam entre 5 e 6 horas para vacinação.
A história por trás de imagem de indígena carregando pai para se vacinar contra covid-19
Modernizar não é precarizar, destruir legislação trabalhista, privatizar tudo e entregar um país às mãos bem visíveis dos donos do mercado. Modernizar é diminuir desigualdade, incluir e ampliar a democracia.
Teoria da trincheira 1: em tempos sombrios tente o ocupar o espaço pelo tempo máximo que puder, ainda que seja para dizer o mínimo, mas essencial, sob a forma de desvios e contrabandos, sobre a importância da ciência, da racionalidade e do pluralismo. Não saia correndo, pois ficará exposto a balas perdidas e fará a alegria do inimigo. Guarde munição para quando cair. Mais importante do que não poder dizer tudo o que se pensa é jamais aceitar dizer o que não se pensa. Este é o limite a não ser ultrapassado.
Acabo de ler um grande livro: "Histórias de morte matada contadas feito morte morrida: A narrativa de feminicídios na imprensa brasileira" (Drops Editora). Aprendi muito com as autoras, Niara de Oliveira e Vanessa Rodrigues: como noticiar e cobrir feminicídios, como fazer e como não fazer. É um livro obrigatório para jornalistas que buscam refletir, aprender e melhorar. E altamente recomendável para cidadãs e cidadãos preocupados com as mazelas e os desafios do nosso tempo. O livro pode ser encomendado aqui.
Na ausência do poder público, a sociedade se organiza e atua nas demandas urgentes da sociedade. O sistema MapBionas pode entrar em operação a qualquer momento, caso o INPE deixe de monitorar desmatamento no Cerrado ou na Amazônia.
Nota 10 para o MapBiomas!!!
Sistema do MapBiomas pode monitorar desmatamento no Cerrado
Filme perturbador esse A Filha Perdida, dirigido por Maggie Gyllenhaal, que assisti esses dias, filme feminino, feminista que toca em uma série de questões espinhosas e incômodas, como a ideia de “amor incondicional” das mães, a maternidade redentora para as mulheres e toda uma carga de culpas e sofrimentos pesados que ninguém quer ouvir.
Não precisa ser mãe para experimentar as sensações contraditórias da personagem Leda diante da maternidade e das duas filhinhas adoráveis que dão em felicidades e alegrias tanto quanto sugam e restringem seu corpo, sua sexualidade, sua vida.
Se você não é mãe como eu pode simplesmente “baixar” algumas memórias felizes-dolorosas: quem nunca viu os olhos de desespero, cansaço, resignação de nossas mãezinhas? Eu vi muitas vezes, mas não conseguia sequer entender, e só bem mais tarde, já adulta, pude viver retrospectivamente algumas das questões que o filme A Filha Perdida traz e que assisti como um filme de horror psicológico, banal e real.
Mas a principal questão ao meu ver é: porque as mulheres que decidem ter filhos, tem que encarar uma função_ o cuidado, a maternagem, a sustentabilidade das vidas_ como um fardo/gozo individual e não como uma função social?
É bonito demais, é transcendental, é o maior amor do mundo, etc etc. sim, mas é também, em uma sociedade patriarcal, de abandono das mulheres, dos filhos, pelos maridos e pais, pesado demais, opressor demais, etc
Vi muitos comentários, de homens e mulheres, chateados com o filme, por essa mãe que deixa por 3 anos as filhas com o pai, até finalmente voltar e se reconciliar com a maternidade.
O fato é que no Brasil e no mundo o número de mulheres que decidem não ter filhos só cresce.
E se não tiverem umas mulheres loucas querendo parir em um sistema tão assimétrico e perverso para as mulheres, a sociedade terá que dar condições para as mulheres terem filhos, adotarem filhos, etc. A questão é coletiva e não individual.
E que atrizes maravilhosas, o rosto de Olivia Colman e o de Jessie Buckley são extraordinários e refletem como se passa da leveza ao abismo em segundos.
Texto completo na @cultrevista e na @midianinja LINK nos stories
Textos clássicos sobre o projeto nacional brasileiro na década de 1960
O BRASIL DE JOÃO GOULART: UM PROJETO DE NAÇÃO
O. Munteal, J. Ventapane e A. de Freixo (orgs.)
270 páginas – de R$ 58,00 por R$ 34,80 no site da editora
O livro reúne dois pronunciamentos do presidente João Goulart, inclusive o famoso discurso feito na Central do Brasil em março de 1964, pouco antes do golpe militar, e um conjunto muito expressivo de textos escritos no calor dos acontecimentos pelos principais integrantes da mais brilhante geração de intelectuais brasileiros de todos os tempos. No centro das reflexões, os destinos do Brasil.
De Celso Furtado, temos duas conferências e a introdução ao Plano Trienal de Desenvolvimento;
De Álvaro Vieira Pinto, "Ideologia e desenvolvimento nacional";
De Nelson Werneck Sodré, "Raízes históricas do nacionalismo brasileiro";
De San Tiago Dantas, "Política externa independente";
De Ignácio Rangel, "A dinâmica da dualidade brasileira";
De Roland Corbisier, "Lógica e cronologia das reformas";
De Darcy Ribeiro, "Nossa herança política";
De Theotônio dos Santos, "O modelo econômico da ditadura militar".
Completam o volume uma longa apresentação, assinada pelos organizadores, e um posfácio de César Benjamin, "Uma certa ideia de Brasil".
Um registro único e imprescindível do esforço feito, no fim do ciclo desenvolvimentista, para compreender as singularidades do Brasil.
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Estou lendo com grande alegria o livro organizado por Júlio Diniz sobre Clarice Lispector. Os artigos são muito ricos. Detenho-me com cuidado na reflexão de Roberto Corrêa dos Santos, grande especialista de Clarice, que escreveu um texto no livro: A arte da frase em Clarice. Um traço da presença de Roberto Corrêa está em saber recolher no vasto repertório de Clarice aquelas frases fundamentais. É o que fez nos dois livros que organizou: As Palavras e o Tempo (Rocco). Ele justifica sua ação de forma adimirável: "o gesto de ler como ato irrecusável de colheita". Ele sublinha que onde encontrou material mais farto para colher frases foi no precioso livro A descoberta do mundo. É um livro que recolhe as crônicas do JB: "Marca-se por imensa potência de ideias, pensamentos, sensações, e tudo plantado no terreno das ardentes frases enviadas ao leitor de jornal todo sábado". Em seu artigo, feito de perguntas e respostas, Corrêa dos Santos, fala que os livros que organizou em torno de frases de Clarice é para ser lido "aos saltos (...) seguindo os sustos, os arrebatamentos, as aprendizagens, as lições vitais; para ser lido na ordem das sensações".
Esta manchete da Folha poderia ter Guaíba no lugar de Camaçari, se o governador Olívio Dutra não tivesse questionado, duas décadas atrás, os privilégios para a Ford no Rio Grande do Sul:
"Saída da Ford deixa rastro de desemprego e devasta economia de Camaçari, na Bahia. Cidade registra tombo na arrecadação e efeito cascata no comércio um ano após anúncio de fechamento de fábrica".
Nunca substime à importância de uma árvore!
O jornal Libération desta terça-feira (11) mostra uma forte progressão de suicídio entre jovens franceses, principalmente do sexo feminino, com um aumento de mais de 40% nos últimos dois anos.