21 Dezembro 2021
“Em 2 mil anos, a história do menino Jesus não nos ensinou nada. Ainda ignoramos famílias grávidas sem um lugar para morar. Ainda olhamos com desconfiança para pessoas de diferentes raças ou religiões. Ainda permitimos que os governos matem crianças – aquelas que já nasceram e estão sofrendo de fome e doenças, aquelas que ainda não nasceram e apresentam um inconveniente”, escreve a teóloga estadunidense Phyllis Zagano, em artigo publicado por National Catholic Reporter, 16-12-2021. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
Os cristãos logo darão as boas-vindas a uma criança recém-nascida. Seus pais retirantes encontram um simples abrigo para seu nascimento. Eles não foram acolhidos pelas classes altas.
Mas, de alguma maneira, eles ficam em segurança.
Seu nascimento, em circunstâncias simples e confusas, foi pouco notado, exceto por três pesquisadores que o encontraram. O governo local direcionou-os para o local onde ele poderia ser encontrado e pediu para que eles reportassem.
Eles não o fizeram.
Movimento inteligente.
Ele começou a crescer, eles disseram, “em sabedoria, idade e graça”.
O governo não estava feliz com as histórias sobre ele e enviou uma equipe para sua cidade para eliminar todas as crianças da sua idade.
Eles o perderam.
Seu pai os levou – a mãe e o menino – para outra terra, outro país, algum menos hostil aos pobres.
O resto, como eles dizem, é história.
Os governos ainda são hostis aos imigrantes e aos pobres. Pessoas deslocadas ainda dormem na lama e no frio. Os pesquisadores aparecem e vão embora com a mesma rapidez.
Em 2 mil anos, a história do menino Jesus não nos ensinou nada.
Ainda ignoramos famílias grávidas sem um lugar para morar.
Ainda olhamos com desconfiança para pessoas de diferentes raças ou religiões.
Ainda permitimos que os governos matem crianças – aquelas que já nasceram e estão sofrendo de fome e doenças, aquelas que ainda não nasceram e apresentam um inconveniente.
O mundo está preso em um narcisismo internacional complicado por uma estupidez abjeta.
Hoje, existe um desrespeito total pela vida. Com poucas exceções, a maioria dos países do mundo possui alguma forma de aborto legalizado.
Não faz muito tempo, o presidente dos Estados Unidos disse que não tinha certeza de quando a vida começou. Mas na concepção, uma nova entidade, uma entidade humana, aparece. Esse é um fato científico simples.
A cada ano, milhões de crianças não são bem-vindas ao mundo. Outros, muito jovens, morrem de doença e fome.
Os pesquisadores estão por perto e prestam contas ao governo. Mas toda a conversa é em vão.
A conversa e o dinheiro são muitas vezes direcionadas retroativamente. O povo apoia o governo quando este defende seu próprio futuro melhor. Se isso significa alguns filhos a menos, que seja.
Se a sociedade, neste e em todos os países, não consegue reconhecer o valor da vida humana, podemos simplesmente olhar para a estrela. Claramente, não a estamos seguindo.
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Uma criança está vindo nos salvar. Talvez ela nos lembrará de fazermos melhor para as crianças que temos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU