“A SPD defendeu o programa mais progressista das últimas décadas, mas apresentou um candidato sóbrio e pragmático, que foi vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças nos últimos anos” - Mathias Alencastro, pesquisador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento – Folha de S. Paulo, 27-09-2021.
“Vencedor destacado na população abaixo de 50 anos, o partido (Verde) está bem posicionado para encabeçar o governo nos próximos dez anos. Para o Brasil especificamente, o surgimento da SPD e dos Verdes deve reforçar o ativismo internacional nas questões democráticas e ambientais da Alemanha, sempre muito contida nos tempos de Merkel. Martin Schultz, um dos principais quadros da SPD e forte candidato a assumir uma pasta ministerial em uma eventual coalizão liderada pelo partido, foi até Curitiba para encontrar o ex-presidente Lula na cadeia. Quanto aos delinquentes neonazistas que Bolsonaro recebeu no Alvorada, eles continuarão sendo irrelevantes no futuro Parlamento. Esses pequenos sinais também devem ser levados em conta na hora de especular sobre a reação da comunidade internacional em caso de contestação do resultado das presidenciais brasileiras em 2022. Parece que, por aqui, também teremos uma extrema direita relevante. Mas tomara que fiquem relegados aos seus 10%. E, não obstante nossos muitos problemas sociais, já passou da hora de termos um partido verde realmente forte”- Mathias Alencastro, pesquisador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento – Folha de S. Paulo, 27-09-2021.
“De volta ao personagem criado pela escrita cínica de Michel Temer —cumprido o breve intervalo de autenticidade na ONU—, Jair Bolsonaro sugere estar agora dedicado ao papel de cômico. Palhaço, mesmo. Cambalhotas verbais de um lado a outro. Mas, sem sair do roteiro de falsidades manjadas, não escapa da vaia. O deprimente, para a arquibancada, é que o Bolsonaro em exibição não é apenas o falacioso visto no comentarismo político. Tem mais e maior significação. E aí está o escândalo que não faz escândalo: o Bolsonaro tal qual é, com todos os defeitos pessoais, a destrutividade e as anticivilidades que nenhum país pode suportar, tem a aprovação e o apoio de um em cada dois integrantes do patronato (retomo a nomenclatura abolida já no começo da ditadura, por iniciativa do dúbio Jornal do Brasil). Os integrantes desse segmento bolsonoide perfazem 47% da classe, quando, entre os brasileiros maiores de 16 anos, só 22% de fato batem palmas a Bolsonaro. Ou uma em cada cinco pessoas” – Janio de Freitas, jornalista – Folha de S. Paulo, 26-09-2021.
“Dois títulos do noticiário recente bastam para configurar o presente e sua promessa de futuro. Um, “46 milhões vivem em lares sem renda do trabalho, diz Ipea” (remuneração de trabalho não é renda, mas vá lá). O outro, “Está faltando comida na mesa de novo, diz Luiza Trajano”, esse monumento feminino que emerge do melhor patronato” – Janio de Freitas, jornalista – Folha de S. Paulo, 26-09-2021.
“O meio bilhão a ser gasto com propaganda das “realizações do governo” e diferentes pesquisas, já agendada para novembro a concorrência publicitária, na verdade é um projeto de crime eleitoral. E ainda desvio criminoso de dinheiro público. Ou rachadinha com o Tesouro Nacional” – Janio de Freitas, jornalista – Folha de S. Paulo, 26-09-2021.
"Existe uma construção de discurso de personagem. É o que chamo de populismo digital, a busca pelo herói, a pessoa ideal que também é tangível. Ele se torna o chamado mito, mas, ao mesmo tempo, é gente como a gente. (...) A ideia da foto na calçada é uma produção que vai alimentar outros discursos. Sempre há um cuidado em passar a mensagem de que ele está no governo, mas é um de nós. É o foco no discurso emocional, que foge da lógica. Veja que até as pessoas que o odeiam replicaram a imagem e ela acabou grudando no imaginário. Ele consegue ocupar espaço” - Luiz Alberto de Farias, professor de Opinião Pública da ECA-USP (Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo) – Portal Uol, 26-09-2021.
“Ele não vai procurar melhorar a imagem nem ser mais ameno, porque não há outra saída. Ele nunca se manifestou como uma força democrática ou como um homem sofisticado. Agora, seria uma metamorfose muito estranha, que não traria novos eleitores e poderia afastar até o público fiel. Ele precisa seguir alimentando este grupo simbolicamente” - José Maurício Conrado, professor do Mackenzie – Portal Uol, 26-09-2021.
“Tem funcionado pouco porque ele está se dirigindo a cada vez menos pessoas. O público dele está igual àquele show chato, cada vez mais vazio. Quando você compara com o [ex-presidente norte-americano Donald] Trump, até lá era mais sofisticado. Aqui, até o cidadão comum nota que é uma maquiagem muito mal feita” - Geraldo José Soromenho, economista, professor do MBA em Comunicação Eleitoral e Marketing Político da São Camilo, avaliando que estratégia de Bolsonaro é "mal feita" – Portal Uol, 26-09-2021.
“A construção da identidade social dos militares envolve a construção de fronteiras com o mundo civil. Na academia, eles criam fronteiras simbólicas, para demarcar as diferenças entre o mundo deles e o mundo civil. O problema é que isso tem levado a um grau elevado de insulamento dos militares. (...) O mundo civil é quase uma ficção para eles. São os paisanos, como dizem em tom depreciativo. Eles se acham mais disciplinados, mais preocupados com a coletividade, mais honestos, e veem os civis como individualistas, menos honestos, menos patriotas. Essa separação não existe na realidade, mas para eles é clara” - Celso Castro, antropólogo, professor da Fundação Getúlio Vargas e autor de um estudo pioneiro sobre a formação dos militares brasileiros que está sendo relançado – Folha de S. Paulo, 26-09-2021.
“Seria uma ilusão achar que houve uma subordinação efetiva dos militares ao poder civil. De alguma forma, a elite política que governou o Brasil durante a Nova República deixou os assuntos dos militares com eles, desde que não perturbassem a democracia. Houve um distanciamento, mútuo. Muitos colegas meus achavam que havia um limite, que os militares não aceitariam um partido de esquerda no poder, ou Lula, se eleito presidente. No entanto, Lula foi eleito e reeleito, e não houve problema nenhum do ponto de vista militar no governo dele. Tudo parecia tranquilo, até os tuítes do general Villas Bôas. Ali houve uma manifestação institucional, clara, explícita, política. O general Villas Bôas discorda dessa interpretação, diz que foi um alerta, que não cruzou a linha, que ficou em cima da linha. Mas aquilo foi discutido internamente, com o Alto Comando do Exército. Eu acho que o tuíte cruzou a linha”- Celso Castro, antropólogo, professor da Fundação Getúlio Vargas e autor de um estudo pioneiro sobre a formação dos militares brasileiros que está sendo relançado – Folha de S. Paulo, 26-09-2021.
“É uma novidade quando se olha para a Nova República. Todo mundo era democrata, e durante três décadas quase ninguém se apresentou como de direita. Bolsonaro era uma exceção, e isso pode tê-lo ajudado a se aproximar, nem tanto dos militares, mas dos setores mais tradicionais da população”- Celso Castro, antropólogo, professor da Fundação Getúlio Vargas e autor de um estudo pioneiro sobre a formação dos militares brasileiros que está sendo relançado – Folha de S. Paulo, 26-09-2021.
“O exercício do poder político coloca os militares num mundo muito diferente do que eles representam como sendo o mundo militar. O mundo da política não é feito de amigos e inimigos. O inimigo de hoje é o amigo de amanhã, e aqueles que eram bandidos não são mais, agora são o nosso esteio. Mas há muita simplificação. É importante ver quem são os militares que estão ocupando essas posições, o que eles representam, e entender o mundo deles. Com o distanciamento atual, inclusive no meio acadêmico, há o risco de termos um déficit de compreensão de um fenômeno muito complexo”- Celso Castro, antropólogo, professor da Fundação Getúlio Vargas e autor de um estudo pioneiro sobre a formação dos militares brasileiros que está sendo relançado – Folha de S. Paulo, 26-09-2021.
“O caso da Prevent deveria ser estudado em escolas de administração de empresas. Num mercado onde prevalece a promiscuidade entre maganos e agentes públicos, a Prevent atravessou a rua para escorregar em cachos de bananas. Não se conhecem os detalhes de suas relações com políticos e servidores, mas é possível mapear os dias em que ela tomou o caminho da roça” – Elio Gaspari, jornalista – Folha de S. Paulo, 26-09-2021.
“Havia uma diferença entre as pessoas que defendiam a cloroquina em março de 2020 e a obsessão bolsonariana. Num caso havia alguma incerteza científica. No outro, havia o exclusivo propósito da instrumentação política. Passado mais de um ano, e meio milhão de mortos, Fernando Parrillo reconheceu para as repórteres Patrícia Pasquini e Suzana Singer que a pesquisa não era pesquisa, pois havia acontecido um “deslize”. Admitiu, finalmente, que o famoso estudo da Prevent não mostrou que a cloroquina funcionava contra a Covid”– Elio Gaspari, jornalista – Folha de S. Paulo, 26-09-2021.
“Quem não estiver chocado com o tratamento dado pela Prevent Senior a pacientes de Covid tem algum defeito no compasso ético. Qualquer pessoa decente e de bom senso logo vê que os dirigentes do plano hospitalar cometeram barbaridades de inspiração nazista. Acha forte demais a palavra? Na essência, o que ali se perpetrou não difere das ações do médico Josef Mengele em campos de concentração: fazer experimentos com o corpo e a vida dos outros sem consentimento implica desprezo pela dignidade humana. Não foi só o fraudulento “tratamento precoce”. A direção do plano de saúde de idosos determinou alterações de diagnóstico nos prontuários omitindo Covid, dado que desapareceu também de certidões de óbito para melhorar estatísticas da cloroquina, bem ao gosto do presidente Jair Bolsonaro” – Marcelo Leite, jornalista – Folha de S. Paulo, 26-09-2021.
”Não se trata de exceção, mas de padrão no comportamento de médicos bolsonaristas. Ao menos dois precedentes estão à vista: teste clandestino do remédio experimental chinês proxalutamida no Hospital da Brigada Militar de Porto Alegre; mortes de mulheres após nebulização com hidroxicloroquina no Instituto da Mulher Dona Lindu, em Manaus”– Marcelo Leite, jornalista – Folha de S. Paulo, 26-09-2021.
“O exemplo de indignidade vem de cima. Do presidente Jair Bolsonaro, que se aglomerou com apoiadores em Nova York depois de saber que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, estava com Covid. Do próprio Queiroga, que, vacinado e infectado, retuitou nota pondo imunizantes em dúvida (...) Daí para baixo, a lista da infâmia epidêmica parece não ter fim: Nise Yamaguchi, Ciro Nogueira, Alexandre Garcia, Paolo Zanotto, Eduardo Bolsonaro, Mayra Pinheiro, Augusto Nunes, Eduardo Pazuello, Mauro Ribeiro, Guilherme Fiuza, Elcio Franco, Flávio Cadegiani, Walter Braga Netto, Leda Nagle, Ricardo Zimerman, Luiz Carlos Heinze, Michelle Chechter, Allan dos Santos, Onyx Lorenzoni, Oswaldo Eustáquio...”– Marcelo Leite, jornalista – Folha de S. Paulo, 26-09-2021.
“Os crimes de responsabilidade, pois as provas são bastante robustas. O crime de causar epidemia, em que há provas, inclusive, científicas pela comparação com outros países de que se tivessem sido tomadas as medidas adequadas no momento certo nós não estaríamos chegando neste número espantoso de 600 mil mortes. O crime de causar epidemia e incitação ao desrespeito às medidas sanitárias está muito bem demonstrado. Essas são condutas que estão muito bem demonstradas. A prova é abundante, até porque as pessoas do governo nunca tiveram muito cuidado em não se expor” - Sylvia Steiner, única juíza brasileira que já atuou na corte de Haia (2003-2016) acredita que há “prova abundante” para uma condenação internacional futura do chefe do Executivo e para abertura de impeachment – O Estado de S. Paulo, 26-09-2021.
“(O discurso de Bolsonaro na ONU) reforça aquilo que nós na comissão de juristas expusemos no sentido de analisar as provas da CPI e de que realmente ele, desde o início da pandemia, por alguma razão, botou na cabeça que cloroquina é o tratamento adequado, contrariando a tudo e a todos. Ele apenas reforçou que as nossas conclusões estavam certas. Neste sentido, o parecer fala desde crime de responsabilidade até crime de charlatanismo. Ele apenas reforça as provas que já estão na CPI e mostra isso para o mundo, o que nos deixa bastante incomodados, para não dizer envergonhados”- Sylvia Steiner, única juíza brasileira que já atuou na corte de Haia (2003-2016) acredita que há “prova abundante” para uma condenação internacional futura do chefe do Executivo e para abertura de impeachment – O Estado de S. Paulo, 26-09-2021.
“A prova de que o nojo a Bolsonaro é um fato está em que o único governante digno de nota com quem ele conseguiu falar em sua ida à Assembleia-Geral da ONU foi o britânico Boris Johnson, hoje um líder quase de segunda divisão. E, para azar de Johnson, o homem cuja mão ele apertou trazia um infectado em sua comitiva. Ao saber disso, todos os diplomatas e funcionários que estiveram a um metro de qualquer brasileiro no evento da ONU foram se submeter a exame. O Brasil passou a provocar asco planetário. Para eles, esse Brasil somos nós. Não sabem que, aqui, estamos tentando fazer a nossa parte, nos vacinando em massa —e que também nos enojamos com esse Brasil que arrota pizza e arrogância e mostra seu sórdido dedo para o mundo” - Ruy Castro, jornalista, Folha de S. Paulo, 24-09-2021.
“É difícil imaginar mais 16 meses com Bolsonaro, com esse padrão de desgoverno que ele tem. É preciso que seja feito um acordo nacional. Sou a favor do ‘Fora Bolsonaro’, mas a questão não pode se resumir ao impeachment. Eu falo em impeachment como sinalização. O País está à deriva. O ‘fora Bolsonaro’ cria muita convergência, mas cada um interpreta de um jeito. Essa conjuntura é muito dinâmica. Essas gavetas de esquerda, direita, centro-esquerda e centro-direita estão travando o debate. É um jogo de palavras. Fui em todas as manifestações contra Bolsonaro. Seria preferível que as manifestações se unissem” - José Aníbal, integrante da executiva nacional do PSDB – O Estado de S. Paulo, 26-09-2021.
“Falta definir se realmente querem o impeachment ou se a pauta será só retórica eleitoral. Não vejo o PT, por exemplo, se esforçando pelo impeachment. A saída de Bolsonaro despolariza e enfraquece o Lula nos eleições. O Novo está num espectro político diferente do restante da oposição, não temos articulação conjunta. Mantemos nossa posição institucional, mas o cenário depois do dia 7 de setembro, com o recuo constrangedor do Bolsonaro, assentou as forças políticas em Brasília de forma que, se nada muito grave acontecer, o impeachment se tornou muito improvável. O Centrão e o PT não querem” - Eduardo Ribeiro, presidente do Novo – O Estado de S. Paulo, 26-09-2021.
“Em primeiro lugar, esse ato do dia 2 é um momento que percebo que pode selar essa unidade. É preciso ter muita generosidade das forças políticas para agregarem outros atores, para dar musculatura à luta pelo impeachment. Por último, é preciso povo na rua. É o que falta. A pressão sobre o Congresso Nacional é um elemento central nessa campanha. Sem isso, não tem impeachment. Nossa prioridade é unir as forças de oposição em defesa da democracia e pelo impeachment já. Essa é a centralidade” - José Guimarães, integrante da executiva nacional do PT – O Estado de S. Paulo, 26-09-2021.
“A oposição está unida em defesa do impeachment. Apresentamos um pedido unitário que reúne partidos, movimentos e parlamentares de diferentes espectros partidários meses atrás. Os protestos de rua caminham para uma unificação. Falar em ‘oposição fragmentada’ não faz mais sentido. Nossa prioridade é o fortalecimento da campanha pelo #ForaBolsonaro. O impeachment depende de um deslocamento de partidos e deputados que hoje dão sustentação ao governo Bolsonaro, que só pode ocorrer a partir da pressão popular nas ruas, num amplo movimento de rejeição ao governo Bolsonaro” - Juliano Medeiros, presidente do PSOL – O Estado de S. Paulo, 26-09-2021.
“Acho que a união da oposição na verdade já existe. Desconheço qualquer dissidência nesse sentido, eles defendem a pauta de admissibilidade do processo de impeachment. Quanto ao MDB: na minha opinião o impeachment é apagar fogo com gasolina. Um processo desses logicamente tem de ir ao encontro de várias vertentes. Acho pouco prudente colocar neste momento como prioridade a admissibilidade do processo de impeachment. O posicionamento do partido, tanto no Senado quanto na Câmara, é manter a independência que tem tido sempre. Discutimos o mérito pauta a pauta” - Isnaldo Bulhões, integrante da executiva nacional do MDB – O Estado de S. Paulo, 26-09-2021.
“É importante que o ato pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro não tenha um dono. Considero que a participação dos demais partidos é muito importante e estão havendo tratativas para a adesão, e não tenho a menor dúvida de que ela virá. Espero que a gente consiga já para o dia 2 de outubro mas, se por acaso isso não se viabilizar, tenho plena convicção que até 15 de novembro a gente consegue isso. Não são partidos políticos que estão sendo convidados por serem convidados. Estão sendo convocados para serem também autores da convocação – portanto, coorganizadores” - Alessandro Molon, integrante da executiva nacional do PSB – O Estado de S. Paulo, 26-09-2021.
“Falta a percepção de que é preciso deixar essa disputa de 2022 para o momento certo. Na prática, muitas forças acabam colocando essa agenda da eleição na frente. Por mais que não seja algo deliberado, na base social e política há muita incompreensão de como conviver com os contrários, com quem já foi Bolsonaro e agora é a favor do impeachment. A confusão é natural de momentos de crise, mas com paciência vamos conseguir ir fazendo o convencimento político dessa necessidade. Do ponto de vista tático, nossa prioridade é desmascarar, isolar e derrotar Bolsonaro. Programaticamente, é a bandeira da democracia. Na agenda econômica, nós temos muitas diferenças e também na agenda social” – Heloisa Helena, porta-voz nacional da Rede Sustentabilidade – O Estado de S. Paulo, 26-09-2021.
“Falta a percepção de que é preciso deixar essa disputa de 2022 para o momento certo. Na prática, muitas forças acabam colocando essa agenda da eleição na frente. Por mais que não seja algo deliberado, na base social e política há muita incompreensão de como conviver com os contrários, com quem já foi Bolsonaro e agora é a favor do impeachment. A confusão é natural de momentos de crise, mas com paciência vamos conseguir ir fazendo o convencimento político dessa necessidade. Do ponto de vista tático, nossa prioridade é desmascarar, isolar e derrotar Bolsonaro. Programaticamente, é a bandeira da democracia. Na agenda econômica, nós temos muitas diferenças e também na agenda social” – Luciana Santos, presidente do PCdoB – O Estado de S. Paulo, 26-09-2021.