25 Agosto 2021
“Não podemos ficar omissos nem sermos covardes neste momento crucial. O povo brasileiro é o supremo poder, e Deus é o supremo juiz. (...) Evangélicos sempre participaram, mas de maneira tímida. Nunca vi na história do país uma mobilização de evangélicos para um evento como esse. Nós sempre ficamos na nossa. Nessa magnitude, é inédito. Desta vez, há um envolvimento monstro de lideranças e de povo” – Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo – Folha de S. Paulo, 25-08-2021.
“Pesquisadora do Instituto de Estudos da Religião, Magali Cunha lembra da Marcha pela Família de 2014 como outro catalisador de "mobilização via pânico moral". Já o 7 de Setembro nunca foi data destacada em igrejas. "Algumas usavam como semana de oração pela pátria, contra os males sociais. Mas nunca nada como estamos vendo hoje" – Anna Virginia Balloussier, jornalista – Folha de S. Paulo, 25-08-2021.
“Para Ricardo Mariano, professor de sociologia da USP, assistimos a expoentes da direita cristã bradarem contra as forças políticas de oposição —nomeadas por Malafaia de “gente má”— e a mais alta corte do país. “Para mobilizar os irmãos de fé, o pastor os conclama a se manifestarem para impedir que ‘isso aqui’ vire uma Venezuela, o que é paradoxal, já que é justamente Bolsonaro que não se cansa de estimular manifestações golpistas, de ameaçar os demais Poderes com o que considera ser ‘suas Forças Armadas’" – Anna Virginia Balloussier, jornalista – Folha de S. Paulo, 25-08-2021.
“Jair Bolsonaro é irremediável. Se ainda havia alguma dúvida sobre sua aversão à política em seu sentido mais estrito – a acomodação de interesses por meio do diálogo –, esta dúvida foi dissipada em caráter definitivo pelo pedido de impeachment que o presidente apresentou ao Senado contra o ministro Alexandre de Moraes, sem qualquer fundamento a não ser a clara disposição de lançar seus apoiadores mais fanáticos contra a Suprema Corte e contra o Senado, que, evidentemente, não dará andamento ao pedido” – editorial “Uma crise insolúvel” – O Estado de S. Paulo, 25-08-2021.
“O País ainda tem pela frente longos 16 meses até que termine o mandato de Bolsonaro. Nada indica que os graves problemas que afligem o País serão tratados neste período. As investidas golpistas do presidente travarão o andamento de projetos importantes no Congresso, como as reformas estruturais. A capacidade de Bolsonaro para “fabricar artificialmente crises institucionais infrutíferas”, como bem avaliou o decano do Supremo, ministro Gilmar Mendes, é inesgotável. E isto manterá o Brasil refém do temperamento vesânico do pior presidente que já governou a Nação” – editorial “Uma crise insolúvel” – O Estado de S. Paulo, 25-08-2021.
“O bolsonarismo usa de todos os instrumentos para instalar o caos. Veja o Eduardo Bolsonaro. Ele usou o fato de PM ter o pior salário do Brasil e o uso de câmeras pelos policiais para que os PMs se insurjam contra o Doria. Ele usa um instrumento que vai mudar a PM em dez anos – o uso de câmeras – para criar clima de insubordinação. O bolsonarismo não tem institucionalidade, ele não tem limites, e tenta destruir todos os valores da instituição. É o que tem de mais indecente na vida pública do País” – coronel Glauco Carvalho, chefiou Comando de Policiamento da Capital (São Paulo) e passou para a reserva há seis anos – O Estado de S. Paulo, 25-08-2021.
“O Bolsonaro não sabe o que é institucionalidade até porque saiu pela porta dos fundos. Servi dentro do Exército por três anos como oficial de ligação da Polícia Militar de São Paulo. Havia uma grande ojeriza ao capitão Bolsonaro. Não entendo o que aconteceu nesses 25 anos, pois se há uma pessoa despreparada para o exercício da função política e para a função militar, essa pessoa é Jair Bolsonaro. Ele não tem apreço por limitações legais e éticas e tenta a todo custo trazer as Polícias Militares para seu lado. Enfim, espero que essas circunstâncias ajudem o País a sedimentar sua democracia e não viva eternamente sob a égide um facão no pescoço de quem pode e de quem não pode dar um golpe” – coronel Glauco Carvalho, chefiou Comando de Policiamento da Capital (São Paulo) e passou para a reserva há seis anos – O Estado de S. Paulo, 25-08-2021.
“Como capitão, Bolsonaro foi um mau militar. Como presidente, colocou as Forças Armadas, ou "meu Exército", em situações constrangedoras, como sucedeu com a gestão do general Eduardo Pazuello e sua tropa de ocupação no Ministério da Saúde. Tratou-se de uma má experiência, mas coisas desse tipo acontecem. Bem outra coisa é o aparecimento de manifestações políticas amparadas em convites de coronéis das PMs para dar apoio a iniciativas do Planalto. Braga Netto tem um problema sobre a mesa: as PMs são forças auxiliares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica ou o Exército, a Marinha e a Aeronáutica podem viver situações políticas em que são forças auxiliares das PMs?” – Elio Gaspari, jornalista – Folha de S. Paulo, 25-08-2021.
“Duas décadas de governos populistas de esquerda e de direita transformaram o Estado brasileiro na cracolândia do patrimonialismo” – Luís Felipe D’Ávila, cientista político – O Estado de S. Paulo, 25-08-2021.
“Esse é o retrato de uma sociedade que desde 2002 só elegeu presidentes comprometidos em defender o PCC – o patrimonialismo, o corporativismo e o clientelismo. O resultado de duas décadas de políticas de governo subservientes aos interesses do PCC está estampado na mais longa recessão econômica do País, no desemprego recorde, no aumento gigantesco da miséria e da desigualdade, na maior inflação dos últimos 25 anos e no descaso com o meio ambiente. Nenhum presidente se reelegeu com esse trágico legado” – Luís Felipe D’Ávila, cientista político – O Estado de S. Paulo, 25-08-2021.
“É hora de o Congresso caminhar em consonância com a sociedade e desengavetar o debate sobre o impedimento do presidente da República. É o momento de o Parlamento mostrar que é a Casa das leis e o fórum dos representantes do povo que honram a democracia, a política e as instituições. É neste instante que a união e a harmonia dos Poderes Legislativo e Judiciário na defesa da Constituição, do Estado de Direito e da democracia podem evitar a eclosão de uma crise institucional sem precedentes. Não há mais tempo a perder para frear as investidas populistas de um presidente da República que se tornou a maior ameaça à democracia desde o golpe militar de 1964” – Luís Felipe D’Ávila, cientista político – O Estado de S. Paulo, 25-08-2021.
“É preciso deter Jair Bolsonaro enquanto é tempo. O Brasil e a democracia não aguentam mais um ano e dois meses com ele na Presidência da República” – Rui Falcão, deputado federal (PT-SP) – O Estado de S. Paulo, 25-08-2021.
“Tem quem diga que o brasileiro é tratado como gado. Quem dera. Se fôssemos, teríamos testes, rastreio de contatos e prioridade na vacinação contra a Covid, como temos na aftosa. Esse investimento em ciência, pesquisa e desenvolvimento tecnológico para a saúde do gado deu ótimos resultados. Enquanto na saúde humana, com a Covid, somos exemplo mundial de negacionismo com tratamento precoce, negligência de saúde, crueldade contra indígenas e a estupidez de líderes que não usam máscaras” – Atila Iamarino, doutor em Ciências – Folha de S. Paulo, 25-08-2021.
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Brasil, refém do temperamento vesânico do pior presidente que já governou o País – Frases do dia - Instituto Humanitas Unisinos - IHU