Dos EUA à Itália, até os vértices do Vaticano: os documentos exclusivos do Wikileaks sobre os financiadores ocultos do extremismo católicos

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09 Agosto 2021

 

Chegam na hora certa. Enquanto na Itália e em países como a Hungria estão em curso guerras políticas e religiosas pelos direitos da comunidade LGBTQi. Mais de 17 mil documentos recém-revelados pelo WikiLeaks em exclusiva com Il Fatto Quotidiano, com os jornais espanhol e alemão Publico e Taz e com a revista mexicana Contralinea permitem abrir uma brecha nas dinâmicas internas da organização católica espanhola ultraconservadora Hazte Oir e seu braço internacional, CitizenGO, na linha de frente contra a comunidade LGBTQi, contra a eutanásia, o aborto e os direitos das mulheres.

A reportagem é de Stefania Maurizi, publicada por Il Fatto Quoridiani, 05-08-2021. A tradução é de Luisa Rabolini

Hazte Oir e CitizenGO fazem parte daquela coalizão de associações que organizam o Congresso Mundial das Famílias (World Congress of Families), que em 2019 foi realizado em Verona e contou com a participação de Matteo Salvini. E são um viveiro de candidatos para a ultradireita espanhola que é o partido Vox. Os arquivos permitem documentar de modo detalhado e ao longo de mais de uma década as relações de Hazte Oir com toda uma rede bem conhecida, que vai desde as organizações da direita católica e cristã dos Estados Unidos aos ultraconservadores russos, como Konstantin Malofeev e Alexey Komov.

A importância desses documentos deve-se também ao fato de permitirem reconstruir a rede de doadores, dos Estados Unidos à Espanha e à Itália, e as relações com as mais altas esferas do Vaticano e do mundo católico que conta. Finalmente, no banco de dados, há arquivos sobre a famigerada organização católica secreta El Yunque. O Fatto Quotidiano publicará amanhã a investigação completa baseada nos documentos.

“Embora os grupos de ultradireita tenham se fortalecido nos últimos anos, com crescentes ataques aos direitos das mulheres e da comunidade LGBT, é importante ter acesso aos documentos sobre aqueles que fizeram lobbying a favor deles em nível global. A opinião pública tem o direito de saber de onde se originam as escolhas políticas”, declara ao jornal Fatto o jornalista investigativo islandês Kristinn Hrafnsson, diretor do WikiLeaks.

A organização voltou a publicar apesar do fundador, Julian Assange, permanecer na prisão de segurança máxima de Belmarsh, em Londres. Ele está detido desde abril de 2019, esperando que as autoridades britânicas decidam se extraditá-lo para os Estados Unidos, onde corre o risco de pegar 175 anos de prisão por ter publicado documentos secretos do governo dos EUA que permitiram a revelação de crimes de guerra e torturas. Em janeiro passado, a juíza britânica Vanessa Baraitser negou a extradição única e exclusivamente com base em suas graves condições de saúde mental. Mas os Estados Unidos apelaram e a primeira audiência será realizada na próxima semana. A vida e a liberdade de Julian Assange permanecem por um fio.

 

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