Mas a mensagem do papa não está no “milagrismo”

Foto: János Korom Dr. | Flickr CC

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09 Agosto 2021

 

Que o Papa envie uma mensagem aos jovens reunidos no encontro de oração em Medjugorje é em si uma notícia. Que isso aconteça 40 anos após as primeiras controversas aparições de Nossa Senhora é ainda mais relevante. O gesto não só deixa claro que a saudação de 2020 não foi exceção, mas acaba também, graças ao aniversário, por aumentar as esperanças de quem pressiona pelo reconhecimento oficial das supostas visões.

O comentário é do jornalista italiano Giovanni Panettiere, publicado por Quotidiano.net, 07-08-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.

No entanto, a peregrinação de milhões de fiéis todos os anos antes do Covid não é sinônimo de autenticidade. As dúvidas sobre o fenômeno de Medjugorje permanecem. A começar pelo fato de que as aparições continuariam ainda hoje, com intervalos regulares, para a sorte (a 360 graus) dos videntes. Sabe-se que Bento XVI também nutria algumas perplexidades.

Indiscrições contam que a comissão de investigação que ele indicou expressou opinião positiva sobre as visões iniciais e, no entanto, suspendeu o juízo sobre as demais. Dois anos atrás, Francisco autorizou as peregrinações, distinguindo os supostos eventos sobrenaturais dos possíveis dons de graça para aqueles que se convertem na paz espiritual da aldeia bósnia. É nesse contexto de atenção ao caminho interior dos indivíduos que se situa a sua última mensagem. O resto é para forçar a situação.

“Maria na chefia de uma agência do correio, que envia uma carta diferente a cada dia”, para usar uma nota expressão do Papa sobre Medjugorje, tem pouco a ver com a fé. E muito, demais, com um “miraculismo” estranho à mensagem cristã.

 

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