16 Janeiro 2021
"Neste momento, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, concede uma entrevista coletiva em Brasília, protestando contra São Paulo, quando deveria estar agradecendo São Paulo e o Butantã. Protesta contra a vacina. É inacreditável o que está acontecendo no Brasil. Isso nos cabe pelo Plano Nacional de Imunização, não estamos fazendo nenhuma conta diferente. Estamos atendendo o entendimento do plano nacional de saúde. Lamento, ministro, que o senhor, como ministro da saúde, que deveria estar grato à Anivsa e a São Paulo de termos uma vacina, usa o tempo para protestar contra isso. É inacreditável uma situação como essa. Aqui lutamos pela vida. E Brasília luta pelo quê?" – João Doria, governador de São Paulo – PSDB – O Estado de S. Paulo, 17-01-2021.
"Estou atônito com as declarações do ministro. Diz ele: 'as vacinas foram compradas com dinheiro do SUS, do governo federal, e não com dinheiro de São Paulo'. É inacreditável como um ministro de Estado da Saúde, sem um menor zelo com a saúde, sem ser médico, sem ter o menor conhecimento da saúde, um desastre completo, ainda mente. A vacina do Butantã só está em São Paulo e no Brasil porque foi um investimento do Estado de São Paulo, ministro. Não há nenhum centavo, até agora, do governo federal, nem para estudo, nem para compara, nada" – João Doria, governador de São Paulo – PSDB – O Estado de S. Paulo, 17-01-2021.
“Bolsonaro se acha muito esperto. Pensa que pode enganar a todos durante todo o tempo, com suas crendices e mentiras. Posa de machão, mas tomou uma surra de fazer bico nesse domingo, de onde menos podia esperar: da Anvisa (Agencia Nacional de Vigilância Sanitária), cujos diretores escolheu a dedo para boicotar a "vacina chinesa do Doria", a única que o Brasil tem até o momento para vacinar a população” – Ricardo Kotscho, jornalista – Balaio do Kotscho – Portal Uol, 17-01-2021.
“O que vale é termos agora uma vacina aprovada para voltarmos a ter esperança de sobreviver à pandemia. Hoje vou dormir mais tranquilo, sabendo que, no dia 15 de fevereiro, vou poder receber a vacina, de acordo com o cronograma para idosos de 70 a 74 anos. Vocês ainda vão ter que me aguentar por mais algum tempo...” – Ricardo Kotscho, jornalista – Balaio do Kotscho – Portal Uol, 17-01-2021.
“Mandaram um bando cujas crendices negam pesquisas científicas. É o curandeirismo missionário no lugar da ciência” – Cláudio Couto, professor da FGV, sobre a força-tarefa de médicos montada pelo Ministério da Saúde para disseminar cloroquina no AM – Folha de S. Paulo, 17-01-2021.
“De fato, até aqui, com 98 mortes por 100 mil habitantes, saímos melhor que o Reino Unido (129/100 mil) e os EUA (115/100 mil), por exemplo. Como palmeirense, contudo, o presidente deveria comparar-se não com os lanterninhas da tabela, mas com os líderes. Que tal seu Israel idolatrado? 41/100 mil. Alemanha? Com 9,5/100 mil, desta vez a lavada é de 10:1. E diante da China, volta e meia achacada pela quadrilha Bolsonaro, melhor nem fazer a conta: 0,3/100 mil” – Marcelo Leite, jornalista – Folha de S. Paulo, 17-01-2021.
“Há uma diferença crucial, porém: todos esses países já iniciaram a vacinação. Enquanto isso, Bolsonaro tomou uma volta de Doria na corrida maluca pela vacina e não consegue nem garantir a chegada de oxigênio a Manaus” – Marcelo Leite, jornalista – Folha de S. Paulo, 17-01-2021.
“Impeachment é pouco para tanta barbárie, covardia e indecência” – Marcelo Leite, jornalista – Folha de S. Paulo, 17-01-2021.
“Estudei muito durante todo o ano e foi muito difícil manter o ritmo, me machuca muito não fazer a prova. Mas não posso expor meu avô (96 anos) dessa forma. Nenhum aluno deveria ter de escolher entre a vida e uma vaga na universidade” – Laryssa Oliveira, 18 anos, Sousa, PB, decidiu que não fará a prova do Enem para uma vaga na medicina – Folha de S. Paulo, 17-01-2021.
“Se nas mais de 200 mil mortes houvesse apenas uma induzida pelas pregações e sabotagens de Bolsonaro, já seria bastante para ser considerado criminoso homicida. Mas são muitos os interesses financeiros e políticos a protegê-lo. Na verdade, mais que isso, porque é carta branca que lhe tem sido assegurada, sobre 212 milhões de brasileiros, como sobre o presente e o futuro do país” – Janio de Freitas, jornalista – Folha de S. Paulo, 17-01-2021.
“Não vejo a hora de chegar a minha vez de tomar a vacina do Butantan” – Drauzio Varella, médico – Folha de S. Paulo, 17-01-2021.
“Quero tomar a vacina para reduzir à metade o meu risco de ficar doente; quase 80% o de apresentar sintomas leves e, possivelmente, o de ter doença que exija internação hospitalar. Não está bom? Vai desafogar os hospitais. Quando a epidemia chegou, se soubéssemos que teríamos uma vacina como essa em menos de um ano, não ficaríamos felizes?” – Drauzio Varella, médico – Folha de S. Paulo, 17-01-2021.
“O desafio agora é imunizarmos dezenas de milhões de brasileiros com a maior urgência possível, tarefa que exigirá um esforço centralizado no PNI (Programa Nacional de Imunizações), do Ministério da Saúde. Se essa coordenação falhar, cada estado fará o que bem entender. Será o fim do PNI, que há 45 anos vacina crianças e adultos no maior programa de imunizações gratuitas do mundo” – Drauzio Varella, médico – Folha de S. Paulo, 17-01-2021.
“Cresce a cada dia a impressão entre políticos de que Bolsonaro habita um universo paralelo digno de Monteiro Lobato” – Coluna do Estadão – O Estado de S. Paulo, 17-01-2021.
Se você é mulher e faz política, você sabe que vai sofrer assédio” – Isa Penna, deputada estadual – PSOL – Folha de S. Paulo, 17-01-2021.
“Enxergo machismo no PSOL quando escuto que o feminismo é uma pauta de costumes. Como se fosse uma pauta que está numa outra camada de importância. A mudança de cultura política interna dentro dos partidos é um processo. A gente teve casos de expulsão dentro do PSOL, inclusive eu atuei ativamente para barrar algumas candidaturas de homens que eu sei que são assediadores” – Isa Penna, deputada estadual – PSOL – Folha de S. Paulo, 17-01-2021.
“Para quem discute o futuro de Donald Trump: Em novembro de 1923 a milícia nazista tentou um golpe de Estado a partir de uma cervejaria de Munique. Robert Murphy era um jovem diplomata americano baseado em Berlim e saiu em busca de informações. Foi ao núncio apostólico e ouviu dele uma sentença: acabou a carreira política de Adolf Hitler. Deu no que deu. Em 1945 ele reencontrou o núncio Eugenio Pacelli, que àquela altura atendia pelo nome de Pio 12. Cobrou-lhe a previsão e ouviu: “Você está falando da infalibilidade do papa, mas naquela época eu era um simples monsenhor” – Elio Gaspari, jornalista – Folha de S. Paulo, 17-01-2021.
“Vivemos um período extremamente complexo, e seu aspecto mais assustador é a possível aliança entre o pensamento arcaico patriarcal e as novas tecnologias de vigilância e farmacopornográficas. Em princípio, tendemos a imaginar que esses dois regimes se opõem. O patriarcado, bastante arcaico, contrariaria toda a digitalização, mas podemos nos encontrar diante dessa aliança totalmente inesperada. O Brasil é um grande exemplo disso. O Brasil tem um dos regimes neopatriarcais e neocoloniais mais hiperbólicos (quase uma paródia de si mesmo) do mundo, mas possui também alguns dos movimentos de contestação e de resistência mais interessantes, em especial com as culturas indígenas” – Paulo B. Preciado, filósofo – Folha de S. Paulo, 17-01-2021.
“Estamos talvez em um contexto de autoritarismo digital, de neopatriarcado e neocolonialismo, mas não vivemos mais a ideia totalmente absurda dos anos 1980 segundo a qual o capitalismo e o neoliberalismo são os únicos regimes e ideologias possíveis. É isso que acho absolutamente fascinante. Eu tenho 50 anos, há 30 comecei a falar de questões feministas e do patriarcado, em um momento em que a própria palavra patriarcado era vista como démodée. Achavam que éramos ridículos por falar disso. Agora os novos movimentos mostram que estamos entendendo que há alternativas possíveis fortes e radicais contra não só o neoliberalismo, mas também contra o capitalismo como um todo” – Paulo B. Preciado, filósofo – Folha de S. Paulo, 17-01-2021.
“Era previsível. Mas é aterrorizante ter que vivenciar todas estas previsões. O Brasil está ficando sem ar! Uma nação inteira está sendo asfixiada, dia após dia, sem que nada mude. Não é só em Manaus que falta oxigênio. O Brasil todo está ficando irrespirável” – Miguel Nicolelis, neurocientista – O Estado de S. Paulo, 16-01-2021.
"É muito triste abordar esse tema sabendo que esse tema foi abordado por mim junto ao presidente exatamente focando sobre o problema de oxigênio, já que nós já tínhamos assistido na Itália um colapso parcial de oxigênio na cidade de Bergamo, e foi quando as pessoas pararam de ir pro hospital e começaram a falecer em casa. Oxigênio não acaba da noite para o dia. Essa crise de falta de oxigênio já era presente tranquilamente há mais de um mês. Não está havendo monitoramento, planejamento. [Há] falta de atitude, falta de governança, falta de interesse do governo federal. Tem gente que fala 'isso é uma loucura'. Loucura tem tratamento. Outras palavras você poderia colocar, mas a perversidade me parece que é o adjetivo que eu encontrei com maior similaridade, porque é quando você tem conhecimento das consequências da sua ação" – Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde, em entrevista à GloboNews – Portal Uol, 15-01-2021.
“A tragédia de Manaus não tem a ver com a umidade do clima nessa época do ano, como afirmou o general Eduardo Pazuello, ministro da Saúde do governo Bolsonaro. Ela começou junto com a tragédia do Brasil, no dia 28 de outubro de 2018, quando a inépcia, o despreparo e a irresponsabilidade venceram as eleições” – Thaís Oyama, jornalista – Portal Uol, 15-01-2021.
“Por que se calam aqueles (empresários) que costumam ser tão barulhentos? Na elite do nosso empresariado, não tem dia D nem hora H. É S, de silêncio” – Adriana Fernandes, jornalista – O Estado de S. Paulo, 16-01-2021.
“O colapso do sistema de saúde em Manaus é o retrato cruel de como a negligência e o negacionismo do poder público, aliados à irresponsabilidade dos cidadãos que fazem pouco-caso das medidas protetivas contra o vírus, são mortais quando se está diante de uma crise sanitária da magnitude da pandemia de covid-19. Não se chega a um estágio desses sem uma longa esteira de erros e omissões” – Editorial – O Estado de S. Paulo, 16-01-2021.
“Manaus foi uma das cidades que sucumbiram ao falso dilema entre a “liberdade” individual e o “arbítrio” das medidas de contenção ao novo coronavírus. Como a natureza é implacável, o resultado não haveria de ser outro: o aumento do número de mortes por um dos meios mais cruéis, a asfixia” – Editorial – O Estado de S. Paulo, 16-01-2021.
“As três esferas de governo agora se mobilizam para socorrer os manauaras. Para muitos, entretanto, a ajuda chega tarde demais. Até onde irá o desgoverno?” – Editorial – O Estado de S. Paulo, 16-01-2021.
“A indignação, com a falta de investimentos do governo federal para pesquisar e criar uma vacina brasileira contra a covid-19, é grande. Aprofundada com inexistência de logística para evitar casos como o de agora na Amazônia. Essa coluna conversou ontem com empresários de peso e infectologistas renomados, colhendo críticas pesadas, inclusive sobre a sanidade do governo federal na administração da crise pandêmica. É opinião de muitos que, pelo menos a Fiocruz e o Butantã, teriam que ter sido preparados para criar e fabricar vacinas locais. “Vem aí a segunda, terceira geração do vírus e não temos especialização própria” – Sonia Racy, jornalista – O Estado de S. Paulo, 16-01-2021.
“Houve até quem se lembrou da aposta que o mundo fez, lá atrás, na capacidade dos países do Brics – Brasil, China, Rússia e Índia – em impulsionar o crescimento da economia mundial. Dos quatro, só o Brasil não está fabricando vacina contra o coronavírus” – Sonia Racy, jornalista – O Estado de S. Paulo, 16-01-2021.
“O banho de mar em Praia Grande (SP) no primeiro dia deste 2021 parece não ter trazido bons fluidos para Jair Bolsonaro. As últimas horas foram de reveses: colapso em Manaus, curva ascendente de mortes por covid-19, freio da Índia no envio de vacinas ao País, possibilidade de convocação extraordinária do Congresso, volta dos panelaços e aumento da pressão pelo impeachment: governadores e prefeitos, por exemplo, já colocam em dúvida, em privado, a capacidade do presidente e de seu time de controlar a pandemia e vacinar os brasileiros. Vale lembrar: Bolsonaro zombou da covid-19 e das medidas de isolamento ao mergulhar no mar e causar aglomeração. Deu azar” – Coluna do Estadão – O Estado de S. Paulo, 16-01-2021.
“A possibilidade de convocação do Congresso no recesso deixou bolsonaristas em alerta total. Acham que Rodrigo Maia (DEM-RJ) pode ter algum arroubo na reta final de seu mandato na presidência da Câmara. A conferir” – Coluna do Estadão – O Estado de S. Paulo, 16-01-2021.
“Em público, Maia tem negado que poderá dar início ao processo de impeachment, mas nos bastidores seus adversários consideram que a chance existe, e não é pequena” – Coluna do Estadão – O Estado de S. Paulo, 16-01-2021.
“O fato é que a 15 dias do término de seu mandato na presidência da Câmara e sob pressão dos governadores, Maia parece ter acordado para a fraca atuação do Legislativo no aspecto essencialmente sanitário da pandemia da covid-19” – Coluna do Estadão – O Estado de S. Paulo, 16-01-2021.
“Sentado sobre uma montanha de pedidos de impeachment de Bolsonaro, Maia também legará outra batata quente?” – Coluna do Estadão – O Estado de S. Paulo, 16-01-2021.
“O que mais você precisa, Rodrigo Maia, quantos mais precisam morrer? Impeachment já!”, pediu o ator e humorista Fábio Porchat no Twitter” – Coluna do Estadão – O Estado de S. Paulo, 16-01-2021.
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“Impeachment é pouco para tanta barbárie, covardia e indecência” – Frases do dia - Instituto Humanitas Unisinos - IHU