15 Setembro 2020
"Nem tudo deve se jogar fora e há muito de bom na web e nas novas mídias, mas é preciso buscar, encontrar, estudar e até mesmo produzir", diz editorial publicado por Vino Nuevo, 12-09-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.
Acaba de ser lançado em todas as livrarias o livro Educarsi ed Educare al web. 30+1 riflessioni, consigli e idee per tutti (Educar-se e educar para a web. 30 +1 reflexões, conselhos e ideias para todos), escrito por Marco Pappalardo (uma das assinaturas de Vino Nuovo) e Alfredo Petralia (professor e animador digital), para a Edizioni San Paolo.
Educarsi ed Educare al web.
30+1 riflessioni, consigli e idee per tutti.
Marco Pappalardo e Alfredo Petralia.
(Capa: Divulgação)
Um livro original no conteúdo e na forma: os capítulos são compostos por trinta (mais uma) perguntas "dilemáticas" (Apenas para adultos ou até mesmo para os pequenos? Cultura ou barbárie? Social ou a-social? Estudo ou distração? Livre ou na rede? Responsável ou "não fui eu"? Compartilhamento ou egoísmo? Credibilidade ou aparência? ... e tantos outras) que tratam de questões entre o mundo real e o mundo virtual. São contadas no ponto em que se encontram e permeiam a vida, apresentados a partir de fatos, notícias, experiências, exemplos que realmente aconteceram; depois, há uma reflexão educacional que pode ser lida e compreendida facilmente dos 12 aos 100 anos (e que não apresenta a internet, a web, as redes sociais como um mal absoluto, mas como algo a ser conhecido, estudado, aprofundado para desfrutar as vantagens e os pontos positivos, e ao mesmo tempo não se deixar roubar a liberdade, a consciência crítica, os relacionamentos, o tempo, os talentos e os valores). Por fim, para encerrar o capítulo, em pontos, são propostas algumas ideias e conselhos experimentados e testados (não receitas, mas propostas, pequenos sinais a serem enriquecidos com a criatividade e o empenho de cada um).
O texto é introduzido pelo Prefácio de um dos maiores especialistas do setor, Bruno Mastroianni, que escreve: “Em suma, um livro em que cada um dos seus componentes ativa processos de reflexão e convida constantemente o leitor a fazer a sua parte, a ser o protagonista e não um mero espectador do percurso. Consegue fazer isso com a capacidade de ir ao essencial, conseguindo colocar em foco os nós fundamentais para que o leitor compreenda como desatá-los na sua situação. Sobre este último aspecto, diria que o texto atinge o seu valor fundamental. Existem livros de educação digital com viés de defesa que ensinam a se proteger dos perigos da web. Existem outros textos que, a partir a defesa, dão alguns passos em direção à conscientização: procuram fazer com que as pessoas entendam a lógica das dinâmicas online para tornar os usuários mais equipados. Este livro, além da defesa e da consciência - que também cultiva e estimula – avança para o passo fundamental, o da construção”.
Termina com um útil apêndice sobre o ensino à distância com conselhos práticos para estudantes de diferentes idades, para os pais e para os professores de todos os níveis e graus.
Pappalardo e Petralia pretendem apresentá-lo e levá-lo às escolas, paróquias, escolas dominicais, grupos educativos e associações juvenis, como uma ferramenta útil de trabalho e reflexão sobre o uso responsável da Internet. Por esse motivo, também foi concebido um projeto de encontros on-line com os autores para acompanhar a leitura. O texto é simples, prático e repleto de propostas concretas, sendo, portanto, uma excelente ferramenta para pais, professores, educadores, animadores, jovens, estudantes do ensino médio.
Cultura ou barbárie?
Como qualquer espaço público, a Web é um espaço de conflito. Quem ganha, leva tudo. Os imbecis tomavam a palavra mesmo antes, nos bares, nos bancos das praças, nas filas do posto de saúde. A Web apenas ampliou os decibéis de suas sonoras afirmações. Simplesmente, no bar ou na praça (isso também foi dito por Umberto Eco), muitas vezes o imbecil "era calado por que estava ao seu lado: quanta bobagem, cala a boca...". Bem, onde estão esses caras inteligentes hoje, no bar planetário da Web? Por que eles estão calados? A escola deveria ensinar como filtrar as informações estranhas da Internet. Os jornais deveriam verificá-las e desmascará-las diariamente. A própria Internet deveria fabricar para si os anticorpos, e de fato faz, porque para cada boato existe agora um desmascaramento de boatos. Mas não só.
A imbecilidade social tem um sistema de defesa inerente. “Além de um certo limite, cria-se uma síndrome de ceticismo, as pessoas não vão mais acreditar no que o Twitter diz. No começo há grande entusiasmo, depois vão começar a dizer: onde você leu? O Twitter disse isso? Então, tudo mentira”. Isso não vai acontecer por si só, é claro. Requer a tenacidade dos espectadores inteligentes. A resistência da razão. Também disse isso Eco naquele dia: “A defesa instintiva do público: pode acontecer na Internet? Depende apenas da capacidade crítica de quem navega”. O bobo da aldeia nunca triunfa por sua própria força, mas apenas pela fraqueza do sensato da aldeia. (Michele Smargiassi de La Repubblica)
Nem tudo deve se jogar fora e há muito de bom na web e nas novas mídias, mas é preciso buscar, encontrar, estudar e até mesmo produzir. Também isso é fruto de um caminho educativo necessário. Basta pensar no que normalmente procuramos na internet, que conteúdos compartilhamos, que tipo de comentários ou imagens postamos pessoalmente, a quais grupos pertencemos; todo mundo sabe! Mesmo quando não estamos procurando, o que encontramos? Quais páginas nos são oferecidas, mesmo sem ser solicitadas? E não é só publicidade, mas também um universo de posts desprovidos de lógica, pensamento crítico, decência. Não se trata de ser muito sérios, mas de não se tornar banais, bem como de evitar a violência e a vulgaridade tanto com as palavras como com as imagens. Diz-se que cultura é o que você faz com o que você sabe (ou o que você é!), mas também a expressão de um grupo, de uma comunidade, da própria sociedade. Por um lado, a barbarização é não conseguir mais se expressar livremente, por outro é fazê-lo sem nenhum limite e sem respeito pelo outro.
1. Vamos falar (sobretudo a partir da adolescência) em casa, na escola, nas escolas dominicais, na paróquia da “web reputation”, ou seja, o perfil e a identidade que definimos quando colocamos qualquer coisa online. Quem nos segue o que pensa de nós?
2. Vamos descobrir uma atividade dirigida ao bem, nascida e/ou desenvolvida na Internet, talvez seguindo-a em família ou com os alunos da turma.
Vamos analisar nosso perfil social: ele realmente reflete quem somos ou estamos brincando, quase nos escondendo ou alterando a verdade? Hoje, em âmbito de trabalho, é a primeira coisa que os empregadores em potencial observam!
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É possível se educar para a web? - Instituto Humanitas Unisinos - IHU