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Corpos como armas, assim se alimenta o mito fascista. Artigo de Massimo Recalcati

Foto: Pikist

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09 Setembro 2020

"O corpo se torna uma arma de combate desprovida de ética e pietas. É o que todos os regimes fascistas enfatizaram culpadamente ao compartilhar o desprezo pela cultura e pela palavra", escreve Massimo Recalcati, psicanalista italiano e professor das universidades de Pavia e de Verona, em artigo publicado por La Repubblica, 08-09-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.

Segundo o psicanalista, "quando o ser humano é tomado pelo prazer da violência, a palavra sempre soa como uma ofensa. No duelo mortal, na luta implacável dos corpos, no confronto físico, no exercício da violência, a palavra é obrigada a calar-se. Aliás, pode-se dizer que é precisamente a ausência da palavra que dá origem à violência. O jovem Willy provavelmente tentou lembrar a seus assassinos que o ser humano é acima de tudo palavra e diálogo. Em vez disso, eles queriam dizer-lhe que a palavra não conta nada, que não é nada, que é nada como era nada a sua própria vida".

Eis o artigo.

Chama-se "violência bestial", de fato se pensa que na violência cega o humano regrida ao instinto bruto do animal. Mas é realmente assim? Não deveríamos, em vez disso, mesmo diante dessa última trágica notícia em Colleferro, que viu a morte do jovem Willy (1), tentar mudar bruscamente nossa maneira de ver as coisas? Não deveríamos tentar pensar que nenhum animal seria capaz de atingir a ferocidade a que a violência humana consegue chegar?

O animal age movido pela lei do instinto que prevê a sobrevivência da espécie, portanto a defesa do território, a necessidade de obter alimento, etc. Mas o ser humano? Seu exercício da violência não reflete absolutamente uma lei instintiva, mas um prazer instintivo. É esse prazer que pode desencadear sua violência sanguinária. Um jovem (Willy) leal e altruísta intervém para defender um amigo provocado por um grupo de jovens homens ameaçadores.

Qual foi a sua culpa por merecer uma punição tão terrível? Sua culpa imperdoável foi provavelmente a de ter tentado trazer a paz, de ter introduzido no lugar da lei dos punhos aquela da palavra. Sua culpa foi sua tentativa de evitar o derramamento de sangue. Mas para o ser humano, quando é tomado pelo prazer da violência, a palavra sempre soa como uma ofensa. No duelo mortal, na luta implacável dos corpos, no confronto físico, no exercício da violência, a palavra é obrigada a calar-se. Aliás, pode-se dizer que é precisamente a ausência da palavra que dá origem à violência. O jovem Willy provavelmente tentou lembrar a seus assassinos que o ser humano é acima de tudo palavra e diálogo. Em vez disso, eles queriam dizer-lhe que a palavra não conta nada, que não é nada, que é nada como era nada a sua própria vida.

A violência não aceita a paciência do diálogo e os equívocos da palavra. Visa drasticamente atingir seu objetivo o mais diretamente possível. Qual? Aniquilar o adversário, destruí-lo, para suprimi-lo sem lhe deixar uma saída. Esses jovens criminosos, relatam os jornais, são treinados em artes marciais e esportes violentos. Mas a perspectiva do esporte, mesmo quando é violento – uma luta de boxe ou luta livre não são violentas? – não necessariamente educa para a violência. Pelo contrário, conhecemos muitas histórias que contam como o esporte violento foi uma forma de canalizar uma inclinação à violência que, de outra forma, teria sido destrutiva.

O respeito pelo adversário e a rígida disciplina de treinamento não são em si incubadoras de ferocidade. Aliás, se deveria dizer provavelmente o contrário. São formas de simbolizar uma violência que, de outra forma, poderia encontrar expressões abertamente criminogênicas. Lembramos que Platão – o filósofo da teoria das ideias – foi um boxeador e lutador e deve seu nome aos seus "ombros largos" de atleta. O episódio envolvendo o pobre Willy é diferente. Nesse caso, nenhum respeito pelo adversário, a não ser o provável desprezo por sua pele escura e sua crença ingênua na lei da palavra. Seus algozes o golpearam sem serem parados por nenhum árbitro e por nenhuma regra.

Simplesmente nenhum respeito é devido àqueles que não pertencem ao seu mundo. Nesse sentido, o uso da violência é sempre racista. Rejeita a diferença, o pluralismo, a existência diferente do outro. Na base desse episódio não há nenhuma educação esportiva, mas apenas o uso criminogênico e militarizado de técnicas letais desvinculadas de seu propósito competitivo. Então, o corpo se torna uma arma de combate desprovida de ética e pietas. É o que todos os regimes fascistas enfatizaram culpadamente ao compartilhar o desprezo pela cultura e pela palavra.

Nessa exaltação paramilitar e fascistoide do corpo forte e vigoroso, o esporte não aparece como uma experiência de superação dos próprios limites, do cuidado do próprio corpo, do respeito pelo rival, do controle de si mesmos, mas está subordinado a outra lógica: a da opressão racista e da rejeição da palavra.

Novamente, o problema não são as artes marciais ou os esportes de luta em si, mas o uso que se faz deles, portanto, a cultura que os apoia e patrocina. Pode ser uma cultura do respeito pelo adversário e pelo confronto com os próprios limites e medos, ou uma cultura que alimenta o culto insano pelo próprio poder e pela própria capacidade de destruição, portanto o prazer da violência como fim em si mesmo.

 

Nota:

1. Willy, da Eritreia, jovem migrante, residente na Itália é barbaramente assassinado por dois jovens brancos, praticantes de artes marciais. Segundo os jornais italianos do dia de ontem, 08-09-2020, a família dos dois jovens, afirma: "Mas ele era apenas um migrante" – Nota de Instituto Humanitas Unisinos – IHU.

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