30 Junho 2020
Aprovado pelo Papa Francisco em 23 de março, foi apresentado em 25 de junho o Diretório para a catequese. Editado pela Biblioteca Editorial do Vaticano, é um volume de 300 páginas, dividido em três partes (formação de catequistas, linguagens da catequese, catequese e Igrejas locais) e em 12 capítulos. A complexidade da obra levará tempo e habilidades para ser entendida.
A reportagem é de Lorenzo Prezzi, publicada por Settimana News, 29-06-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.
Sua apresentação à imprensa foi confiada a três expoentes do dicastério que o formularam, o Conselho Pontifício para a promoção da nova evangelização: Mons. Rino Fisichella, Mons. Octavio Ruiz Arenas e Mons. Franz-Peter Tebartz-von Elst.
Existem basicamente duas perguntas que determinarão a recepção do texto. Antes de tudo, no quadro teológico e pastoral geral, isto é, se o documento saberá responder à orientação veritativa expressa pela Catechesi tradendae (João Paulo II) de 1979 e pela carta Fides per doctrinam de Bento XVI (2013) ou ainda àquela teológica e carismática expressa pela Evangelii nuntiandi (Paulo VI, 1975) e Evangelii gaudium (Francisco, 2013). Em segundo lugar, se a obra responderá a uma indicação de continuidade predominante em relação aos precedentes Diretórios (1971 e 1997), em relação às elaborações dos centros teológicos e das experiências pastorais.
Durante a apresentação foi evidenciada a complexidade, variedade e duração de um trabalho de composição que teve 12 esboços sucessivos e seis anos de trabalho. Iniciado como um "ajuste" do anterior Diretório, do qual permaneceu um eco significativo, foi depois reformulado integralmente com base em algumas atenções privilegiadas: cultura digital, processos sinodais, escolha kerigmática, arranjo teológico e atenções pastorais (em particular para o catecumenato e na "via da beleza”).
"O coração da catequese é o anúncio da pessoa de Jesus Cristo, que ultrapassa os limites do espaço e do tempo para se apresentar a cada geração como a novidade oferecida para alcançar o sentido da vida. Nessa perspectiva é indicada uma nota fundamental que a catequese deve assumir para si: a misericórdia. O kerygma é anúncio da misericórdia do Pai que vai ao encontro do pecador que não é mais considerado um excluído, mas um convidado privilegiado no banquete da salvação que consiste no perdão dos pecados” (Fisichella).
O desafio da cultura digital insere na "aldeia global" comportamentos que afetam a identidade pessoal e as relações sociais. Afeta, em particular, temas fundamentais como a liberdade e a verdade. A proposta eclesial deve ser capaz de se fazer entender e mostrar adequação a seus interlocutores.
A dimensão sinodal nos últimos anos marca o ritmo dos temas e das urgências pastorais que convergem no cuidado da evangelização e da catequese: do sínodo da Eucaristia (2005) ao da Palavra de Deus (2008), daquele sobre a família (2015) ao dos jovens (2018) e, em particular, àquele sobre a nova evangelização (2012), cujo fruto é a Evangelii gaudium.
A catequese que dá primazia ao kerygma é o oposto de qualquer imposição, mesmo que seja uma evidência que não permita vias de fuga. A escolha de fé, de fato, antes de considerar os conteúdos a que aderir com o próprio consenso, é um ato de liberdade, porque se descobre que somos amados" (Fisichella).
A dimensão teológica introduz com os meios da razão o mistério revelado, ciente de que sua realidade profunda exige o silêncio e a contemplação.
No lado pastoral, o texto está ciente da inadequação da tradição "escolástica" da catequese, da pretensão de torná-la uma condição para o sacramento ou, inversamente, de manipular o sacramento para propósitos que não são dele. Particularmente enfatizada é a ligação da catequese com o catecumenato, justificada pela distância das experiências de muitos da prática cristã e pela "via da beleza", que utiliza o enorme patrimônio artístico cristão para a comunicação da fé.
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Vaticano: Diretório para a catequese - Instituto Humanitas Unisinos - IHU