08 Junho 2020
“Eu tenho tecnologias que podem ajudar o Brasil. Estou querendo apresentar isso, mas está tudo fechado, a Secretaria de Agricultura. Tenho contatos e investidores dispostos a vir. Se uma tecnologia é aprovada nos Estados Unidos, por que tem de ser aprovada aqui no Brasil fazendo testes também? São coisas que eu não entendo, mas eu oro pelo presidente” – Edward Doughert, padre jesuíta, norte-americano, conhecido como padre Eduardo, da Rede Século 21, em Campinas (SP), defendeu na reunião das TVs católicas com Bolsonaro que o governo dialogue com empresários interessados em trazer tecnologia agrícola para o País – O Estado de S. Paulo, 07-06-2020.
“Estou frustrado, estou há dois anos pedindo passaporte para ser cidadão brasileiro e não sai. Por favor, me ajude a ser brasileiro para votar aqui no Brasil” – Eduardo Doughert, jesuíta norte-americano, um dos precursores da renovação carismática no País, reclamando que não consegue um “passaporte” brasileiro que lhe permita “votar” – O Estado de S. Paulo, 07-06-2020.
“A renovação carismática, sempre tão rigorosa na sua linha moral, quando lhe interessa aceita qualquer coisa. O presidente nunca foi praticante de religião nenhuma. A RCC sempre condenou outra parte da Igreja que tinha vínculos com partidos, políticos e luta social, achava que não era dever da Igreja se meter nisso” – Manoel de Godoy, padre, ex-assessor da CNBB, doutor em Teologia – O Estado de S. Paulo, 07-06-2020.
“Infelizmente, alguns dos chamados ‘apoiadores’ de Bolsonaro têm protagonizado verdadeiras cenas farisaicas de orações públicas, de flagrante falsa veneração às imagens sacras de Nossa Senhora de Fátima e do Jesus da Divina Misericórdia no intento de dar legitimidade aos seus pensamentos” – D. Sílvio Guterres Dutra, bispo de Vacaria, RS – O Estado de S. Paulo, 07-06-2020.
“A nossa realidade é muito difícil e desafiante, porque trabalhamos com pequenas doações, com baixa comercialização. Dentro dessa dificuldade, estamos precisando mesmo de um apoio maior por parte do governo para que possamos continuar comunicando a boa notícia, levando ao conhecimento da população católica, ampla maioria desse país, aquilo de bom que o governo pode estar realizando e fazendo pelo nosso povo. Precisamos ter mais atenção para que esses microfones não sejam desligados, para que essas câmeras não se fechem” – Welinton Silva, padre, da TV Pai Eterno, ligada ao Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade (GO), na reunião das TVs Católicas com Bolsonaro – O Estado de S. Paulo, 07-06-2020.
“Ele (padre Welinton Dias, da rede TV Pai Eterno) foi realmente mais ao ponto no interesse dele, até destoou um pouquinho. A intenção era fazer uma primeira aproximação, conversar e depois poderia ter algum desdobramento. Se há uma campanha (publicitária) onde se envolve todos os veículos, acho que é muito justo que estejam todos os veículos, que também participem. Mas não sei dizer se melhorou esse relacionamento nesse aspecto depois" – Francisco Jr, deputado federal – PSD-GO, presidente da Frente Parlamentar Católica, criticando o padre que na reunião das TVs católicas com Bolsonaro pediu explicitamente publicidade do governo para a sua TV – O Estado de S. Paulo, 07-06-2020.
“Nós somos uma potência, queremos estar nos lares e ajudar a construir esse Brasil. E, mais do que nunca, o senhor sabe o peso que isso tem, quando se tem uma mídia negativa. E nós queremos estar juntos” – Reginaldo Manzotti, padre e cantor, da Associação Evangelizar é Preciso, dirigindo-se ao presidente Bolsonaro na reunião das TVs católicas com o governo – O Estado de S. Paulo, 07-06-2020.
“Bolsonaro é uma grande esperança” – João Monteiro de Barros Neto, da Rede Vida, na reunião das TVs católicas com Bolsonaro, argumentando que veículos católicos precisam ser “verdadeiramente prestigiados” e pedindo Barros Neto não apenas mais entrevistas, como também a participação do presidente em eventos promovidos por católicos – O Estado de S. Paulo, 07-06-2020.
“A chegada do coronavírus no Brasil acentuou a prática da necropolítica em território nacional) pois evidencia verdades que estavam intactas, processos que já estavam acontecendo, mas que agora ficaram muito explicitados. A necropolítica, descrita pelo filósofo Achille Mbembe, é a face mais mórbida do processo. Ele desenvolve esse conceito em oposição à biopolitica. A necropolítica estabelece que nem todos vão poder participar, nem todos são de fato sujeitos. Alguns são corpos que a gente não vai ativamente por numa câmara de gás, mas vai deixar morrer, vai privar de máscara, deixar de assistir eles na saúde publica. O processo típico é a lentificação do auxílio. Isso a gente vê sob a capa da descoordenação, na reunião de ministério que veio a público, no discurso de que é só uma gripezinha, no discurso sobre as armas” – Christian Dunker, psicanalista e professor titular da USP, autor de “A Arte da Quarentena para Principiantes” (Boitempo, 77 páginas) – Folha de S. Paulo, 07-06-2020.
“Há uma inferência em curso, porque os inimigos começaram a se tornar cada vez mais internos. [Os ex-ministros da Segurança, Saúde e a secret´ria da Cultura, respectivamente Sérgio] Moro, [Luiz Henrique] Mandetta, Regina Duarte. É o processo de solidão do tirano, descrito desde o século 16. Ele vai descobrindo que tem menos poder do que gostaria, fica mais colérico, paranoico, ataca, e termina como tirano solitário” – Christian Dunker, psicanalista e professor titular da USP, autor de “A Arte da Quarentena para Principiantes” (Boitempo, 77 páginas) – Folha de S. Paulo, 07-06-2020.
“Bolsonaro está passando de adversário da quarentena a um quarentenado isolado” – Christian Dunker, psicanalista e professor titular da USP, autor de “A Arte da Quarentena para Principiantes” (Boitempo, 77 páginas) – Folha de S. Paulo, 07-06-2020.
A história do Moro curiosamente continua valendo, se a gente pensa que, na reunião do dia 22 de abril, quando tem aquele conjunto execrável de declarações, ele fica em silêncio. Claro que depois ele denuncia, mas acho isso muito simbólico e representativo do que eu chamaria de conservadores, que não são os bolsonaristas. Os conservadores verdadeiros estão envergonhados, às voltas com a decisão sobre como pedir desculpas e voltar atrás” – Christian Dunker, psicanalista e professor titular da USP, autor de “A Arte da Quarentena para Principiantes” (Boitempo, 77 páginas) – Folha de S. Paulo, 07-06-2020.
“Nessa travessia, precisamos lembrar da música que diz “quando eu estiver louco, se afaste”. É a ideia de que todos vamos ter momentos de enlouquecimento, e precisamos ser tolerantes com eles. Reconhecê-los, e avisar aos outros quando eles acontecerem. É uma atitude preventiva, de não tomar grandes decisões, de não achar que está tudo como estava antes. Estamos em um estado de muita alteração psíquica” – Christian Dunker, psicanalista e professor titular da USP, autor de “A Arte da Quarentena para Principiantes” (Boitempo, 77 páginas) – Folha de S. Paulo, 07-06-2020.
"Não informar corretamente significa que o estado pode ser mais nocivo do que a doença. Manipular números é lealdada militar burra e genocida” – Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde – Folha de S. Paulo, 06-06-2020.
"Talvez seja isso o que a gente vá presenciar: uma grande noite da ciência" – Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde – Folha de S. Paulo, 06-06-2020.
“Portugal, exemplo de país que conseguiu conter a epidemia ao adotar medidas precoces de isolamento, que foram respeitadas pela população, já estava na terceira e última fase do desconfinamento quando foi obrigado a recuar por causa do aumento do número de casos na região de Lisboa. Não há o que contestar, a relação é inversa: diminuem os níveis de isolamento, aumentam as mortes. Criar discursos políticos para ir contra essa realidade é negar a experiência mundial e as mais sólidas evidências científicas. É má intenção ou burrice mesmo” – Drauzio Varella, médico cancerologista, autor de “Estação Carandiru” – Folha de S. Paulo, 07-06-2020.
“Outro estudo que ajuda a explicar a resiliência do bolsonarismo é o da Friedrich-Ebert-Stiftung Brasil. Ele indica que, apesar do crescente desgaste de Jair Bolsonaro, mesmo seus apoiadores autodeclarados “desiludidos” se dizem dispostos repetir o voto no presidente em 2022 por “falta de alternativa” – Coluna do Estadão – O Estado de S. Paulo, 07-06-2020.
“As pesquisadoras Esther Solano (Unifesp) e Camila Rocha (Cebrap) selecionaram para entrevistas três grupos de eleitores de Jair Bolsonaro: fiéis, críticos/desiludidos e arrependidos” – Coluna do Estadão – O Estado de S. Paulo, 07-06-2020.
“Entre os arrependidos, alguns citam o ex-juiz federal Sérgio Moro como alternativa eleitoral. Outros dizem que anulariam o voto. Apenas duas eleitoras arrependidas afirmam que votariam até no PT para evitar nova eleição de Jair Bolsonaro” – Coluna do Estadão – O Estado de S. Paulo, 07-06-2020.
“O maior ponto de desgaste de Jair Bolsonaro entre os três grupos pesquisados é o comportamento dele diante da pandemia da covid-19, considerado “desrespeitoso”. Outro destaque: a percepção de que os filhos do presidente são fator de instabilidade. A pesquisa foi feita entre 9 e 18 de maio, em São Paulo” – Coluna do Estadão – O Estado de S. Paulo, 07-06-2020.
“Desde o início da pandemia, Jair Bolsonaro já cavalgou, pilotou jet ski, comeu pastel em feira, participou de manifestação e praticou tiro. Mas ainda não visitou, seja em hospital ou unidade de saúde, os doentes da covid-19 e os profissionais obstinados em salvar vidas” – Coluna do Estadão – O Estado de S. Paulo, 07-06-2020.
“Vamos parar de brincar de ditadura” – Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal – STF – O Estado de S. Paulo, 07-06-2020.
“Se alguém falou que o 142 permite o autogolpe, isso seria absolutamente inconstitucional. Não tem nada a ver com a Constituição. Golpe é inconstitucional – isso tem de ficar muito claro” – Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal – STF – O Estado de S. Paulo, 07-06-2020.
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