A Igreja suíça também planeja seu “caminho sinodal” (sem chamá-lo assim)

Catedral de São Galo, na Suíça. Foto: Freip | Wikicommons

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26 Setembro 2019

Preferem chamá-lo “processo de renovação”, para evitar problemas com Roma.

A reportagem é de Cameron Doody, publicada por Religión Digital, 24-09-2019. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.

A Igreja Católica na Suíça está planejando um “processo de renovação” para abordar os problemas derivados das crises de abusos e para recuperar a “credibilidade”, anunciou o presidente da Conferência Episcopal da Suíça.

O presidente do episcopado, Felix Gmür, anunciou na quarta-feira passada que ele e seus irmãos bispos votaram por um “processo de renovação” em uma assembleia em Saint-Maurice.

Gmür, bispo da Basileia, disse que o processo abordaria temas tais como o abuso sexual, o abuso de poder, o celibato sacerdotal e a possível ordenação de homens casados, o papel da mulher na Igreja e a fé e a evangelização.

Ainda que o processo suíço tratará os mesmos problemas, Gmür minimizou as comparações com o “caminho sinodal vinculante” da Igreja alemã, que nos últimos dias recebeu fortes críticas de Roma.

“Evitamos os termos ‘sinodal’ ou ‘sínodo’”, disse Gmür, explicando que esses termos têm significados particulares na lei canônica que não se darão no caso suíço.

Referindo-se a uma crítica recorrente do caminho sinodal alemão, Gmür rechaçou a sugestão de que o “processo de renovação” equivale a uma “forma especial” suíça.

A unidade com a Igreja universal, uma prioridade

O bispo da Basileia enfatizou que manter a unidade com a Igreja universal é uma prioridade.

Porém disse que deve fazer algo para apagar o “fogo” da crise de credibilidade da Igreja.

“Os desertores da Igreja estão aumentando; em alguns lugares, a frustração é enorme”, advertiu Gmür.

Gmür disse que a ideia preliminar para o processo de renovação é nomear primeiro um comitê diretivo laico composto por dois ou três pessoas, homens e mulheres de todo o país, para elaborar um cronograma.

Depois, poderão ser convocados cinco painéis, com dez a doze pessoas em cada um, para debater os problemas chaves do abuso, poder, celibato, mulheres e evangelização.

Porém, o bispo da Basileia advertiu que o processo levará tempo: talvez dois ou três anos.

“Vale a pena esperar todas as coisas boas”, explicou Gmür.

O resultado do longo período de tempo poderia ser que os bispos suíços tenham material suficiente para escrever uma carta ao Papa sobre as deliberações do processo de renovação, acrescentou o bispo.

Sem mencionar que a dinâmica entre os leigos e a hierarquia melhoraria, disse Gmür.

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