11 Junho 2019
"Entendemos que a educação pública, de níveis básico e superior, deve ser de qualidade e acessível a toda a população, conforme reza a Constituição de 1988, sendo inadmissíveis os bloqueios e cortes de verbas para a área, como tem feito o governo atual", escreve em nota a Arquidiocese de Porto Velho.
A Arquidiocese de Porto Velho, por ocasião do Conselho de Pastoral da Região Porto Velho, que se reuniu no dia 1º de junho de 2019, por causa da Palavra de Deus (cf. Lc 5,5) e comprometida com a defesa da vida, sobretudo dos pobres, decide se pronunciar em face da atual situação do país e se solidarizar com as diversas formas de resistência do povo, como a greve geral prevista para o próximo dia 14. Suplicando a assistência do Espírito Santo, em unidade, manifestamos a nossa preocupação com algumas situações vitais do nosso povo:
Dizemos “não a uma economia da exclusão” praticada por um sistema econômico que mata (cf. Papa Francisco, Evangelli Gaudium, n. 53) e avança contra a soberania do povo brasileiro e os direitos básicos da população. Manifestamos o nosso compromisso com a preservação da vida na Amazônia e defendemos que a região “não seja tratada como colônia, de onde se retiram suas riquezas e amazonidades em favor de interesses alheios, mas que seja vista em pé de igualdade no concerto das grandes regiões irmãs, com sua contribuição específica em favor da vida dos povos” (XII Intereclesial das CEBs, Carta às comunidades, Porto Velho, 2009).
Preocupa-nos o crescente desemprego, já ultrapassando o patamar de 13 milhões de brasileiros, somados aos 28 milhões de subutilizados, segundo dados do IBGE, bem como a ineficácia, até agora, das medidas tomadas pelos governos para combatê-lo. Defendemos que sejam adotadas políticas de geração de emprego e renda que respeitem a primazia da pessoa sobre mercado e do trabalho sobre o capital, e que as reformas, sobretudo a da previdência, sejam pautadas pelo princípio do bem comum, e não pelo favorecimento dos bancos e outros interesses particulares.
Em face da crescente violência, que faz tantas famílias sofrerem a perda de seus filhos, manifestamos a nossa solidariedade, reafirmamos o nosso compromisso com o mandamento “não matarás” e entendemos que os discípulos de Jesus, movidos tão somente pelo amor (cf. Jo 13,34), não devem apoiar projetos que ampliam a autorização para posse de armas.
Entendemos que a educação pública, de níveis básico e superior, deve ser de qualidade e acessível a toda a população, conforme reza a Constituição de 1988, sendo inadmissíveis os bloqueios e cortes de verbas para a área, como tem feito o governo atual.
No dia de Pentecostes, em que celebramos a plenitude dos bens pascais, o testemunho de Maria de Nazaré, a Mãe de Jesus, nos alcance a perseverança no compromisso com o Reino de Deus, de justiça e paz para todos.
Porto Velho, 9 de junho de 2019.
Dom Roque Paloschi
Bispo da Igreja de Porto Velho
Pe. Valdecir Luiz Cordeiro
Coordenador de Pastoral
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Arquidiocese de Porto Velho publica nota sobre o momento atual - Instituto Humanitas Unisinos - IHU