22 Abril 2019
Acreditar na vida é elemento essencial para continuar a apostar nela, para não ficarmos amarrados à morte, no desespero que nos paralisa e não nos permite abrir novos caminhos que nos levam a continuar avançando. As ameaças de morte, e a própria morte, são uma realidade cada vez mais presente na Amazônia, que se manifesta na perseguição e assassinato de seu povo e do meio ambiente.
O comentário é de Luis Miguel Modino.
Diante dessa realidade, a Páscoa traz-nos a capacidade de regenerar a nossa esperança, de aumentar a nossa fé, de compreender que também cabe a nós dar uma mão para fazer realidade esse mundo melhor para todos que Jesus anunciou com sua Ressurreição. Ser testemunha da Páscoa, da Vida, da Ressurreição, é um desafio para todo batizado, que deve ser realizada no meio daqueles com quem a gente divide a vida cotidiana.
A missão nos leva a isso e, neste momento, a missão que o Papa Francisco confiou à Igreja que peregrina na Pan-Amazônia é abrir novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral. Essa é uma tarefa que irá dar melhores frutos na medida em que todos os batizados, e a própria Igreja como um todo, realizar um exercício de escuta, de contemplação, que vai ajudar a descobrir os sinais de Vida, de Ressurreição, presentes no meio daqueles que nunca ouviram, ou vagamente escutaram falar sobre a mensagem cristã, mas que têm junto deles muitos sinais que podem nos ajudar a entender que Deus sempre tem seus canais de comunicação.
Na Amazônia a vida é regenerada com uma velocidade extraordinária, contanto que a vida não seja decepada pela ação do mal de agentes externos, principalmente os seres humanos, que ao serviço de um sistema que mata em busca de lucro e bem-estar aparente, vai destruindo essa vida para sempre. Dizer que acreditamos na Ressurreição e na Vida exige de quem profere essas palavras um compromisso cada vez mais forte e autêntico, para nos levar a anunciar que Ele está vivo e que devemos fazer tudo ao nosso alcance para que o que é Deus possa viver para sempre.
Podemos dizer, como indicado no documento preparatório do Sínodo para a Amazônia, “Com a morte e ressurreição de Jesus se ilumina o destino da criação inteira, impregnado do poder do Espírito Santo, já evocada na tradição sapiencial (cf. Sb 1,7). A Páscoa leva ao cumprimento o projeto de uma “criação nova” (cf. Ef 2,15; 4,24), revelando Cristo como Palavra criadora de Deus (cf. Jn 1,1-18) porque «tudo foi criado por ele e para ele» (Cl 1,16)”.
É um novo tempo, uma nova oportunidade para apostar na Vida, semear esperança, abrir novos caminhos. Não vamos deixar passar batido uma nova oportunidade que Deus nos dá, que, em cada momento histórico nos fala através dos seus enviados, daqueles em quem descobrimos uma voz que nos desperta, nos regenera, o que nos faz homens e mulheres novos, imagem D´aquele que se entregou à morte porque confiava na presença de um Deus que nunca nos abandona em nossas lutas, em nossa determinação de tornar o Reino uma realidade entre aqueles que nunca abandonaram o plano de Deus. É a Páscoa, a Ressurreição, o tempo de novos caminhos.
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Páscoa, ressurreição, tempo de novos caminhos de Vida - Instituto Humanitas Unisinos - IHU