Quem, depois de Bergoglio? Parolin, o eleito em um conclave incomum

Foto: Jeffrey Bruno /Flickr

Mais Lidos

  • Esquizofrenia criativa: o clericalismo perigoso. Artigo de Marcos Aurélio Trindade

    LER MAIS
  • Alessandra Korap (1985), mais conhecida como Alessandra Munduruku, a mais influente ativista indígena do Brasil, reclama da falta de disposição do presidente brasileiro Lula da Silva em ouvir.

    “O avanço do capitalismo está nos matando”. Entrevista com Alessandra Munduruku, liderança indígena por trás dos protestos na COP30

    LER MAIS
  • O primeiro turno das eleições presidenciais resolveu a disputa interna da direita em favor de José Antonio Kast, que, com o apoio das facções radical e moderada (Johannes Kaiser e Evelyn Matthei), inicia com vantagem a corrida para La Moneda, onde enfrentará a candidata de esquerda, Jeannete Jara.

    Significados da curva à direita chilena. Entrevista com Tomás Leighton

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

15 Agosto 2017

O Papa Francisco goza de boa saúde, pelo menos é o que se espera, mas isso não impede que, exatamente a cinco anos da sua eleição ao sólio pontifício, sejam alinhavadas elucubrações bem argumentadas sobre a sua sucessão.

A reportagem é de Fabrizio D’Esposito, publicada no jornal Il Fatto Quotidiano, 14-08-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Trata-se de um exercício legítimo, sem dúvida, mas não convincente, principalmente quando saímos exaustos de dias e dias de um calor escaldante e luciferino.

Assim, no jornal Libero, o bom Antonio Socci, herege de matriz Comunhão e Libertação (grande parte dos vaticanistas italianos provém do movimento) e indômito guerreiro antibergogliano, lançou-se duramente contra o calor e deu conta de uma suposta, mas surpreendente, ou, vice-versa, de uma surpreendente, mas suposta, ruptura entre o Papa Francisco e o cardeal Pietro Parolin sobre o regime de Maduro na Venezuela.

Parolin é o secretário de Estado, isto é, o primeiro-ministro do Vaticano. Sem adentrarmo-nos nos detalhes populistas, pauperistas, revolucionários, chavistas, socialistas e diplomáticos da diatribe, limitamo-nos a um resumo “político” do caso.

Quem respondeu a Socci foi o arcebispo Angelo Becciu, sostituto para os Assuntos Gerais da Secretaria de Estado, negando, obviamente, toda diversidade de pontos de vista entre o pontífice e o “primeiro-ministro” sobre a fatídica Venezuela. A autorizada negação, porém, permitiu que o colunista do Libero relançasse e começasse a delinear a lista dos papáveis para o pós-Bergoglio, seja quem for: “Por trás da irritação do Vaticano com o meu artigo sobre os temas que opõem Bergoglio e Parolin (acima de tudo, o ditador Maduro), existe o projeto do ‘partido curial’ que visa à sucessão de Bergoglio justamente com o seu secretário de Estado. É por isso que o tema Parolin-Bergoglio é hoje um tabu indizível”.

Na prática, a nefasta Cúria, pedra de escândalo na era Ratzinger, estaria meditando a vingança, focando-se naquela que foi a escolha mais importante de Bergoglio, Parolin.

Como já aconteceu com o fenômeno do renzismo, agora o bergoglismo também estaria experimentando o nascimento de novas correntes no perímetro do desmantelamento franciscano. E Parolin, nesse ponto, seria um bergogliano diferente, como Delrio. Em todo o caso, nesses ambientes, confia-se também no “Bergoglio” asiático, o cardeal filipino Tagle.

Leia mais