11 Novembro 2016
Delegações da ACT Alliance, da Federação Luterana Mundial – FLM e do Conselho Mundial de Igrejas – CMI, na conferência climática das Nações Unidas em Marrakesh, Marrocos, a acontecer entre os dias 7 e 18 de novembro, pedem em conjunto por uma transição mais rápida para uma economia de baixo carbono baseada na energia limpa no intuito de conter o aumento da temperatura global.
A informação foi publicada por Federação Luterana Mundial – FLM, 09-11-2016. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
As organizações estão representadas na 22ª sessão da Conferências das Partes (COP-22) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas – UNFCCC, na sigla em inglês, com parte da ação e do trabalho continuado contra as mudanças climáticas.
No dia de abertura da conferência, a ACT Alliance disse esperar que o encontro de 2016 seja uma “COP da ação”, em que “os objetivos definidos no acordo de Paris devem agora ser destacados no sentido de assegurar que os seus textos sejam seguidos de regras ambiciosas”.
“Os governos mostram o compromisso deles de deter as mudanças climáticas, e os acordos feitos na cúpula de Paris agora podem ser cumpridos. No entanto, um acordo sobre textos somente não fará diferença alguma. Nesse sentido, a pauta da COP-22 é bastante importante para assegurar que a implementação deva começar”, disse Dinesh Vyas, coordenador do grupo de trabalho da ACT Alliance dedicado às mudanças climáticas.
A FLM, que em 2015 tomou a decisão política de desinvestir em combustíveis fósseis, representa-se nas conferências climáticas da ONU com sua delegação de jovens. Nas negociações climáticas, a FLM defende a justiça intergeracional e a solidariedade com os que se encontram em situações mais vulneráveis aos impactos de eventos meteorológicos extremos.
Secretário geral da FLM, o Rev. Dr. Martin Junge disse: “Na comemoração conjunta católico-luterana da Reforma, afirmamos que o nosso serviço comum neste mundo deve se estender à criação divina, que sofre a exploração e os efeitos específicos da ganância insaciável. Temos de trabalhar no sentido de uma mudança nos corações e mentes, uma mudança que conduza ao cuidado responsável pela criação de Deus”.
Nos últimos anos, grupos ecumênicos vêm se envolvendo na defesa e na ação contra as alterações climáticas assim como têm tomado parte nas conferências das partes. O CMI e grupos relacionados assumiram posições morais duras no tocante à indústria de combustíveis fósseis, que gera emissões causadoras da mudança climática. Buscando coerência com o que dizem, eles deixaram de investir em combustíveis fósseis, retirando quantidades significativas de investimentos antes aplicados neste setor.
Segundo o secretário geral do CMI, o Rev. Dr Olav Fykse Tveit, os fiéis deveriam se unir e trabalhar em conjunto pela justiça climática, o que se precisa hoje mais do que nunca. “Eu me reuni com refugiados climáticos durante minha recente visita à Nova Zelândia e à Austrália; não estávamos falando de um amanhã. Temos uma situação que é atual, e é chegada a hora de agirmos. As mudanças climáticas e seus efeitos adversos sobre toda a criação, especialmente os vulneráveis, pobres e comunidades indígenas, são uma preocupação urgente a todos os fiéis ao redor do mundo. No risco aumentado atual de tensões sociais e políticas, de medo, de conflito e deslocamento num mundo com restrições climáticas, a tarefa que temos é a de fazer justiça e promover a paz para o bem-estar social e ecológico, para o desenvolvimento sustentável de todos”, disse Tveit.
Na dianteira do evento em Marrakesh, os três secretários gerais assinaram a “Declaração Climática Inter-religiosa – COP-22”, juntamente com outros 220 líderes religiosos. Na qualidade de presidente da COP-22, o ministro marroquino das Relações Exteriores Salaheddine Mezouar foi convidado a receber o documento em um evento paralelo organizado pela ACT, pela FLM e pelo CMI no dia 10 de novembro.
Este texto é um comunicado de imprensa da ACT Alliance, da Federação Luterana Mundial – FLM e do Conselho Mundial de Igrejas – CMI.
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Ativistas pedem por transição rápida à economia de baixo carbono - Instituto Humanitas Unisinos - IHU