"O papa está errado: estamos sofrendo o ódio por parte de uma religião", afirma patriarca de Antioquia

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29 Julho 2016

"Devemos evitar a linguagem politicamente correta. Devemos dizer que foi um islamismo radical terrorista. Esse é o fato. Aqueles que cometeram o massacre em Dhaka, nove italianos, não eram nem pobres nem ignorantes. Eram de família muito boa e instruídos. Não se pode falar de pessoas perdidas, socialmente marginalizadas." A afirmação, ao programa Bianco&Nero, da RadioUno, é de Sua Beatitude Ignace Youssif III Younan, patriarca de Antioquia dos sírios (na foto, à esquerda).

A reportagem é do jornal Il Foglio, 28-07-2016. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

"Estamos vivendo essa tragédia, e vocês [o Ocidente] estão fazendo elucubrações teóricas, a sangue frio, enquanto nós devemos sofrer todos os dias, a todo o momento, os perigos do terrorismo islâmico. Um bispo assassinado, dez padres assassinados" nos últimos tempos, acrescentou.

A uma pergunta específica sobre as considerações do papa de que a guerra não tem nada a ver com a religião, o patriarca respondeu: "Com todo o respeito pelo Santo Padre, não é correto o que ele diz. Sempre houve pessoas mais ricas do que as outras. Aqui, estamos sofrendo o ódio por parte de uma religião".

Em janeiro passado, Ignace Youssif III Younan comentava ao jornal Il Foglio a evolução dos acontecimentos no Oriente Próximo: "Aleppo era a segunda maior cidade da Síria, rica e próspera em lojas. Hoje, ela é irreconhecível, depois de três anos e três meses de assédio. Em Mosul, havia cerca de 30 igrejas e mosteiros, que hoje estão abandonados ou transformados em mesquitas. Homs parece Stalingrado durante a Segunda Guerra Mundial".

"Os ataques - acrescentava – não são suficientes. É preciso ser realista", disse o patriarca ao jornal: "Os bombardeios aéreos não são suficientes, porque esses terroristas sabem como se esconder entre os civis. É preciso coordenar os ataques com os exércitos nacionais, como os estadunidenses estão fazendo no Iraque e os russos na Síria".

Ele também concorda em falar de genocídio em detrimento das comunidades cristãs locais: "Genocídio não significa apenas aniquilar uma comunidade, mas também erradicá-la, impedindo-a de voltar para onde ela sempre esteve".

A sigla Isis não o agrada muito: "Parece o nome de um perfume de mulher, quando, ao contrário, trata-se de gangues de terroristas que perderam o senso humano, a consciência, a moralidade. É preciso chamar as coisas pelo seu nome, isto é, Estado Islâmico".