Por: André | 27 Mai 2016
“Chegou o momento em que a ação à qual nos impulsiona a vocação de serviço se expresse em oportunidades que deixem soprar o vento do Espírito Santo. O que é válido para qualquer organização também o é para esse Dicastério, que não deve ser guardião e sim facilitar a relação pessoal com o Santo Padre”, escreve o Grupo de Católicos da Paróquia Universitária do Uruguai, em carta aberta dirigida aos cardeais e publicada por Religión Digital, 25-05-2016. A tradução é de André Langer.
Eis a carta.
Senhores cardeais:
A Paz do Senhor esteja com vocês. Nós apreciamos a dedicação, o empenho e a delicadeza de vocês na missão que lhes encomendou o Santo Padre. Sabemos que sua agenda é frondosa, demanda profundidade, criatividade e rigor no tratamento dos diferentes temas, muitos dos quais estiveram em uma câmara escura deste o Concílio Vaticano II.
Desejamos poder contribuir, além da nossa oração permanente, com uma reflexão sobre a imobilidade de pessoas em certos cargos. Esta fere a sensibilidade de muitos cristãos, afasta e expulsa outros; dói a todos. Esta situação de pessoas, em Dicastérios e outros organismos da organização em nossa Igreja, tende à burocratização, afetando seriamente sua sinodalidade e funcionalidade.
Estamos preocupados porque gera várias patologias, entre elas, a soberba que germina nessas situações. Um bom exemplo disso, e concentrado, encontramos no Sr. Cardeal Müller. Ele tem muito pouca eficiência. Sob sua liderança, aparece o manto negro do castigo, a ocultação de condutas aberrantes e a divisão na Igreja.
No entanto, ele sai do Vaticano para transmitir falsas contradições na condução da Igreja e corrige o próprio Papa. Desconhece o magistério na matéria. Sua postura frente à Teologia da Libertação tem a ver com oportunismo, mais que reconhecimento da seriedade exemplar de muitos teólogos que trabalharam na América Latina.
É doído seu comportamento, sua educação e princípios ao atacar grosseiramente um teólogo como Hans Küng que deu permanente mostra de sua fé e cordialidade no trato com Bento XVI e Francisco, mesmo na discordância; não merece que seja destratado como fez em sua viagem à Espanha.
Chegou o momento em que a ação à qual nos impulsiona a vocação de serviço se expresse em oportunidades que deixem soprar o vento do Espírito Santo. O que é válido para qualquer organização também o é para esse Dicastério, que não deve ser guardião e sim facilitar a relação pessoal com o Santo Padre. Pensamos que com o trabalho de vocês se pode proceder a uma ação criativa positiva de mudança, rotatividade ou substituição. Nosso objetivo é a unidade da Igreja. Assim como também avançar no ecumenismo e no diálogo inter-religioso. Temos muito para fazer caminhos de misericórdia e pouco para nos ocupar de negatividades surgidas de febril soberba.
Muitos teólogos saíram para responder ao senhor Müller. Surge entre nós a pergunta: até quando? Não queremos sobrecarregar o seu trabalho, mas facilitá-lo, assim como o de tantos teólogos que necessitamos iluminando-nos o caminho. Nós gostaríamos que o trabalho de vocês e o esforço em ajudar Francisco a carregar a Cruz iluminassem a todos inflamando-nos de amor, como nos pediu Jesus.
Faz-se necessário remover detritos acumulados em um tempo que já não existe mais. Coisa que o senhor Müller não pode compreender, por estar imerso neles.
Recebam o nosso mais pleno reconhecimento e a certeza de constantes orações por sua vida de serviço, e enviamos a nossa fraterna saudação.
Grupo de Católicos da Paróquia Universitária do Uruguai
María Elena Bicera
Hugo Bielli
Rubén Cañete
Lía Cosse
Ramón Firme
Carlos Cagno
Olga Scarón
Jorge Scuro
Daisy Solari
Saúl Irureta
Gloria Aguirrebere
Roberto Speranza
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Carta aberta de católicos uruguaios. “Doloroso é o comportamento do cardeal Müller” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU