Por: Jonas | 17 Fevereiro 2016
A notícia do rosário que o Papa Francisco enviou a Milagro Sala teve impacto no mundo da política e na diplomacia argentina que prepara o encontro entre Francisco e Mauricio Macri. Como antecipou este jornal, o rosário chegou a Buenos Aires nas mãos de Enrique Palmeryo, o segundo da organização Scholas Occurrentes, de status pontifício, e um dos leigos de maior confiança do papa Francisco. Em uma conversa pela rádio, Palmeryo explicou que o rosário que entregou no acampamento da organização Tupac Amaru, na Praça de Maio, representa “uma valorização do trabalho dos dirigentes sociais e Milagro Sala, em especial”.
A reportagem é publicada por Página/12, 16-02-2016. A tradução é do Cepat.
“O papa Francisco valoriza o compromisso dos dirigentes sociais que lutam para mudar a situação na qual muitos não têm uma casa onde viver ou uma alimentação adequada”, disse. Explicou que ao “transmitir” o pedido de oração por Milagro Sala, o Papa lhe entregou um rosário abençoado para ela. “Age assim com muitas pessoas que sofrem”, esclareceu. “Viajamos com José María Del Corral para o Congresso Mundial de Scholas e, nessa oportunidade, transmiti ao papa Francisco o pedido de oração pela situação de Milagro Sala e a saudação do Movimento Missionários de Francisco, da Confederação de Trabalhadores da Economia Popular (CTEP) e de outros movimentos sociais. Daí, (o Sumo Pontífice) entregou o rosário abençoado para Milagro”.
Também falou Gustavo Vera, outro dos leigos próximos ao papa. “Estive dez dias em Santa Marta e me consta a preocupação do Santo Padre a respeito das condições da prisão (de Milagro Sala), que claramente são ridículas e abrem um precedente para a criminalização do protesto social”, disse a rádio El Mundo. “O argentino mais importante da história está preocupado, porque claramente há duas medidas na hora de repartir justiça nesse país, onde parece que se atua segundo o porte do rosto”.
A vice-presidente da Nação, Gabriela Michetti, admitiu que o Papa entregou o rosário porque “se preocupa muitíssimo em ver como estão aquelas pessoas que se dedicam a trabalhar pela pobreza”. No entanto, esclareceu que “ele, calculo eu, considera Milagro Sala uma dirigente social que se dedicou a trabalhar pelas pessoas mais humildes”, no entanto, “quando se sabe que (a líder da organização Tupac Amaru) está cercada de suspeitas, isso apresenta uma questão mais controvertida”.
Eduardo Valdés, que foi embaixador ante a Santa Sé, separou o rosário dos efeitos que isso pode ter no encontro entre Mauricio Macri e o Papa. “O rosário foi um sinal público e não tem nada a ver com a relação com Macri. Não se deve fazer uma análise política a esse respeito, as causas da prisão de Sala foram ilegais desde o primeiro dia e são muitas as vozes que disseram isto. Os que sabem explanam que é uma vergonha nacional e era natural que isto acontecesse”.
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O rosário a Milagro Sala. “Foi um sinal público do Papa” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU