15 Dezembro 2015
Monge sírio, o padre Jacques Mourad é um daqueles aos quais foi concedido "viver uma segunda vida". Sequestrado no dia 21 de maio passado pelos jihadistas do IS, o chamado Estado Islâmico, o religioso chegou à Itália em grande segredo depois da sua libertação, em outubro passado.
A reportagem é de Mariaelena Finessi, publicada no jornal Trentino, 11-11-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
 Tendo escapado da morte, ele conta remanescentes daquela experiência, convencido de ter sido "protagonista de um milagre de duas dimensões". A primeira "é o retorno físico à liberdade". A segunda é que "o que tornou isso possível foram as boas relações entretecidas justamente com aqueles jovens que, depois, aderiram ao IS".
Tendo escapado da morte, ele conta remanescentes daquela experiência, convencido de ter sido "protagonista de um milagre de duas dimensões". A primeira "é o retorno físico à liberdade". A segunda é que "o que tornou isso possível foram as boas relações entretecidas justamente com aqueles jovens que, depois, aderiram ao IS".
Tudo começou quando homens armados invadiram o mosteiro síro-católico de Mar Elian, em Qaryatayn, onde o padre Mourad é prior. Coirmão do padre Paolo Dall'Oglio, fundador da comunidade monástica de Deir Mar Musa – ele também raptado e sobre o qual não se têm notícias desde julho de 2013 –, o monge foi capturado. Com ele, também o seu colaborador Boutros.
Mantido primeiro em uma localidade montanhosa, o padre Mourad foi deportado depois para o reduto jihadista de Raqqa, onde permaneceria por 84 dias. A notícia do deslocamento o consolou: "Eu estava contente porque eu pensava que, lá embaixo, me colocariam na cela com o padre Paolo". Mas, de Dall'Oglio, nem mesmo a sombra.
"Todos os dias, em Raqqa, alguém de nacionalidade diferente entrava na cela. Provocavam-nos: 'Vamos cortar a garganta de vocês se não se converterem ao Islã'."
O fim parecia próximo "quando, no oitavo dia, um encapuzado e vestido de preto apareceu na porta. Chamou pelos nossos nomes. 'Vocês são cristãos nazarenos?'. 'Sim'. Naquele ponto, aconteceu algo de surpreendente. O homem entrou e apertou a nossa mão. 'A paz esteja com vocês'."
O padre Mourad não acreditou no que acabara de ouvir. "Em princípio, não nos cumprimentam porque eles nos consideram infiéis e não nos dão a mão porque nos consideram impuros, nem se sentam conosco porque somos seres inferiores."
Mas "ele se comportou de forma diferente. 'Vocês foram confiados a mim', disse ele. 'Por que estamos aqui?', perguntei-lhe. 'Padre – me chama antes de ir embora –, considere isso como um retiro espiritual'".
Enquanto isso, os jihadistas conquistam Quaryatayn e tomam como reféns quase 250 cristãos que pedem para poder rever o "seu" sacerdote. No dia 11 de agosto, os milicianos transferem o padre Mourad, ao qual muitos deles, ao longo dos anos, também abriram as próprias casas e pediram conselhos, enquanto aos cristãos é dada a possibilidade de se salvar aceitando um "contrato de tutela", que prevê, dentre outras coisas, o pagamento da jizya, a taxa de proteção.
"Eu era respeitado pelas mesmas pessoas que se alistaram no IS. Eu ajudei a resolver um problema. Diante de uma xícara de chá, estava até mesmo o homem que me colocou as algemas."
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Porque ele liberta o indigente que clama 
e o pobre que não tem protetor.
Ele tem compaixão do fraco e do indigente, 
e salva a vida dos indigentes.
Ele os redime da astúcia e da violência, 
porque o sangue deles é precioso aos seus olhos.
(Sl 72, 12-14)
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