17 Novembro 2015
Especialistas afirmam que temos pouco tempo para mudar hábitos e tentarmos reverter o quadro da mudança climática. Em 2013, a Academia Nacional de Ciências publicou um estudo que explica o porquê muitas cidades ficarão isoladas em algum grau de submersão devido ao aumento no nível do mar. Em contrapartida, também temos estimativa de que até 2020 todos os cantos do planeta já terão sofrido com essas transformações.
A reportagem foi publicada por EcoDebate, 16-11-2015.
No último dia 8, o El País publicou uma matéria sobre a Cúpula do Clima de Paris, informando que estaríamos próximos da última chance para revertermos a mudança climática. Para o professor de química da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Rogério Aparecido Machado, não é necessariamente a última oportunidade, mas afirma que o tempo está se esgotando e a população está muito atrasada no processo de reversão ou estagnação desta transformação que está em curso.
A Terra está mais quente por vários fatores. Pode-se começar pela falta de sensibilidade na derrubada de florestas que comandam o ciclo hidrológico, no qual as chuvas seguem um padrão e a evaporação é fundamental. Outro ponto, é o fato de que com o desmatamento o caminho dos ventos é outro, não acumulando água que se tornaria chuva. Por fim, o ar poluído com gás carbônico e metano dificultam a saída do calor da Terra fazendo com que ela fique aquecida. Para o professor Machado, não adianta querer diminuir estes gases sem enfrentar a realidade.
“O mundo em que vivemos é a sociedade do petróleo e, este, não está perto do fim, temos ainda no mínimo um século de consumo desse combustível. Esse fator torna as mudanças de padrão de consumo mais complicadas para países como EUA (Estados Unidos da América), China, Japão ou Rússia. Outro agravante é que esse óleo não é usado apenas como combustível, mas também é a matéria-prima direta ou indireta de alimentos e bens de consumo. Ele está presente nas embalagens, no transporte ou onde menos esperamos. Esta é a nossa maior dependência; precisamos refletir e começar a mudar muito mais, além de apenas parar de usar gasolina ou diesel”, afirma.
Segundo Machado, não é a última chance do planeta, mas precisam pensar, muito, cientificamente para não apenas dar um remédio para natureza, pois ela precisa que seu verdadeiro problema seja resolvido, e este pode-se considerar que é a sociedade baseada no consumo de barril de petróleo por inteiro.
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Petróleo, o grande vilão na mudança climática - Instituto Humanitas Unisinos - IHU