Paz na Colômbia: "reflexos positivos" para toda a América Latina

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28 Setembro 2015

Uma "grande satisfação" pelo "acordo que abre a porta para um acordo geral de paz para a Colômbia, que será assinado em seis meses". É assim que Marco Impagliazzo, presidente da Comunidade de Santo Egídio, comenta a assinatura, ocorrida ontem em Havana (Cuba), do acordo entre o governo colombiano e as FARC.

A reportagem é do sítio Servizio Informazione Religiosa (SIR), 24-09-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

"Tudo pode mudar, até mesmo as situações que parece bloqueadas há anos", sublinhou Impagliazzo encontrando-se com a imprensa hoje, em Roma, na sede da Comunidade, relembrando o título – "A paz é sempre possível" – do recente encontro de Santo Egídio em Tirana.

Recordando que o primeiro líder das FARC "subiu às montanhas ainda em 1949" e que, nos anos 1950, a Colômbia "foi esmagada por uma guerra de todos contra todos, que fez 300 mil mortos", aos quais devem ser somados os 200 mil desde 1964, a paz – destacou – "terá reflexos positivos para além da Colômbia", permitindo "dar passos de gigante no processo de integração da América Latina".

"Como no mundo globalizado só os países que vivem processos de integração poderão vencer a batalha do desenvolvimento", explicou Impagliazzo, recordando o papel da União Europeia e da União Africana, "este acordo deve ser enquadrado em uma situação geral que vai além das fronteiras da Colômbia".

"As duas partes – o governo colombiano e as FARC – não esperavam outra coisa senão o apelo feito pelo Papa Francisco no domingo passado no Ângelus." Segundo Impagliazzo, as palavras do papa, "líder reconhecido da América Latina, além de toda a Igreja Católica", contribuíram para acelerar a assinatura, ocorrida ontem, em Havana (Cuba), do primeiro acordo de paz na Colômbia.

Uma meta para a qual a "Comunidade de Santo Egídio fez um trabalho de facilitação", explicou Impagliazzo, revelando ter entregado ao papa "duas cartas das FARC", a primeira das quais durante a visita do Papa Francisco a Santo Egídio, em junho de 2014.

Nas cartas, as FARC pediam que o pontífice se empenhasse pela paz na Colômbia, e também o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, que foi em audiência ao Vaticano em 2013, havia declarado que tinha pedido um apoio no processo de pacificação.

"O primeiro compromisso rumo à paz – declarou o presidente da Santo Egídio – é vencer os extremistas, de ambos os lados": essa é a razão do compromisso da Santo Egídio, que convida a ter "confiança" no processo de paz agora empreendido pelo país latino-americano.