27 Julho 2015
Usando dados do telescópio espacial Kepler, da Nasa, cientistas confirmaram o primeiro planeta de tamanho semelhante ao da Terra, em órbita na zona habitável de uma estrela parecida com o Sol, a 1.400 anos-luz de distância.
A nota é de Bob Trembley, publicada no blog The Catholic Astronomer, 24-07-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
A zona habitável de uma estrela é uma região orbital onde as temperaturas são justamente as ideais para a existência de água nas superfícies planetárias. Exoplanetas do tamanho da Terra (ou exoluas) dentro da zona habitável (às vezes referido como a "zona cachinhos dourados"), com água líquida na sua superfície, são bons candidatos para hospedar vida.
O Kepler-452b é cerca de 60% maior do que a Terra e com mais massa – esse tipo de exoplaneta normalmente é referido como uma "super-Terra"; um pé humano que pisasse na sua superfície pesaria quase o dobro do que na Terra.
Tanto a Terra quanto o Kepler-452b orbitam uma estrela do tipo G2, cada um aproximadamente na mesma temperatura. A estrela de Kepler-452b é 1,5 bilhão de anos mais velha do que o nosso Sol (cerca de 6 bilhões de anos de idade) e é mais quente e mais brilhante do que o nosso Sol.
O Kepler-452b recebe 10% mais energia da sua estrela-mãe do que a Terra recebe atualmente do Sol. Se o Kepler-452b fosse um mundo rochoso, ele pode não possuir um ambiente habitável – ele poderia sofrer um efeito estufa semelhante ao de Vênus.
Algumas agências midiáticas estão anunciando que uma "Terra 2.0" foi encontrada. Mas esse tipo de sensacionalismo recebe um certo olhar de desdém da minha parte – é um pouco cedo demais para fazer alegações como essa. O extenso comunicado da Nasa (disponível aqui, em inglês) refere-se ao Kepler-452b como o "primo maior e mais velho da Terra" – e essa definição me agrada muito mais.
O comunicado também afirma: "O primeiro exoplaneta que orbita outra estrela como o nosso Sol foi descoberto em 1995. Os exoplanetas, especialmente pequenos mundos do tamanho da Terra, pertenciam ao âmbito da ficção científica há apenas 21 anos". Fiquei impressionado com dois pensamentos: Carl Sagan simplesmente teria adorado essa descoberta. E também fiquei impressionado com a frequência que, nos últimos anos, alguns aspectos da ficção científica se tornaram realidade.
O telescópio espacial Kepler escaneou apenas uma pequena porção do Norte do céu – nas constelações de Cygnus, Lyra e Draco. Ele descobriu centenas de exoplanetas, com milhares de outros candidatos à espera de confirmação. Um estudo da colaboração Planet (Probing Lensing Anomalies NETwork) estima que existam mais de 10 bilhões de planetas terrestres em toda a nossa galáxia.
Estatísticas de exoplanetas do Kepler atualmente:
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Kepler-452b: um exoplaneta e uma super-Terra - Instituto Humanitas Unisinos - IHU