12 Fevereiro 2015
Ao menos 300 pessoas morreram nesta semana em virtude de naufrágios, no Mediterrâneo, de embarcações que tentavam fazer a travessia da África para a Europa.
Essas mortes trágicas vieram três meses depois de a ONU alertar a Itália que seria um erro pôr fim à operação Mare Nostrum, que, apenas em 2014, ajudou a resgatar mais de 200 mil pessoas das águas do Mediterrâneo.
A informação é publicada por BBC Brasil, 11-02-2015.
Nove sobreviventes foram resgatados pela guarda costeira italiana e levados para Lampedusa, ao sul da Itália.
Acredita-se que os imigrantes tenham partido da Líbia, no norte da África, em quatro barcos no último sábado.
O diretor da agência de refugiados da organização, Vincent Cochetel, considerou o incidente uma " enorme tragédia".
"Mais vidas podem ser perdidas se aqueles em busca de segurança forem deixados à mercê da própria sorte em alto mar", disse Cochetel.
Travessia perigosa
Segundo a ONU, cerca de 3.500 pessoas morreram ao tentar cruzar o Mediterrâneo para chegar à Europa em 2014, tornando esta a travessia oceânica mais perigosa do mundo para imigrantes.
Mais de 200 mil foram resgatadas no mesmo período, muitas delas pela operação italiana Mare Nostrum.
A operação foi lançada em outubro de 2013, como resposta à morte de 366 imigrantes em um naufrágio próximo a Lampedusa. A operação foi encerrada em novembro.
Hoje, a União Europeia comanda uma operação de controle de fronteira conhecida como "Triton", com menos navios e atuando em uma área menor.
Promessa
Mathew Price, correspondente da BBC na Itália, disse que não dá para afirmar com certeza que as mortes desta semana teriam sido evitadas se a Itália não tivesse encerrado a operação "Mare Nostrum".
Ele explica que a operação "Triton" não busca prevenir naufrágios. Apenas entra em ação quando as pessoas já estão em risco.
"A operação italiana era diferente. Os navios e suas tripulações tinham um único objetivo: prevenir mortes."
Em novembro, em um discurso diante do Parlamento europeu, o papa Francisco pediu que fosse organizada "uma resposta coletiva para a questão da imigração", alertando que o Mediterrâneo não poderia se tornar um "grande cemitério".
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Três meses após alerta da ONU, nova tragédia no Mediterrâneo mata 300 - Instituto Humanitas Unisinos - IHU