Por: André | 10 Fevereiro 2014
Anunciar o Evangelho com humildade, porque ser cristão não significa ter privilégios. A afirmação é do Papa Francisco e feita durante a missa da manhã de sexta-feira na Capela da Casa Santa Marta, segundo indicou a Rádio Vaticano.
Fonte: http://bit.ly/1g1Foiu |
A reportagem é de Domenico Agasso Jr e publicada no sítio Vatican Insider, 07-02-2014. A tradução é de André Langer.
O Papa desenvolveu sua homilia a partir do martírio de João Batista e destacou que, como ele, o verdadeiro discípulo de Cristo segue o caminho da humildade sem adonar-se da profecia.
João, observou o Papa, “é um homem que teve uma vida curta, um tempo curto para anunciar a Palavra de Deus”. Era o homem, acrescentou, que “Deus enviou para preparar o caminho para o seu Filho”. João termina sua vida de maneira trágica, na corte de Herodes, “que estava oferecendo um banquete”.
“A primeira grande coisa que João fez foi anunciar Jesus Cristo”. Outra coisa que fez, prosseguiu o Papa, foi “não adonar-se da sua autoridade moral”. O Papa recordou que teve a possibilidade de dizer: “‘Eu sou o Messias’, porque tinha muita autoridade moral”, “as pessoas iam até ele”. No entanto, o Evangelho conta que João dizia a todos que se convertessem. Os fariseus e os doutores da lei viam sua força: “Era um homem reto”. Perguntavam-lhe se ele era o Messias. E nesse momento “da tentação, da vaidade”, poderia ter dito: “Pois, não sei...”, com falsa humildade. No entanto, foi contundente: “Não! Não sou eu. Depois de mim vem um que é mais forte que eu, e eu não sou digno de lhe desamarrar as sandálias dos pés”. João, afirmou o Papa, “foi muito claro, não roubou esse título. Não se adonou do seu ministério”. Esta, portanto, é a segunda coisa que ele fez, “homem da verdade”.
“A terceira coisa importante que João fez – acrescentou Bergoglio – foi “imitar Cristo”. Também Herodes, que o assassinou, “acreditava que Jesus era João”. João, observou, imitou Jesus “sobretudo no caminho do abaixamento: João se humilhou, se abaixou até a morte, até o final”. Também, disse, “há o tipo de morte, vergonhoso: Jesus como um malfeitor, como um ladrão, como um criminoso, na cruz”.
“Mortes humilhantes. Também João – explicou o Pontífice – teve seu “horto das oliveiras”, sua angústia na prisão, quando acreditava que se havia equivocado e manda os seus discípulos perguntar a Jesus: ‘Mas, diz-me, és tu ou me equivoquei e devo esperar por outro?’ A escuridão da alma, essa escuridão que purifica como Jesus no horto das oliveiras. E Jesus respondeu a João como o Pai respondeu a Jesus, consolando. Essa escuridão do homem de Deus, da mulher de Deus. Penso nesse momento de escuridão da alma da beata Teresa de Calcutá (foto), não? Ah, a mulher que todo o mundo louvava. Prêmio Nobel! Mas ela sabia que em um determinado momento da sua vida, longo, havia apenas escuridão em seu interior”.
“Fará bem para nós – concluiu o Papa – perguntarmo-nos sobre o nosso discipulado: anunciamos Jesus Cristo? Aproveitamo-nos ou não da nossa condição de cristãos como se fosse um privilégio? João não se adona da profecia. Terceiro: vamos pelo caminho de Jesus Cristo? Pelo caminho da humilhação, da humildade, do abaixamento pelo serviço? E se vemos que não somos firmes nisto, perguntamos: ‘Quando tive esse encontro com Jesus Cristo que me encheu de alegria?’ E voltar a esse encontro, voltar à primeira Galileia do encontro. Todos nós temos uma! Voltem ali. Encontrar-nos novamente com o Senhor e seguir em frente neste caminho tão bonito, no qual Ele deve crescer e nós diminuir”.
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“Penso nessa escuridão da beata Teresa de Calcutá”, diz o Papa Francisco - Instituto Humanitas Unisinos - IHU