Por: Cesar Sanson | 23 Agosto 2013
Nesta quinta-feira (22) um grupo formado por jovens, estudantes, organizações e demais militantes equatorianos em defesa do Parque Nacional Yasuní, entregaram uma solicitação ao jurista Julio César Trujillo, pedindo apoio para a realização de uma Consulta Popular pela Não Exploração de Petróleo no Bloco ITT (Ishpingo, Tambococha e Tiputini) do parque localizado na Amazônia equatoriana. A proposta popular surgiu em resposta ao anúncio feito pelo presidente do Equador, Rafael Correa, há uma semana, autorizando a exploração de petróleo no Bloco.
A reportagem é de Tatiana Felix e publicada por Adital, 22-08-2013.
Depois de ter lançado para o mundo uma proposta de preservação ambiental do parque, há quase seis anos, o mandatário equatoriano decidiu dar fim ao projeto Yasuní ITT, na última quinta-feira (15), uma vez que reconheceu o fracasso da proposta, que dependia da cooperação financeira da comunidade internacional para promover a preservação do parque. Apenas 0,37% dos 3.600 milhões de dólares esperados foram coletados com o projeto que teria duração de 12 anos e contribuía para a conservação do meio ambiente global.
Além de conservar o parque Yasuní, um dos mais ricos em biodiversidade do planeta, a ideia era evitar a emissão de mais de 400 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera. Embora a exploração de petróleo em outros dois blocos do parque, o 16 e o 31, já esteja acontecendo, a iniciativa Yasuní do Bloco ITT, foi considerada inovadora.
Apesar de explicar que a autorização para a exploração do petróleo no Bloco ITT do Yasuní se dará devido ao fracasso do projeto, e que utilizará a melhor tecnologia para causar o mínimo impacto ambiental possível no parque, o presidente Correa foi muito criticado por ambientalistas. Em geral, eles acusam o governo de ter apostado no extrativismo mineiro, petroleiro e na expansão do agronegócio.
De acordo com informações da TeleSur, autoridades equatorianas explicaram, na última terça-feira (20), que a exploração petroleira no parque Yasuní será feita respeitando o meio ambiente e com projetos sustentáveis para o desenvolvimento das comunidades.
Uma dessas medidas é a não construção de estradas dentro do parque. Para evacuar o petróleo serão instalados tubos desde as plataformas de perfuração. O projeto de exploração do petróleo não tocará a superficialidade do parque, segundo informações dadas por representantes do governo à TeleSur.
Também na última terça-feira (20), o presidente Rafael Correa decidiu cancelar um acordo que tinha com a Alemanha, para receber mais de 30 milhões de dólares para a proteção da Biosfera do Parque Yasuní, pois entendeu que o governo alemão queria "intrometer-se e interferir" na política e nas decisões soberanas de seu país. Para o mandatário, a decisão de explorar o petróleo no subsolo do parque Yasuní cabe apenas ao país.
O petróleo existente no subsolo do Bloco ITT do Parque Nacional Yasuní está avaliado em 18 bilhões de dólares, ou o equivalente à 900 milhões de barris do precioso líquido. O lucro com a exploração deve ser investido em projetos sociais nacionais. O petróleo é a segunda fonte de ingressos no país.
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Ambientalistas pedem Consulta Popular para exploração de petróleo no Yasuní - Instituto Humanitas Unisinos - IHU