Eugénio de Andrade na oração inter-religiosa desta semana

Foto: Milos Golubovic | Flickr CC

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19 Janeiro 2018

Neste espaço se entrelaçam poesia e mística. Por meio de orações de mestres espirituais de diferentes religiões, mergulhamos no Mistério que é a absoluta transcendência e a absoluta proximidade. Este serviço é uma iniciativa feita em parceria com o Prof. Dr. Faustino Teixeira, teólogo, professor e pesquisador do PPG em Ciências da Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora - MG.

Aproxima a boca

Tela de Dnar Rocha - Arquivo pessoal do Pulika

Aproxima a boca da nascente:
não te importes
se for silêncio só
o que te chega aos ouvidos:
é música
ainda. Tenta uma vez mais
levantar a mão até ao bafo
da primeira estrela,
a pupila atenta
ao rumor de cada sílaba:
não tens outro país, não tens
outro céu.
Com a boca, com os olhos,
com os dedos
procura tocar a terra cheia
do teu coração.
Outra vez.

Fonte: Eugénio de Andrade. Poesia. Porto: Assírio & Alvim, 2017, p. 541

Eugénio de Andrade | Foto: Instituto Camões

Eugénio de Andrade [Pseudônimo de José Frontinhas Neto] (1923-2005): Foi um dos maiores expoentes da poesia portuguesa contemporânea, tendo sido agraciado com o Prêmio Camões (2001). Além desse, também foi feito Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada (1982) e foi laureado com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito (1989), entre outros.  É autor de vasta obra, entre elas, citamos, As Mãos e os Frutos (1948), Os Afluentes do Silêncio (1968), Escrita da Terra (1983), Os Lugares do Lume (1998) e Os Sulcos da Sede (2001).