03 Março 2017
Neste espaço se entrelaçam poesia e mística. Por meio de orações de mestres espirituais de diferentes religiões, mergulhamos no Mistério que é a absoluta transcendência e a absoluta proximidade. Este serviço é uma iniciativa feita em parceria com o Prof. Dr. Faustino Teixeira, teólogo, professor e pesquisador do PPG em Ciências da Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora.
Eu posso ver-te
(Foto: Faustino Teixeira | Arquivo pessoal)
Apaga-me os olhos: eu posso ver-te!
Fecha-me os ouvidos: eu posso ouvir-te!
E sem pés posso ir ao teu encontro
e mesmo sem boca eu posso chamar-te!
Arranca-me os braços, e eu te seguro
com o coração, como com minhas mãos.
Pára meu coração, e em mim o cérebro
há de pulsar; e se puseres fogo
em meu cérebro, eu te trarei no sangue.
Fonte: Rainer Maria Rilke. O livro de horas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1993, p. 101.
Rainer Rilke | Reprodução da obra de Leonid Pasternak -
Wikimedia Commons
Rainer Maria Rilke (1875-1926): Importante poeta alemão do século XX, dono de poesias conhecidas pela inovação e estilo lírico. Publicou em 1894 sua primeira obra intitulada Vida e Canções (Leben und Lieder). O poeta acreditava que a manifestação divina podia ser observada em todas as coisas. Sua poesia incitava o pensamento existencial e provocava o enfrentamento dos dilemas do começo do século XX. Além disso, sua obra exaltava a conexão entre homem e mundo. No Brasil, seu principal tradutor é Augusto de Campos, que lançou em 2003 o livro Coisas e anjos de Rilke (São Paulo: Perspectiva).
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Rainer Maria Rilke na oração inter-religiosa desta semana - Instituto Humanitas Unisinos - IHU