21 Outubro 2016
Neste espaço se entrelaçam poesia e mística. Por meio de orações de mestres espirituais de diferentes religiões, mergulhamos no Mistério que é a absoluta transcendência e a absoluta proximidade. Este serviço é uma iniciativa feita em parceria com o Prof. Dr. Faustino Teixeira, teólogo, professor e pesquisador do PPG em Ciências da Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora.
Música de Górecki
(Foto: Faustino Teixeira | Arquivo Pessoal)
Dê ao descrente,
temeroso das alturas,
dos elevadores e passagens escuras,
se não a fé, ao menos um alento.
Devolva-lhe um sentimento de romeiro,
um cheiro de incenso de primeira missa.
Que a exultação dos sons
origine uma ogiva de luz.
Que os olhos se ergam
para esse relicário.
Que ele se esqueça de si
na clareira dessa nave.
Que a música lhe seja leito,
escapulário, sonho brando
sob um manto cálido.
Fonte: Donizete Galvão. Ruminações. São Paulo: Nankin Editorial, 1999, p. 57.
Donizete Galvão | Foto: Blog Escamandro
Donizete Galvão (1955-2014): Poeta e jornalista brasileiro, considerado um dos mais expressivos nomes da poesia contemporânea. Teve sua vida literária inspirada em Carlos Drummond de Andrade, Octavio Paz, Jorge Luis Borges, Emílio Moura, Henriqueta Lisboa, Dantas Motta, Murilo Mendes e Elizabeth Bishop. Galvão foi duas vezes indicado ao Prêmio Jabuti pelas obras Azul navalha (1988) e A carne e o tempo (1997), sendo agraciado com o Prêmio APCA por Azul navalha. Além destes, é autor de As faces do rio (1991); Do silêncio da pedra (1996); Ruminações (1999); Mundo mudo (2003); e O homem inacabado (2010).
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Donizete Galvão na oração inter-religiosa desta semana - Instituto Humanitas Unisinos - IHU