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Em 'The Square', a confiança é um quadrado onde ninguém habita

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28 Fevereiro 2018

Assisti finalmente The Square, filme sueco vencedor da Palma de Ouro em Cannes, indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro e desde a última sexta-feira 23 disponível nas plataformas de streaming. Foi, juntamente com O Insulto, libanês também indicado ao Oscar da categoria, o filme que mais me impressionou em muito tempo. Tenho a impressão de que ambos colocam no bolso qualquer postulante da categoria principal.

O comentário é de Matheus Pichonelli, jornalista e cientista social, publicado por CartaCapital, 28-02-2018.

Meio drama, meio comédia, o filme de Ruben Östlund acompanha o gerente de um museu de Estolcomo, interpretado por Claes Bang, tomado por contradições. Símbolo de uma elite intelectual atenta à cena contemporânea, Christian tem como missão não apenas gerenciar um espaço cultural, mas os valores que este espaço quer compartilhar e comunicar ao público.

Muitos viram na obra um retrato ácido ao mundo da arte, um universo que, por aqui, já vem sendo malhado o suficiente por quem jamais pisou em um museu, mas vê nas manifestações artísticas um apelo à perversão e à imoralidade. Não precisamos relembrar os exemplos recentes para retomar o escarcéu. Prefiro ver o filme como um espelho para qualquer empreendimento que, antes de vender um serviço, busca alinhar a sua inserção no mercado a um conjunto de valores.

Um jornal ou uma revista, por exemplo, vendem não apenas notícias, mas compromissos com fatos, pluralidade, justiça, liberdade, igualdade etc. Mesmo que, para funcionar, esmaguem na prática qualquer um desses compromissos desde a escolha dos postos de comando.

Entre o brucutu que enxerga perversidade ou desperdício de recursos públicos em qualquer manifestação artística e os produtores encalacrados em seus quadrados, pouca gente se debruça em entender onde falham os canais de comunicação desses espaços para além dos especialistas e iniciados.

O nó, como sempre, é a democratização do acesso, e a referência ao quadrado, aqui e no filme, não é por acaso: a instalação do museu que o gerente e curador do museu idealiza é justamente um quadrado no qual os frequentadores podem colocar em prática a responsabilidade e o acolhimento, valores destroçados pelo mundo fora daquele outro quadrado onde se encontra o museu.

Ao longo do filme o protagonista não dará demonstrações apenas de sua incapacidade de ampliar o seu cercadinho pós-moderno para as contingências de seu tempo. Demonstrará sobretudo a sua incapacidade de aplicar os valores almejados em um espaço de vanguarda fora daquele espaço de vanguarda. Esse gestor que em público defende o diálogo é o mesmo que vira as costas para a população de rua que lhe pedem ajuda.

Na instalação, o público é provocado a um despertar da consciência e da confiança ao deixar a carteira e o celular no quadradinho antes de circular pelos outros lugares do espaço. Tudo vai bem até que, em um golpe de vista, aparentemente encenado como uma outra intervenção na frente do museu, o curador perde o celular e a carteira em um assalto não anunciado.

Para recuperar os objetos, cuja localização é apontada pelo sistema georreferenciador do celular, ele não demonstrará apego aos valores defendidos em seu quadrado. Sem intermédio de quaisquer autoridades, ele vai usar um funcionário para resolver uma questão pessoal, borrando de vez as bordas entre interesse público, representado por um colaborador do museu, e o privado. A elite sueca, diria um espectador atento, também é cordial.

No prédio onde repousa a mercadoria roubada, todos são culpados até provarem a inocência, e recebem ameaças em cartas anônimas depositadas apartamento por apartamento como se o curador de valores vanguardista estivesse armado de um mandado coletivo. Ali, como nas redes, ele é protegido pelo anonimato.

Aquele é o ponto a partir do qual a sua vida entra em colapso. Fora daquele quadrado simbólico, Christian não demonstra confiança nem nos parceiros nem na repórter com quem se envolve (e não se envolve). A cena em que ele se nega a entregar a ela uma camisinha depois do sexo é só um dos muitos sinais de que nenhuma confiança pode brotar no cimento do cinismo.

Esse colapso parece de acordo com um conjunto de sinais de que aquela sociedade cosmopolita, disciplinada e civilizada está assentada em um terreno de hipocrisia, mas também de estupidez e absurdo. Um exemplo é quando um homem na plateia desfere comentários misóginos à mediadora de um debate promovido pelo museu, mas permanece confortável em seu assento em nome da tolerância. A ofensa, afinal, não é proferida por um sujeito, mas pelo portador de uma síndrome que não tem controle sobre sua ação e sua fala.

Se a capacidade de decisão, sem intermédio de deuses ou autoridades, é elemento fundador do indivíduo moderno, o vácuo de responsabilidade sobre a ação e o descasamento entre valores pessoais e sua aplicação no mundo real, fora de nossos quadrados, são as marcas deste personagem contemporâneo. Ele age, mas não tem controle sobre a ação e seus efeitos.

Este desencontro permite, por exemplo, a divulgação de um vídeo violento para comunicar uma intervenção artística que visa estimular a confiança e a responsabilidade, e não sabemos se a aprovação da peça, pelo gerente, é realmente aprovação, desatenção ou trunfo – o meio, afinal, é a mensagem, e a mensagem viralizou, para delírio dos garotos da comunicação que bolaram o plano.

É como se uma ideia de civilização só coubesse em um quadrado de poucos metros; fora dali é a barbárie.

Essa tensão fica ainda mais alargada quando um artista performático que finge ser um gorila passa a circular pelas mesas de um jantar de gala com sócios e investidores do museu.

Aquela performance parece adequada a uma instalação audiovisual, como aparece em uma das cenas, mas rompe o quadrado de segurança quando obriga o público a reagir e interagir.

Trata-se de um personagem, mas de um personagem que agride, grita e arrasta uma convidada pelos cabelos, ensaiando um estupro interrompido apenas pela violência, agora sim latente, dos comensais. De onde estamos ninguém sabe onde aquela cena acabaria.

Fora das telas, a inteligência humana morre um pouco toda vez que demonstra a sua incapacidade de reconhecer um ato da representação do ato. O vídeo sobre uma explosão não é uma explosão, mas um golpe de vista. Mas o que isso comunica? E para quê? Desorientados, debatemos limites e os precedentes perigosos da imposição de limites.

Entre uma coisa e outra está a responsabilidade daquilo que se faz e/ou se pretende refletir – o que nos diferencia das bestas, aliás. Em outras palavras: que topo de diálogo estamos propondo? E que tipo de respostas estamos dispostos a alcançar?

Naquele espaço de reflexão e fruição artística, era papel do curador filtrar, contextualizar, apurar o olhar para as questões urgentes de seu tempo em meio ao caos de informações e produções ainda não consagradas. Falamos, afinal, de uma sociedade movida a velocidade e que nem sempre reflete para onde vai.

Como ele, falhamos toda vez que encarceramos nossos conflitos em grades e muros cada vez mais altos para cercar e proteger os nossos quadrados fechados em si.

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