07 Dezembro 2017
“Em meio às negociações para a aprovação da reforma da Previdência, o Planalto fez um aceno às centrais sindicais que se opõem às mudanças. Michel Temer garantiu, na terça (5), que baixará portaria semana que vem para liberar o pagamento de cerca de R$ 500 milhões em verbas do imposto sindical que estavam retidas na União. O dinheiro é fruto de um acordo entre as entidades, o MP, a Caixa e o governo. O ministro Ronaldo Nogueira (Trabalho) vai assinar o texto” – Daniela Lima, jornalista – Folha de S. Paulo, 07-12-2017.
“Os R$ 500 milhões foram bloqueados por falhas no preenchimento de dados obrigatórios para o pagamento” – Daniela Lima, jornalista – Folha de S. Paulo, 07-12-2017.
“Em reunião com associações que são contra a nova Previdência, na terça (5), o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), disse que não se comprometeu a levar a proposta à frente ainda este ano. “Quero dar o recesso dia 14. Como aprovar?”, indagou” – Daniela Lima, jornalista – Folha de S. Paulo, 07-12-2017.
“O sindicato dos servidores do Congresso lança nos próximos dias uma campanha publicitária contra a reforma da Previdência. Os vídeos vão atacar as aposentadorias do presidente Temer (aos 55 anos) e do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (aos 57 anos)” – Coluna do Estadão – O Estado de S. Paulo, 07-12-2017.
“Temer se aposentou como servidor de São Paulo; Meirelles pelo BankBoston. Deputados já aposentados serão citados nas campanhas” – Coluna do Estadão – O Estado de S. Paulo, 07-12-2017.
“Não faz muito, um som antigo andou pelo céu da pátria por um instante: o som da insatisfação nos meios militares. Foi a manifestação isolada de um general na forma de advertência sobre uma possível intervenção armada, caso a degringolada geral no País continuasse, e que ganhou importância porque o general só recebeu uma reprimenda branda. O som antigo trouxe de volta toda uma época, como uma velha canção esquecida. Nos lembrou de como éramos anos atrás, provocou sorrisos e suspiros. E medo” – Luis Fernando Verissimo, escritor – O Estado de S. Paulo, 07-12-2017.
“Militares continuaram manifestando sua opinião, com todo o direito, mas progredimos. A frase não é mais prenúncio de nada. O medo não se justifica. Não vem tempestade. Ou pelo menos se espera que não venha. Aumenta o número de nostálgicos pelos velhos tempos, como prova o número de pessoas que votariam no Bolsonaro nas próximas eleições presidenciais. Hoje, temos mais a temer da nostalgia do que de manifestos militares. Da nostalgia ou da ignorância” – Luis Fernando Verissimo, escritor – O Estado de S. Paulo, 07-12-2017.
“A nostalgia é por um tempo de ordem e probidade que nunca existiu. Havia corrupção como agora, com um coronel à frente de cada estatal, com a diferença que não era permitido investigá-la. A verdadeira história da ditadura ocorria nos porões em que presos políticos eram torturados e assassinados e nos jornais censurados para que nada disso fosse revelado. E tem gente com saudade desse tempo” – Luis Fernando Verissimo, escritor – O Estado de S. Paulo, 07-12-2017.
“É quase trivial recear que a intimidade que conquistamos possa se perder hoje com o novo espaço de socialização que são as redes sociais” – Contardo Calligaris, psicanalista – Folha de S. Paulo, 07-12-2017.
“Não sou catastrofista e, até aqui, tendia a pensar que as redes sociais são uma extensão da subjetividade moderna. Sem elas ou com elas, de qualquer forma, a imagem do indivíduo moderno é a que aparece na retina dos outros, apreciada (ou não) pelos "likes" da vida” – Contardo Calligaris, psicanalista – Folha de S. Paulo, 07-12-2017.
“Só que, descubro agora essa banalidade, as redes sociais estão invadindo o último e crucial baluarte da esfera da vida privada, que é o foro íntimo, o lugar interior no qual julgamos questões morais com a nossa cabeça, embora nossa imagem seja sempre pública” – Contardo Calligaris, psicanalista – Folha de S. Paulo, 07-12-2017.
“O foro íntimo é o lugar em que cada indivíduo moderno deve fazer suas escolhas na privacidade do seu quarto: a dificuldade dessa solidão é, aliás, a condição absoluta da moralidade. Sem escolha solitária, não há moralidade – assim como não há moralidade sem vida interior” – Contardo Calligaris, psicanalista – Folha de S. Paulo, 07-12-2017.
“Esse extraordinário critério moral inventado na modernidade está sendo substituído por linchamentos ou aclamações em praça pública – na praça das redes sociais. – Contardo Calligaris, psicanalista – Folha de S. Paulo, 07-12-2017.