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Fé, graça, pensamento ''antinômico: as origens da visão de Francisco

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10 Novembro 2017

“A relação entre graça e liberdade, entre ação divina e humana demonstra estar viva somente como pergunta e não como uma fórmula ‘perfeita’: trata-se de uma persuasão que estará no centro do pensamento de Bergoglio. A sua crítica ao ‘doutrinarismo’, ao dogmatismo abstrato, à petrificação da Revelação se origina a partir daí: da ideia de que a fé, antes de ser uma resposta, é uma pergunta, uma abertura do coração a uma Presença de graça. Essa pergunta deve ser vivida, deve se tornar experiência, verificação de uma relação real, entre o homem e Deus, no cenário da história.”

A reportagem é de Andrea Tornielli, publicada por Vatican Insider, 09-11-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Essa é uma das conclusões do filósofo Massimo Borghesi, autor do mais aprofundado e documentado estudo sobre o pensamento do Papa Francisco e sobre os autores que estão na origem da sua formação.

O livro Jorge Mario Bergoglio. Una biografia intellettuale (Jaka Book, 304 páginas), nas livrarias italianas a partir de 9 de novembro, vale-se da contribuição de Francisco, que respondeu às perguntas do autor enviando-lhe gravações de áudio que se tornaram fundamentais para alguns pontos nodais da pesquisa.

Um dos aspectos mais inovadores do livro de Borghesi diz respeito ao “pensamento antinômico”, aquele “pensamento tensionante” bem expressado pela ideia de que a fé, antes de ser uma resposta, é uma pergunta. Borghesi identificou os seus “pais” e inspiradores.

“Na consciência dramática de que os conflitos político-sociais e as ideologias tendem a criar muros insuperáveis, ódios profundos e vítimas, Bergoglio luta pela unidade da Igreja e pela unidade do povo. E faz isso a partir de um pensamento ‘católico’ que vê na síntese das oposições a meta ideal. Mas não se trata – especifica Borghesi – da síntese hegeliana. Em Hegel, o particular é apenas aparentemente ‘conservado’ no universal. No catolicismo, o universal concreto indica o cuidado do particular, a consciência de que o menor, no reino de Deus, é o maior... Essa capacidade sintética falta ao Idealismo e às ideologias que dele decorrem, fundamentadas no sacrifício do finito, do limitado, do contingente. A autêntica totalidade, oposta ao totalitarismo, não despedaça ninguém.”

A partir de meados dos anos 1970, o pensamento de Bergoglio assume uma forma “dialética”, explica o autor do livro. “Uma dialética antinômica, diferente da hegeliana, fundamentada na contradição e no Aufhebung ideal dos contrastes. Ele deve muito à reflexão interna da Companhia de Jesus. A raiz da tensão polar está na própria espiritualidade e teologia de Inácio, um pensamento em movimento que confia na reconciliação, obra do ‘Deus sempre maior’. O pensamento ‘sintético’ de Bergoglio é uma metapensamento, uma reflexão que indica como ponto de resolução das oposições um ponto transcendente, um ponto ‘místico’ que opera no mundo através da Igreja.”

Uma imagem, a da Igreja como coincidentia oppositorum, que encontramos em Romano Guardini, cujo pensamento terá uma importância fundamental no percurso ideal do futuro papa. Borghesi lembra que, em uma das suas últimas obras, Die Kirche des Herrn, de 1965, Guardini escrevia: “Realmente vive na Igreja algo que – comparável à energia que, no átomo, liga todos os seus elementos – supera a tensão corrente entre as estruturas e possibilita uma totalidade que, com base em todas as concepções sociológicas, não seria possível sobre a Terra”.

A forma desse pensamento, explica o autor do livro, “tem o seu centro em uma dialética antinômica. Ele encontra particular acolhida na Escola de onde Bergoglio provém, a dos jesuítas. Pelo menos três autores, sem falar de outros, podem ser citados aqui, três autores relevantes também para Bergoglio: Erich Przywara, Henri de Lubac, Gaston Fessard”.

“A oposição abre um caminho, uma estrada a se percorrer”, disse Francisco entrevistado pelo padre Antonio Spadaro. “Falando mais em geral, devo dizer que eu amo as oposições. Romano Guardini me ajudou com um livro dele muito importante para mim, ‘A oposição polar’. Ele falava de uma oposição polar em que os dois opostos não se anulam. Também não acontece que um polo destrua o outro. Não há contradição nem identidade. Para ele, a oposição se resolve em um plano superior. Nessa solução, porém, a tensão polar permanece. A tensão permanece, não se anula. Os limites devem ser superados sem negá-los. As oposições ajudam. A vida humana está estruturada de forma opositiva. E é o que acontece agora também na Igreja. As tensões não devem necessariamente ser resolvidas e homologadas.”

Encontramos o mesmo olhar em Methol Ferré, que, no fim dos anos 1970, torna-se o “filósofo” de Bergoglio, como o próprio papa confidencia a Borghesi: “Eu falei longamente com Methol Ferré e li muito as coisas que ele escrevia. A última coisa que eu li dele foi um artigo, publicado no domingo antes do conclave em que o Papa Ratzinger foi eleito, em que ele dizia que o tempo ainda não estava maduro para um papa latino-americano. Foi o último texto que eu li dele. Lendo Methol Ferré, inconscientemente, tomei coisas dele, porque eu gostava de lê-lo”.

“Seria sobre-humano entender plenamente a coincidentia oppositorum que a Igreja é”, escrevia Methol Ferré. “Algumas dimensões reais permanecem sempre na penumbra ou no esquecimento. A Igreja tem essencialmente dois polos, nasce do Espírito de Deus e de Jesus Cristo nos Apóstolos. É visível e invisível, em uma única e indissolúvel respiração. As eclesiologias tendem a acentuar um dos opostos: ora tendem à ‘espiritualização’, ora à ‘encarnação’. A ênfase posta em um polo leva ao desvio e à heresia, quando se torna oposição contraditória, se não admite o movimento retificador, corretor. Não se pode desvincular nenhum dos dois polos, mesmo sendo humanamente impossível não dar uma certa supremacia a um deles. O equilíbrio é sempre instável, móvel, renovado. Se ele se romper, a Igreja não pode ‘respirar’ e, então, se dissolve em mística abstrata ou se afunda nas formas institucionais. Espírito sem instituição, ou instituição sem Espírito são falsas oposições que destroem a Igreja. Um risco sempre presente. Tentações perenes. O movimento eclesiológico deste século se esclarece assim: da plena visibilidade ao puro anonimato. As extremidades visíveis, sem Espírito, se endurecem, congelam a história. As extremidades invisíveis afastam a Igreja da realidade histórica, tornam-se idealismos a-históricos, subjetivismos de ‘almas belas’, narcisismos em ‘autenticidades’ imaginárias, mascaradas por profetismos acima da Igreja visível, histórica.”

No livro de Borghesi, são citadas e analisadas várias “tensões antinômicas”, que dizem respeito ao mundo e também à Igreja. Um dos exemplos dessa abordagem apresentados no ensaio diz respeito à tensão entre localização e globalização na Igreja.

Francisco fala a respeito na sua videomensagem para o Congresso Internacional de Teologia, na Pontifícia Universidade Católica Argentina, afirmando: “Não existe uma Igreja particular isolada, que possa se dizer sozinha, como que pretendendo ser dona e única intérprete da realidade e da ação do Espírito. Não existe uma comunidade que tenha o monopólio da interpretação ou da inculturação. Como, pelo contrário, não existe uma Igreja universal que dê as costas, ignore, se desentenda com a realidade local. A catolicidade exige, pede essa polaridade tensional entre o particular e o universal, entre o uno e o múltiplo, entre o simples e o complexo. Aniquilar essa tensão vai contra a vida do Espírito. Toda tentativa, toda busca de reduzir a comunicação, de romper a relação entre a Tradição recebida e a realidade concreta põe em perigo a fé do Povo de Deus. Considerar como insignificante uma das duas instâncias é nos colocarmos em um labirinto que não será portador de vida para a nossa gente. Romper essa comunicação nos levará facilmente a fazer do nosso olhar, da nossa teologia uma ideologia”.

E ainda: “Não são poucas as vezes em que se gera uma oposição entre teologia e pastoral, como se fossem duas realidades opostas, separadas, que não tivessem nada a ver uma com a outra. Não são poucas as vezes em que identificamos doutrinal com conservador, retrógrado; e, pelo contrário, pensamos a pastoral a partir da adaptação, da redução, da acomodação. Como se não tivessem nada a ver entre si. Desse modo, gera-se uma falsa oposição entre os assim chamados ‘pastoralistas’ e ‘academicistas’, os que estão do lado do povo e os que estão do lado da doutrina. Gera-se uma falsa oposição entre teologia e pastoral; entre a reflexão crente e a vida crente. A vida, então, não tem espaço para a reflexão, e a reflexão não encontra espaço na vida. Os grandes Padres da Igreja, Irineu, Agostinho, Basílio, Ambrósio, para nomear alguns, foram grandes teólogos porque foram grandes pastores. Buscar superar esse divórcio entre teologia e pastoral, entre fé e vida foi precisamente uma das principais contribuições do Concílio Vaticano II. Me animo a dizer que ele revolucionou, em certa medida, o estatuto da teologia, a maneira de fazer e do pensar crente”.

O “pensamento dialógico” de Bergoglio, conclui Borghesi, não é uma solução irênica, mas o resultado de uma concepção ontológica. É a ontologia da polaridade que requer um pensamento dialogante estendido a um horizonte sintético que deve impedir o resultado “contraditório” dos polos.

O quadro é o de um pensamento “católico” que lê a Igreja e a vida como complexio oppositorum, como luta agônica para sedar os conflitos, para impedir que as polaridades se resolvam, maniqueisticamente, em contradições.

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