19 Junho 2017
A ministra do Desenvolvimento Social, Carolina Stanley, confirmou que as pensões serão devolvidas, mas que irão analisar a lista de 70 mil beneficiados caso por caso para determinar quem não deve receber. A medida, criticada por vários setores, foi cancelada após o pedido da Igreja.
A reportagem é publicada por Clarín, 16-06-2017. A tradução é de André Langer.
Foto: Reprodução do Instagram do Papa Francisco
A ministra do Desenvolvimento Social, Carolina Stanley, anunciou na última sexta-feira a decisão do Governo de Mauricio Macri de reverter o cancelamento de dezenas de milhares de pensões a pessoas com alguma deficiência, mas esclareceu que haverá uma revisão caso por caso para determinar quem não deverá receber esse benefício.
A reação da Casa Rosada se deu três dias depois do surgimento das primeiras denúncias de “erros” no corte desses benefícios. E as críticas vieram de todo o leque da oposição, desde o kirchnerismo, o massismo e a esquerda, como do sindicalismo e de diversos setores sociais. No entanto, o impacto maior no lado da situação veio da Igreja, que aderiu aos questionamentos.
Fontes do governo esclareceram ao Clarín que a restituição das pensões será feita de maneira automática a partir da semana que vem, embora a lista de 70 mil benefícios cortados não vá atingir pessoas falecidas e nem aqueles com altos rendimentos comprovados.
A novidade também foi divulgada em meio a um protesto no Obelisco portenho, que atraiu centenas de manifestantes. No governo, comenta-se que houve alguma participação do campo político. A boca pequena, fontes ligadas ao governo indicam o município de La Matanza – governado pela kirchnerista Verónica Magario – como um dos lugares de onde vieram muitos dos manifestantes.
Em um comunicado, a ministra – que teve uma reunião com o chefe de Gabinete, Marcos Peña – reiterou que o Governo “vai garantir o pagamento das pensões a todas as pessoas deficientes” e alertou que houve uma “utilização política deste tema por parte de máfias que lucram com o clientelismo”.
Stanley garantiu que “a primeira coisa que queremos é transmitir tranquilidade e que há um milhão e meio de famílias que recebem uma pensão na Argentina e que vão continuar a recebê-la”.
A ministra explicou, além disso, que serão restituídas “todas aquelas pensões de pessoas deficientes e que, por erro de aplicação de critério, podem ter sido excluídas do recebimento da pensão no último mês”. E indicou que nesses casos “vão recebê-la na semana que vem”.
Por essa razão, pediu a toda a população que “tenha tranquilidade de que vão receber novamente a sua pensão”.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Argentina. Após questionamento da Igreja, Governo restitui pensões - Instituto Humanitas Unisinos - IHU