03 Mai 2017
É um dos ‘fixos’ nas viagens de Francisco. Antonio Spadaro SJ, diretor da Civiltá Cattolica, um dos jesuítas mais próximos ao Papa, afirma que “toda a nação egípcia esteve com ele”, fala da emoção ao ver o sangue e as “marcas das explosões” na catedral copta e acredita que um dos frutos mais importantes da visita foi “a dimensão ecumênica” do encontro com o Patriarca Teodoro.
A entrevista é de José Manuel Vidal, publicada por Religión Digital, 02-05-2017. A tradução é do Cepat.
Eis a entrevista.
Padre Spadaro, como foi a visita Papal ao Egito?
A viagem do Papa ao Egito foi muito intensa e bem organizada. O Papa foi convidado pelo Presidente, pelos bispos católicos, pelo Patriarca copta e pelo Imã. Isso significa que, ao redor do Papa, esteve toda a nação. Foi, pois, uma viagem que aponta para a unidade do país. Tudo correu bem, com uma acolhida muito calorosa.
Em algum momento, temeu pela segurança do Papa?
Foi uma viagem complexa, na qual, evidentemente, estiveram presentes as situações de tensão, os atentados, recentes e passados, contra os coptas. Ontem, visitamos o templo dos mártires na Catedral de São Pedro de nossos irmãos coptas e vimos o sangue e, nas colunas, as marcas das explosões. Vimos uma comunidade mártir que, precisamente por isso, vive sua fé com vigor. Portanto, os riscos existiram, mas foram superados e a viagem foi muito além dos problemas de segurança.
Quais frutos espera desta visita?
Há muitos frutos. Evidentemente, foi muito importante o encontro com o patriarca copta e sua dimensão ecumênica. Ecumênica, mas que não nasce de um discurso teológico abstrato, mas, sim, da urgência da unidade e a efetivação de enfrentar juntos os grandes desafios atuais.
Qual foi, em sua avaliação, o principal gesto?
Houve muitos gestos: a troca de peitorais, o abraço com o Imã. Contudo, não se trata de gestos isolados, mas, sim, de gestos que marcam um contexto e, a partir dele, falam por si sós.
