04 Agosto 2016
Papa Francisco abraça a Irmã Carmen Sammut, na Sala Paulo VI no Vaticano, 12 de maio. (CNS/Paul Haring)
O principal grupo internacional de religiosas católicas está expressando a sua gratidão ao Papa Francisco pela criação de uma comissão para estudar a possibilidade de permitir que mulheres sirvam como diaconisas na Igreja, agradecendo-lhe por responder ao chamado que elas fizeram, em maio, para o estabelecimento de um tal grupo.
A reportagem é de Joshua J. McElwee, publicada por National Catholic Reporter, 03-08-2016. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
A União Internacional das Superioras Gerais – UISG pediu ao pontífice que criasse uma comissão para estudar mulheres diaconisas num encontro em maio deste ano entre ele e cerca de 900 religiosas representantes de ordens femininas do mundo inteiro.
Na quarta-feira desta semana, a Irmã Carmen Sammut, presidente do grupo, disse ao National Catholic Reporter que queria agradecer o papa em nome da organização.
“Em nome da União Internacional das Superioras Gerais, eu gostaria de expressar a minha gratidão e o meu apreço ao Papa Francisco por ter dado esse seguimento ao pedido do mês de maio”, disse Sammut.
“Entendo que esta comissão com a matéria publicada ontem irá fornecer informações fundamentais necessárias para um discernimento que conduza a uma decisão sobre a possibilidade de abrir o diaconato às mulheres na Igreja Católica”, disse ela.
“Observei com alegria que, juntamente com o presidente da comissão, esta é composta por 6 homens e 6 mulheres estudiosos, leigos/as e religiosos/as, provenientes de várias partes do mundo”, continuou Sammut. “Considero isso como uma das maneiras em que o Papa Francisco concretiza o seu desejo constante de ver as mulheres desempenharem um papel mais incisivo na Igreja”.
Na terça-feira em um comunicado à imprensa o Vaticano disse que o papa tinha decidido criar o grupo “depois de intensa oração e de uma amadurecida reflexão” e que quis que ela estude particularmente a história do diaconato das mulheres “especialmente no que diz respeito aos primeiros tempos da Igreja”.
O nome formal dado ao grupo é “Comissão de Estudo sobre o Diaconato das Mulheres”. Os membros da comissão incluem especialistas em teologia patrística, eclesiologia e espiritualidade.
Durante uma sessão de perguntas e respostas com o pontífice no dia 12 de maio, elas contaram a Francisco que mulheres haviam atuado como diaconisas nos primórdios da Igreja e, em seguida, perguntaram: “Por que não construir uma comissão oficial que poderia estudar a questão?”
“Estou de acordo”, respondeu o papa. “E vou trabalhar para fazer uma coisa desse tipo”.
A UISG foi criada no final do Concílio Vaticano II e agora tem cerca de 1.880 membros que representam aproximadamente 500 mil religiosas consagradas de todo o mundo. Sammut, que está à frente da organização desde 2013, é natural de Malta. É também a superiora geral das Irmãs Missionárias de Nossa Senhora da África.
Em entrevista ao sítio Global Sisters Report após o encontro com Francisco em maio, a presidente da UISG disse que imaginava um futuro em que as irmãs católicas poderiam “dar um passo adiante” e serem ordenadas ao diaconato.
“Em diferentes partes do mundo, muitas vezes somos nós quem tem feito a maior parte do trabalho que precisa ser feito”, disse Sammut na ocasião.
“Muitas de nos vivem na periferia (...) e em alguns lugares os padres são muito raros”, completou. “Há serviços que podemos dar para à Igreja, especialmente para a Igreja periférica onde estamos, o que estaria aberto caso fôssemos diaconisas”.
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Irmãs agradecem a Francisco por criar comissão sobre diaconisas - Instituto Humanitas Unisinos - IHU