Por: Cesar Sanson | 21 Julho 2016
Nicinha partindo para o fundo do rio, puxada pela pedra na qual seu corpo foi encontrado. Na canoa seu companheiro Nei, que sempre a acompanhará na luta e na pesca de mãos dadas, no fundo o linhão da Jirau, e ao lado o acampamento dos pescadores com as caças e seus dois cachorros.
“Justiça para Nicinha”, esse é o nome que leva a arpillera confeccionada pelas atingidas da hidrelétrica de Jirau em Nova Mutum este final de semana (16), cobrando agilidade nas investigações de assassinato de Nicinha, companheira de luta.
“Essa é a maneira que nós, mulheres, encontramos para denunciar a lentidão da justiça e do estado com o caso de Nicinha”. Estávamos a mais de 6 meses com o corpo de Nicinha desaparecido, depois de encontrado ainda não tivemos nem o direito de enterra-lo pois o exame de DNA ainda não feito” comenta Creuza da Silva do MAB.
A carta é publicada por Movimento Atingidos por Barragens - MAB, 19-07-2016.
Eis a carta.
A historia que venho relatar é de uma mulher guerreira que lutava bravamente sem medir forças.
Nossa querida Nicinha, que foi assassinada covardemente e que até hoje não foi feito justiça.
Através de nosso trabalho denunciamos a tamanha falta de respeito com a humanidade.
Quantas pessoas irão ter que morrer para que a usina cumpra com seus deveres?
Exigimos que a lei se manifeste e faça nossa luta valer a pena, hoje sofremos com a perda de mais uma militante.
Águas para a vida e não para a morte!
Mulheres, Água e Energia não são Mercadorias!
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Atingidas pela hidrelétrica de Jirau bordam arpillera cobrando justiça ao assassinato de Nicinha - Instituto Humanitas Unisinos - IHU