Fraternidade tradicionalista de São Pio X abandona a unificação e afirma que Papa Francisco está disseminando equívocos

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30 Junho 2016

Um grupo tradicionalista de bispos e padres católicos que foi separado da Igreja mais ampla durante décadas parece ter desistido de se unir com Roma, liberando uma declaração contundente na quarta-feira, afirmando que Papa Francisco está incentivando a propagação de equívocos nos ensinamentos da Igreja.

A reportagem é de Joshua J. McElwee, publicada por National Catholic Reporter, 29-06-2016. A tradução é de Luísa Flores Somavilla.

A Fraternidade Sacerdotal de São Pio X, fundada pelo falecido arcebispo francês Marcel Lefebvre, em 1970, principalmente em oposição às reformas do Concílio Vaticano II, diz agora que "não busca reconhecimento canônico [do Vaticano] de maneira primordial" para as suas atividades.

A sociedade também afirma que há uma "grande e dolorosa confusão na Igreja atualmente", que "exige a denúncia de equívocos que chegaram até ela e, infelizmente, são encorajados por um grande número de pastores, incluindo o próprio Papa".

A declaração, divulgada no site da sociedade, parece eliminar todas as chances de que o grupo possa se unir a Roma. Vários Papas tentaram reestabelecer relações com a fraternidade ao longo de quatro décadas, aparentemente, sem sucesso até agora.

O Papa Bento XVI fez um grande esforço para se reunir com o grupo, retirando a excomunhão de quatro dos seus bispos em 2009. Esses esforços acabaram fracassando quando o Bispo Bernard Fellay, seu atual superior geral, recusou-se a assinar uma declaração doutrinária elaborada pelo Vaticano.

A declaração de quarta-feira foi feita em nome de Fellay, enquanto a Igreja Católica mundial estava comemorando a Festa de São Pedro e São Paulo, os fundadores da Igreja em Roma.

Fellay diz que a declaração foi realizada após uma reunião dos superiores da fraternidade, entre 25 e 28 de junho, e enumera quatro pontos, com base na premissa de que o objetivo do grupo "é principalmente a formação de sacerdotes, condição essencial para a renovação da Igreja e para a restauração da sociedade".

A declaração termina com um parágrafo extremamente forte, que começa assim: "A Fraternidade de São Pio X reza e faz penitência pelo Papa, para que ele possa ter a força de proclamar a fé e a moral católica em sua totalidade".

A declaração vem menos de três meses depois que o Papa Francisco tomou a incomum iniciativa de reunir-se com Fellay pela primeira vez, em abril, no Vaticano.

O pontífice já havia indicado um movimento em direção à unidade entre a Igreja em geral e a fraternidade durante a abertura do ano jubilar da misericórdia no outono passado.

Em uma carta escrita em setembro ao Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização, que está organizando o Ano Santo em seu nome, o Papa explicou que os membros da fraternidade poderiam oferecer a absolvição dos pecados "válida e licitamente" àqueles que se confessarem com eles durante o ano.

Em uma entrevista postada em março no website da Fraternidade, Fellay disse ter pensado que o Papa estaria considerando seu grupo como "periférico" e que, portanto, precisava ser integrado à Igreja novamente.

Além das capacidades concedidas durante o ano jubilar, membros da Fraternidade não estão em plena comunhão com Roma e, em circunstâncias normais, seus padres e bispos não podem exercer o ministério Católico Romano.