10 Mai 2016
O Ministério do Meio Ambiente divulgou uma série de informações importantes de política ambiental nesta quinta-feira (5), como um novo sistema de alerta de desmatamentos, a publicação do terceiro relatório nacional de emissões e o aguardado sistema de monitoramento do Cerrado. Um dos dados divulgados é a atualização do TerraClass, um projeto do Inpe e Embrapa que avalia o destino das áreas desmatadas na Amazônia – mostrando, desta forma, quais os motivos econômicos que levaram ao desmatamento.
A reportagem é de Bruno Calixto, publicada por Blog do Planeta, 06-05-2016.
Os novos dados do TerraClass confirmam uma informação já conhecida: a pecuária é a grande responsável pelo desmatamento da Amazônia. Segundo o estudo, 60% das áreas desmatadas viraram pasto. A área desmatada destinada para a agricultura (por exemplo, plantação de soja), é muito menor, apenas 5,6%. Isso acontece pelo sucesso de ações como a Moratória da Soja, mas principalmente porque a agricultura costuma avançar mais sobre áreas já abertas para pastagens em vez de florestas.
Um ponto que chama a atenção é que aumentou a quantidade de hectares de áreas desmatadas que se transfomaram em projetos de mineração e em área urbana. Ainda assim, proporcionalmente, elas ocupam uma porcentagem pequena: 0,14% das áreas desmatadas foram usadas na mineração, e 0,71% foram urbanizadas e incorporadas nas cidades.
A boa notícia é que uma boa parcela do que foi desmatado está em crescente regeneração:22,9%. São áreas chamadas de “vegetação secundária”, onde ocorreu desmatamento, só que foram abandonadas posteriormente. Essas áreas são tomadas por uma floresta não tão densa quanto a original, mas ainda assim muito importante. Já o reflorestamento intencional e ativo decepciona. Apenas 0,42% desmatado foi posteriormente reflorestado.
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O que acontece com áreas desmatadas na Amazônia? A maior parte vira pasto - Instituto Humanitas Unisinos - IHU