07 Abril 2016
Em Qaryatayn, a cidade síria há pouco colocada sob o controle do exército sírio, os jihadistas do Estado Islâmico (Daeschi) foram embora deixando macerações e devastações no santuário de Mar Elian, onde até os primeiros dias de ocupação, em agosto de 2015, haviam profanado brutalmente a tumba do Santo, para eliminar aquilo que também aos seus olhos representava o coração do complexo monástico. Mas as relíquias de Mar Elian, espalhadas em torno do sepulcro do santo, não foram perdidas: poderão ser recolhidas e recompostas, e em torno delas poderá de novo recolher-se a vida e a devoção dos cristãos da região.
A reportagem foi publicada por Agência Fides, 05-04-2016. A tradução é de Benno Dischinger.
A notícia foi confirmada à Agência Fides com entusiasmo e comoção pelo padre Jacques Mourad, Prior da comunidade monástica – filiada ao mosteiro de Deir Mar Musa al Abashi – que nos últimos anos havia feito reflorescer o antigo Santuário do IV século, situado na periferia de Qaryatayn. O próprio Padre Jacques Mourad tinha sido feito prisioneiro de um comando de jihadistas que em 21 de maio de 2015 invadiu o santuário e o sequestrou. Foi libertado em 11 de outubro passado.
“Diante de tudo que aconteceu e está acontecendo", ressalta padre Mourad, “prefiro permanecer em silêncio, porque precisamente hoje o silêncio me aparece como a palavra mais correta e adequada”.
Depois, com poucas palavras simples, exprime o consolador olhar de fé com o qual ele e os seus companheiros vivenciaram também este tempo atormentado. “Que as relíquias de Mar Elian não tenham sido perdidas”, disse a Fides o padre Jacques, “é para mim um grande sinal: quer dizer que ele não quis deixar aquele mosteiro e aquela terra santa. Sabemos que os santos estão no céu, e nós podemos sempre invoca-los e solicitar a sua ajuda. Recordo que aos nove de setembro, no dia da memória litúrgica de Mar Elian, eu havia celebrado a Missa com os outros cristãos em Qaryatayn, enquanto estávamos sob o domínio do Daesh. Eu lhes havia dito: não importa que o mosteiro seja destruído, não importa sequer que a tumba tenha sido destruída. O importante é que carreguemos Mar Elian no nosso coração, aonde quer que formos, também no Canadá, ou na Europa, porque ele quer permanecer no coração dos seus fiéis”.
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No santuário devastado pelos jihadistas, encontrais as relíquias de Mar Elian. Jacques Murad: assim o mosteiro renascerá - Instituto Humanitas Unisinos - IHU