Papa condena países que "recusam" ajuda a refugiados e migrantes

Mais Lidos

  • "A ideologia da vergonha e o clero do Brasil": uma conversa com William Castilho Pereira

    LER MAIS
  • O “non expedit” de Francisco: a prisão do “mito” e a vingança da história. Artigo de Thiago Gama

    LER MAIS
  • A luta por território, principal bandeira dos povos indígenas na COP30, é a estratégia mais eficaz para a mitigação da crise ambiental, afirma o entrevistado

    COP30. Dois projetos em disputa: o da floresta que sustenta ou do capital que devora. Entrevista especial com Milton Felipe Pinheiro

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

28 Março 2016

O Papa condenou este domingo a "recusa" dos que "poderiam oferecer acolhimento e prestar ajuda" aos refugiados e migrantes nos países ocidentais, e exprimiu a sua confiança nos esforços de paz na Síria, na sua mensagem de Páscoa Urbi et Orbi (a cidade e o mundo) na Praça de São Marcos, no Vaticano.

A reportagem foi publicada por Público, 27-03-2016.

"A fila cada vez mais numerosa de migrantes e refugiados que fogem da guerra, da fome, da pobreza e da injustiça não deve ser esquecida. Esses irmãos e irmãs deparam-se muitas vezes com o caminho da morte e com o da recusa por parte daqueles que lhes poderiam oferecer abrigo e ajuda", disse o Papa, que há muito insiste nesta mensagem, ao apelar à solidariedade e à responsabilidade dos países ocidentais "mais desenvolvidos". Faz assim um novo apelo aos líderes desses países, para que não fechem as fronteiras aos que precisam.

O Papa falou da Síria com um tom de esperança, quando mencionou as conversações que decorrem em Genebra, que agora entram na sua segunda semana: "Que o Senhor abra o caminho da esperança à bem-amada Síria, país destruído por um longo conflito " e que sofre "a decomposição da sociedade civil". "Confiamos ao poder do Senhor ressuscitado as discussões em curso para que possamos recolher os frutos da paz".

Também rezou pelo Iraque, Iémen, Líbia, conflito Israel-palestiniano, e mencionou as "sementes de esperança" nos conflitos civis no Burundi, Moçambique, República Democrática do Congo e Sudão do Sul.

Na sua mensagem à cidade e ao mundo — que é feita duas vezes por ano, na Páscoa e no Natal —, o Papa fez uma única referência ao continente onde nasceu para pedir "diálogo e colaboração" na Venezuela, país onde o Governo de ideologia chavista e a oposição travam uma guerra política perante o empobrecimento da sociedade.

Condenando a "forma cobarde e atroz da violência", Francisco referiu-se aos atentados na Bélgica, na Turquia, na Nigéria, no Chade, nos Camarões, na Costa do Marfim e no Iraque. "Perante o abismo espiritual e moral, perante o vazio que provoca o ódio e a morte, que o Senhor nos impregne com seu olhar de compaixão para com os famintos e os sedentos, os estrangeiros e os prisioneiros, os marginalizados e os excluídos, as vítimas de abuso e da violência ".

"O mundo está cheio de pessoas que sofrem no corpo e no espírito", "crimes atrozes são tantas vezes cometidos entre paredes em ambiente doméstico", "de conflitos armados que submetem populações inteiras a sofrimentos indizíveis", declarou o Papa.

Finalmente, Francisco também pediu atenção social para com "as pessoa mais velhas encarceradas na solidão" e "pelos jovens que acreditam não ter futuro".